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Estudo fornece nova explicação para a maior explosão de biodiversidade na Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Novembro de 2021 às 11h38

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_Tempus_/Envato
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Há 469 milhões de anos, a Terra atravessava o Período Ordoviciano e os oceanos eram dominados por animais como trilobitas, conodontes e braquiópodes. Mas algum fenômeno provocou uma explosão na diversidade de espécies, as quais foram importantes para as formas de vidas que conhecemos hoje. Por muitos anos, o motivo desse aumento repentino na biodiversidade foi debatido pela ciência e uma nova pesquisa oferece mais uma peça deste complexo quebra-cabeça.

A explicação para o aumento na biodiversidade aponta para a explosão de um asteroide do Cinturão de Asteroides, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, que produziu tanta poeira que bloqueou parte da luz solar que chegava à superfície terrestre, derrubando as temperaturas. Apesar do consenso de que temperaturas mais baixas sejam favoráveis à diversificação de espécies, o novo estudo realizado pela Universidade de Copenhagen e do Museu Mors diz que esta explicação não se sustenta.

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A partir de registros geológicos e fósseis, os pesquisadores descobriram que a explosão na biodiversidade terrestre foi desencadeada por uma clima de resfriamento quando a Terra entrou em uma era glacial, mas bem antes da possível explosão do asteroide. “Seiscentos mil anos antes, para ser mais preciso", apontou o geólogo e paleontólogo Nicolas Thibault, coautor do estudo. As evidências revelaram que os dois fenômenos não poderiam ter relação.

Então, os pesquisadores analisaram amostras de sedimentos no fundo do mar em Steinsodden, na Noruega, os quais estão preservados em camadas de calcário. "Nosso estudo mostra que uma mudança para um clima mais frio começou exatamente 469,2 milhões de anos atrás", disse o paleontólogo Christian Mac Ørum Rasmussen, também coautor da pesquisa. Mais do que isso, Rasmussen e seus colegas perceberam que a mudança climática coincidiu com uma mudança na excentricidade orbital da Terra e em sua inclinação em relação ao Sol.

Cada uma destas mudanças ocorre ao longo de milhares de anos e a partir disto surgem os ciclos climáticos glaciais e interglaciais, conhecidos como ciclos de Milankovitch. Esta descoberta não anula os efeitos da explosão do asteroide sobre a Terra — os quais são sentidos até hoje, pois estima-se que um terço dos meteoritos que caem em nosso planeta sejam pedaços dele —, no entanto, a consequência foi ao contrário do que inicialmente era proposto.

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Jan Audun Rasmussen, principal autor da pequisa, explicou que em vez de provocar o aumento na biodiversidade, a poeira da explosão do asteroide, na verdade, atrapalhou a evolução de muitas espécies. "A poeira bloqueou a luz do Sol, o que prejudicou a maioria dos processos fotossintéticos — e as condições de vida dos animais em geral, como resultado", acrescentou. Novas pesquisas podem contribuir para uma compreensão mais detalhada deste período, mas descartar a poeira do asteroide já é um passo nesta direção.

Os pesquisadores acreditam que entender como o clima afetou a biodiversidade na Terra neste passado remoto será fundamental para prevenir a redução da variedade de animais e plantas em um futuro. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Fonte: ScienceAlert, University of Copenhagem