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Cratera de 300 km pode ter sido criada por asteroide maior do que se pensava

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Setembro de 2022 às 12h12

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BENG-ART/Pixabay
BENG-ART/Pixabay

Um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, sugere que o asteroide que formou a cratera Vredefort, na África do Sul, pode ser maior do que se pensava: pesquisas anteriores apontavam que o objeto tinha cerca de 15 km de diâmetro, mas o novo estudo indica que, na verdade, o objeto podia medir mais de 20 km.

Não é à toa que a cratera Vredefort é considerada a maior do seu tipo em nosso planeta: hoje, ela mede cerca de 300 km de uma borda à outra, e se você fosse atravessá-la a pé sem fazer pausas, teria que caminhar por mais de dois dias. “Entender a maior estrutura de impacto que temos na Terra é essencial”, disse Natalie Allen, da universidade.

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Para isso, a equipe realizou uma nova simulação do impacto com o modelo Simplified Arbitrary Lagrangian Eulerian (iSALE), que mostrou um cenário já apoiado por estudos anteriores: a cratera parece ter sido causada por um objeto com 20 a 25 km de diâmetro, viajando de 15 km/s a 20 km/s na véspera da da colisão. Se o modelo estiver correto, o asteroide em questão é até mesmo maior que aquele que aniquilou os dinossauros, há cerca de 66 milhões de anos.

Miki Nakajima, professora assistente da universidade e coautora do estudo, acrescenta que este impacto pode ter afetado mais o clima da Terra do que o evento que formou a cratera de Chicxulub. Apesar de a colisão ter acontecido há cerca de dois bilhões de anos, quando havia apenas formas de vida unicelulares em nosso planeta, a poeira e aerossóis levantados pela colisão teriam bloqueado a luz solar.

Com isso, a superfície terrestre teria acabado resfriada por anos e até décadas.”Após a poeira se assentar, os gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, emitidos pelo impacto, teriam aumentado a temperatura global em alguns graus por um longo período”, disse Nakajima. Além de ajudar na compreensão de como a cratera foi formada, a simulação também ajuda os pesquisadores a entender a evolução do nosso planeta ao longo do tempo.

Ao estudar o material ejetado e a distância que viajou em relação à cratera, os pesquisadores podem estudar as localizações de massas terrestres antigas, com bilhões de anos. “É incrivelmente difícil restringir a localização das massas de solo muito antigas”, disse Allen. “As melhores simulações atuais produziram mapas de cerca de um bilhão de anos, e quanto mais você volta [para estudar o passado], mais crescem as incertezas”, explicou ela.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets.

Fonte: Journal of Geophysical Research: Planets; Via: University of Rochester