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Como diferenciar estrelas, planetas e satélites no céu noturno?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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Reprodução/den-belitsky/Envato
Reprodução/den-belitsky/Envato

Você sabe como diferenciar as estrelas, planetas e satélites no céu noturno? Se ele parece cintilar, é provável que o objeto seja uma estrela; caso contrário, você possivelmente está observando um planeta. Já os satélites artificiais podem ser identificados por se moverem rapidamente no céu, quando observados em relação às estrelas distantes de fundo.

Se você costuma aproveitar noites de céu limpo para observar os astros, já deve ter se perguntado se algum dos pontos que brilhavam na escuridão eram, de fato, estrelas ou se, talvez, seriam algum dos planetas do Sistema Solar. Diferenciar as estrelas, planetas e satélites pode não ser fácil em um primeiro momento, mas algumas dicas simples podem te ajudar a identificá-los.

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Como diferenciar estrelas, planetas e satélites?

Planetas

Tanto os planetas quanto as estrelas se parecem com pontos luminosos no céu. Por isso, um dos jeitos mais simples de diferenciá-los é verificar se o ponto luminoso em questão tem brilho estável, sem piscar. Se sim, provavelmente se trata de um planeta. Essa diferença ocorre porque a turbulência atmosférica faz com que as estrelas pareçam cintilar, característica que não é visto nos planetas.

Dito isso, é importante ter em mente que, dentre os planetas do Sistema Solar, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno são os mais brilhantes no nosso céu e os únicos observáveis sem telescópios. Embora eles estejam visíveis regularmente, não há momentos no ano que sejam ideais para observar algum deles em específico.

É que, como a Terra e os demais planetas orbitam o Sol com diferentes velocidades, a combinação destes movimentos significa que podemos observá-los no céu em diferentes momentos do ano. Quando são vistos da Terra, o Sol, a Lua e nossos vizinhos parecem se mover acompanhando a eclíptica, o nome dado ao caminho aparente do Sol em relação às estrelas (apesar de ser a Terra quem viaja ao redor do Sol, nosso movimento orbital faz com que nosso astro pareça estar se movendo em relação às estrelas no fundo).

Assim, embora aparentem seguir a direção do Sol, às vezes os planetas parecem subir, descer e até inverter suas direções. Mercúrio e Vênus, por exemplo, orbitam o Sol mais rápido que a Terra; por isso, é possível que, em alguns momentos, vejamos eles seguindo a direção da nossa estrela, mas depois, eles parecem seguir uma trajetória oposta. Marte, Júpiter, Saturno e outros, mais distantes do Sol, também parecem inverter a direção de seus movimentos.

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Por fim, a cor do astro em questão também ajuda na diferenciação. Considere Vênus, planeta com brilho esbranquiçado bastante intenso que aparece logo após o pôr ou nascer do Sol, perto do horizonte. Já Marte tem cor alaranjada, enquanto Júpiter e Saturno são amarelados — para conseguir diferenciá-los, tenha em mente que Júpiter é mais brilhante que Saturno.

Estrelas

Quando você vê pontos luminosos no céu parecendo cintilar, é provável que esteja observando estrelas. O brilho delas parece piscar porque, até alcançar nossos olhos, a luz das estrelas precisa atravessar turbulentos "bolsões" de ar na atmosfera da Terra, com diferentes temperaturas e densidades. Dependendo da turbulência, pode até acontecer de alguma estrela parecer mudar de posição, devido à refração da luz.

Outra forma de diferenciá-las dos demais astros é analisando o movimento delas em períodos mais longos. Se acompanhá-las durante poucos minutos, você provavelmente não perceberá grandes mudanças; contudo, se fosse possível aumentar a velocidade da passagem do tempo, como se estivesse adiantando as cenas de um filme, você veria que as estrelas se movem juntas no céu, acompanhando um ponto fixo.

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Parte deste movimento se deve à rotação da Terra, de aproximadamente 24 horas. Conforme nosso planeta gira sobre seu próprio eixo, indo da direção leste para a oeste, vemos as estrelas "acompanhando" este movimento, parecendo nascer e se pôr nestas mesmas direções. O resultado disso é que, dependendo de onde você estiver, nem todas podem ser vistas no céu.

