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Cientistas conseguem cultivar microrganismo em meteorito vindo de Marte

Por| 24 de Fevereiro de 2021 às 17h20

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Reprodução/Tetyana Milojevic
Reprodução/Tetyana Milojevic

Possivelmente, Marte teve um passado com condições bem mais hospitaleiras do que possui hoje. Ao invés do planeta frio e árido que é, nosso vizinho parece ter contado com água líquida, temperaturas amenas e maior pressão atmosférica, que poderiam ter permitido a ocorrência de vida. Em um novo estudo, cientistas utilizaram uma amostra de rocha marciana para tentar cultivar um microrganismo que vive em condições extremas na Terra, e tiveram sucesso.

Em algum ponto bem remoto da história de Marte, o planeta pode ter tido condições bem mais parecidas com aquelas que temos na Terra, o que talvez tenha permitido a ocorrência da vida como conhecemos. Assim, as várias evidências das condições do antigo ambiente marciano vêm impulsionando o lançamento de missões para a busca de bioassinaturas deixadas por formas de vida, se tiverem existido. Neste cenário, as primeiras formas de vida do Planeta Vermelho teriam que ter sido capazes de utilizar os recursos disponíveis por lá para obter energia.

Os organismos quimiolitotróficos, por exemplo, obtêm energia a partir de rochas. Assim, os pesquisadores consideraram que formas de vida deste tipo teriam existido nos anos iniciais do planeta, e podem ter deixado bioassinaturas. Então, eles utilizaram uma amostra de meteorito raríssimo apelidado de “beleza negra”, formado por partes da crosta marciana: “tivemos que escolher uma iniciativa bem ousada de esmagar algumas gramas de uma rocha marciana tão preciosa, para podermos recriar a possível constituição das primeiras e mais simples formas de vida de Marte”, disse Tetyana Milojevic, autora correspondente do estudo.

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Como resultado, eles observaram como a poeira que resultou da rocha pôde ser usada para construir partes de células de Metallosphaera sedula, um microrganismo que vive em condições extremas na Terra. A equipe conseguiu um resultado surpreendente: “o micróbio, cultivado no material da crosta marciana, formou uma cápsula mineral robusta, feita de fosfatos de ferro, magnésio e alumínio”, relata Milojevic. Além disso, foram formados depósitos completos e cristalinos intracelulares.

Até então, os cientistas vinham utilizando amostras que imitavam as condições de Marte e do solo nos estudos que investigavam a sobrevivência de microrganismos no planeta. Desta vez, os micróbios mostraram um comportamento bem diferente do que já havia sido observado e em um material do próprio planeta. Agora, com o rover Perseverance em Marte para buscar por sinais de vida, é importante entendermos como microrganismos interagem com o solo marciano para que, assim, as agências espaciais saibam melhor como direcionar suas buscas.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications Earth & Environment.

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Fonte: University of Vienna