Blue Origin perde processo contra a NASA e SpaceX desenvolverá o lander lunar
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Será que a disputa jurídica da Blue Origin contra a NASA e por causa da SpaceX chegou ao fim? É que, nesta quinta-feira (4), o juiz Richard Hertling, responsável pelo caso, anunciou que o processo movido pela Blue Origin foi negado, e que todas as partes envolvidas podem selecionar quais partes do documento querem trazer ao público até o dia 14 de novembro.
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Este é o desfecho de longos atritos jurídicos que começaram com o contrato para a construção do lander para os pousos lunares tripulados através do programa Artemis. Para levar novos astronautas ao nosso satélite natural, a agência espacial está trabalhando com empresas variadas. A NASA até sugeriu publicamente que poderia selecionar duas empresas para construir os veículos, escolhendo Blue Origin, SpaceX e Dynetics como finalistas para o contrato. Contudo, somente a SpaceX, fundada por Elon Musk, foi escolhida — a empresa ficou com a soma de US$ 2,9 bilhões de dólares para trabalhar em uma versão do veículo Starship para o pouso lunar. E essa decisão da NASA deixou a Blue Origin indignada a ponto de levar o "causo" à justiça.
Desde a perda do contrato, a Blue Origin tentou vários recursos para reverter a decisão. A empresa apresentou um protesto formal por meio do Escritório de contabilidade do Governo (“GAO”, na sigla em inglês), que foi negado. Depois, Bezos enviou uma carta a Bill Nelson, administrador da NASA, para propôr a construção do lander lunar com um desconto de US$ 2 bilhões, que viriam do próprio bilionário — esta tentativa também não teve sucesso. Em seguida, a Blue Origin fez um protesto no tribunal federal para, novamente, tentar reverter o quadro, e então decisiu abrir um processo contra a NASA por terem escolhido a SpaceX.
As disputas judiciais respingaram no contrato fechado com a SpaceX, que ficou temporariamente suspenso, o que poderia até mesmo atrasar o cronograma do Programa Artemis. Com a decisão de hoje, o juiz concedeu uma moção do réu (ou seja, o governo federal dos EUA) para encerrar o caso.
Em comunicado oficial, a NASA afirmou ter sido notificada sobre a rejeição do protesto da Blue Origin, declarando que retomará o trabalho com a SpaceX o mais rápido possível. Além disso, a agência espacial destacou também que continuará trabalhando com empresas diversas para incentivar a competitividade e prontidão comercial para transportes tripulados na superfície lunar. Por isso, ainda haverá oportunidades para outras empresas fecharem parcerias para ajudar no estabelecimento da presença humana na Lua a longo prazo — tanto que a NASA segue em busca de mais empresas parceiras para a missão Artemis 3.
Como resposta à decisão, a Blue Origin declarou que ainda espera continuar trabalhando com a NASA em possíveis contratos futuros. “A Blue Origin segue profundamente comprometida ao sucesso do programa Artemis, e temos uma ampla base de atividade em contratos múltiplos com a NASA para cumprir o objetivo dos Estados Unidos de voltar à Lua para ficar”, disse a empresa de Jeff Bezos.