Por exemplo, se você observar o céu em algum dos polos, verá as estrelas se movendo sem nunca se pôr ou nascer. Já no equador, todas as estrelas nascem na direção leste, seguem em linha reta pelo céu e se põem na direção oeste; por outro lado, ali não é possível observar as estrelas circulando os pólos, porque a Terra bloqueia a visão delas.

Vale lembrar que as mudanças de posição das estrelas se aplicam somente à nossa perspectiva — tanto que há estrelas que parecem ter posições tão permanentes que são conhecidas como "estrelas fixas". Apesar do nome elas estão se movimentando, mas este movimento é tão lento que causa mudanças mínimas em suas posições relativas no céu, imperceptíveis para nós.

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Satélites

Se você estava observando o céu e, subitamente, notou um ponto brilhante se movendo rapidamente enquanto as estrelas ao fundo seguem fixas, pode muito bem ter visto um satélite artificial. Hoje, há milhares deles na órbita terrestre realizando funções variadas, que vão desde observações do espaço até o fornecimento de serviços de internet. Assim, com tantas unidades, é perfeitamente possível encontrar algum deles no céu.

Apesar de refletirem a luz do Sol, a maioria deles é pequena ou não brilha o suficiente para permitir observações a olho nu. Por outro lado, existem satélites com dimensões maiores, orbitando a Terra a altitudes baixas o suficiente para conseguirmos vê-los se movendo em alta velocidade — há satélites tão próximos do nosso planeta que levam menos de um dia para completar uma volta ao redor dele!

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Por isso, se você passar algumas horas acompanhando uma única região no céu, pode até conseguir ver os mesmos satélites aparecendo várias vezes. Estes dispositivos não são motivo para preocupações em nosso cotidiano, mas no caso da astronomia, a situação é bem diferente. É que, com a quantidade crescente de constelações de satélites lançadas, a comunidade astronômica teme os efeitos causados nas observações de objetos distantes.

Parte das preocupações se deve à altitude dos satélites, que faz com que se movam rapidamente pelo céu. Durante o amanhecer e entardecer, momentos em que o Sol está baixo no horizonte, estes objetos refletem a luz e aparecem como rastros luminosos nas imagens feitas pelos telescópios. Outro problema é que há satélites cujos transmissores podem afetar as frequências usadas por radiotelescópios.

Como diferenciar estrelas, planetas e satélites com apps

Há aplicativos que podem ajudar na hora de diferenciar estrelas, planetas e outros objetos no céu. Além de serem uma ótima porta de entrada para quem está curioso para aprender mais sobre o universo, estes aplicativos contam com recursos interessantes e informativos, que tornam o céu mais compreensível.

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Confira alguns aplicativos para smartphones para conhecer os objetos no céu:

Star Chart/Carta Celeste

Descrito como o principal aplicativo educativo e de realidade aumentada na astronomia, o Star Chart (ou Carta Estelar) é uma ferramenta gratuita que te oferece uma carta celeste na tela do seu smartphone, definida de acordo com a sua localização.

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Para utilizá-lo, é só apontar o dispositivo para o céu. Em seguida, o app indica os objetos visíveis, calcula a localização atual das estrelas, planetas e luas visíveis da Terra e mais.

O Star Chart está disponível para iOS e Android.

Stellarium

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O Stellarium é um app de uso bem simples: é só apontar o dispositivo para o céu e aguardar alguns segundos para identificar estrelas, constelações, satélites e mais. Este app oferece um modo noturno para preservar a adaptação dos olhos à noite, e traz também simulações de visualizações do céu em qualquer local ou horário.

O Stellarium está disponível para dispositivos Android, iOS e em uma versão web.

Ficou curioso e quer explorar o céu noturno com outras ferramentas? Para acessar uma lista com diferentes aplicativos para observar os astros, é só clicar aqui.

Fonte: Via: Adler Planetarium, University of Hawaii Institute for Astronomy, Space.com, NRAO, ESA