Publicidade

Asteroide pode ter criado estrutura na Austrália maior que cratera de Vredefort

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

Compartilhe:
urikyo33/Pixabay
urikyo33/Pixabay

Parece que a maior cratera de impacto conhecida está enterrada sob a Austrália. É o que diz um estudo liderado pelo geólogo Andrew Glikson, que traz evidências de uma estrutura com mais de 500 km de diâmetro por lá, formada pelo impacto de um asteroide. Se confirmada, ela seria maior que a cratera de Vredefort, considerada a maior estrutura de impacto conhecida atualmente.

Chamada de Estrutura de Deniliquin, a existência de tal formação foi proposta pela primeira vez por Tony Yeates, geólogo que estudou padrões magnéticos no local na década de 1990. Uma análise publicada em 2020 mostrou que, de fato, havia uma grande estrutura sob Nova Gales do Sul, no país.

De acordo com Glikson, o asteroide que formou a cratera parece ter colidido com a Terra há cerca de 445 milhões de anos — o período coincide com o evento de extinção em massa do Período Ordoviciano Tardio, que aniquilou 85% da vida na Terra. O autor estima que a rocha que formou a estrutura tinha mais que o dobro do tamanho daquela que causou a extinção dos dinossauros.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Talvez você esteja se perguntando como algo tão grande acabou enterrado por lá. Glikson explica que, quando um asteroide atinge a Terra, ele forma uma cratera com um núcleo elevado. Para entender melhor, imagine que você jogou uma pedra em uma piscina: ao cair, ela vai formar uma espécie de cratera temporária, e uma gota vai ser espirrada para cima.

No caso da cratera, a estrutura é chamada de domo, e é algo típico das grandes formações causadas por impactos. “Entretanto, ele pode sofrer erosão ao longo de milhares a milhões de anos, tornando difícil identificar a estrutura", observou o autor. O domo pode acabar enterrado por sedimentos ao longo do tempo, e alguns tipos de movimentos entre as placas tectônicas podem fazer com que desapareça.

Apesar de ainda não haver provas definitivas de que a estrutura foi formada por um impacto, eles descobriram pistas importantes que indicam realmente se tratar de uma cratera: há ondulações simétricas na crosta da região, que parecem ter sido formadas pelas temperaturas altíssimas da colisão. Ainda, eles descobriram falhas geológicas radiais, comuns em outras estruturas causadas por impactos.

Entretanto, a maior parte das evidências sobre a origem da Estrutura de Deniliquin foram obtidas na superfície, e mais análises são necessárias para confirmar se ela é realmente uma cratera. “Para [conseguirmos] provas do impacto, vamos precisar de evidências físicas do choque, que só podem vir a partir da perfuração profunda da estrutura”, destacou.

O artigo que descreve as descobertas sobre a estrutura de Deniliquin foi publicado na revista Tectonophysics.

Fonte: Tectonophysics, The Conversation