Vinícola da França parece estar em cratera de impacto de meteorito
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Uma vinícola na França parece estar localizada no interior de uma cratera formada pelo impacto de um meteorito na Terra. A descoberta da possível origem da formação vem de Frank Brenker, geólogo e cosmoquímico da Universidade Goethe, que passou férias na vinícola Domaine du Meteore e notou algumas características que chamaram sua atenção.
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Uma delas é que a vinícola fica em uma depressão de formato redondo, com cerca de 220 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade. Os proprietários promovem o local com base na hipótese, elaborada durante a década de 1950 por geólogos, de que o local foi formado pelo impacto de um meteorito.
A hipótese foi descartada por cientistas da área alguns anos depois, mas Brenker ficou intrigado pela formação. “As crateras podem ser formadas de vários jeitos, e as crateras de meteorito são realmente muito raras”, explicou. “Entretanto, descobri que as várias outras interpretações de como esta depressão pode ter sido formada, são muito pouco convincentes de uma perspectiva geológica”.
Assim, ele e a esposa coletaram amostras de rochas do local para análises no laboratório da universidade. Eles encontraram sinais de uma cratera de impacto e evidências de brecha, um tipo de detrito rochoso que se mantém unido por um “cimento” e que pode ocorrer durante impactos de meteoritos.
Depois, Brenker entrou em contato com Andreas Junge, professor de geofísica aplicada na universidade. Junto de um grupo de estudantes, eles foram à França para examinar os detalhes da cratera, e descobriram que o campo magnético terrestre ali é levemente mais fraco do que nos arredores — outro sinal da ocorrência do impacto de uma rocha espacial.
Com a ajuda de pequenos ímãs presos a uma placa, os pesquisadores descobriram pequenas esférulas de óxidos de ferro. Após novas análises, eles identificaram ferro com níquel e vários microdiamantes de choque, formados pela alta pressão do impacto do meteorito.
Brenker osberva que as microesferas podem ter sido formadas pela abrasão do meteorito na atmosfera ou até na véspera do impacto. “Isso, junto com o campo magnético menor e outras descobertas geológicas e mineralógicas, nos permite chegar a uma conclusão que dificilmente será diferente: um meteorito realmente caiu aqui”, finalizou.
O artigo com as descobertas foi apresentado durante a 54ª Conferência de Ciências Lunares e Planetárias.
Fonte: 54ª Conferência de Ciências Lunares e Planetárias; Goethe-Universität Frankfurt