10 anos do meteoro de Chelyabinsk: relembre a intensa explosão
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 15 de Fevereiro de 2023 às 13h57
Nesta quarta-feira (15), completam-se 10 anos da explosão de um meteoro sobre a cidade de Chelyabinsk, na Rússia. A rocha espacial media cerca de 18 metros de diâmetro, mas a explosão foi tão intensa que liberou uma forte onda de choque que quebrou janelas, destruiu partes de construções em seis cidades russas e feriu milhares de moradores com os estilhaços do vidro.
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O meteoro de Chelyabinsk
Naquele dia, o asteroide, considerado de pequeno porte, atravessou a atmosfera da Terra a cerca de 19 km/s e se rompeu a cerca de 20 km de altitude; apenas dois segundos depois, a rocha espacial se rompeu. A explosão foi tão forte que liberou o equivalente a 440 mil toneladas de TNT.
A maioria dos ferimentos nos moradores foi causada pelo vidro quebrado. Contudo, centenas de pessoas sofreram danos nos olhos devido à explosão que iluminou brevemente o céu com mais luz que o Sol. Houve, ainda, relatos de queimaduras causadas pela radiação ultravioleta da explosão.
Após o ocorrido, moradores e alunos de escolas no local encontraram meteoritos, fragmentos do asteroide que resistiram à passagem pela atmosfera e chegaram ao solo. Grande quantidade deles caiu em Chelyabinsk, mas houve fragmentos encontrados também no lago Chebarkul, nos Montes Urais.
Identificação de asteroides perigosos
Richard Moissl, diretor de defesa planetária na Agência Espacial Europeia, observa que asteroides do tamanho do meteoro de Chelyabinsk atingem a Terra em intervalos de 50 a 100 anos. “Os ferimentos causados por explosões no ar ou eventos similares podem ser evitados se as pessoas foram informadas de um impacto a caminho”, disse.
O meteoro que explodiu sobre Chelyabinsk veio da direção do Sol, ou seja, estava em um “ponto cego” para telescópios e outros sensores no solo, o que destacou a necessidade do desenvolvimento de telescópios para monitoramento de asteroides. Não há nenhum deles conhecido a caminho de colidir com a Terra, e é comum que rochas espaciais atinjam a atmosfera apenas algumas horas depois de serem descobertas.
Talvez você tenha ouvido falar sobre asteroides que iriam passar “perto” da Terra — em termos astronômicos, claro. Se as detecções deles são cada vez mais frequentes, é porque as agências espaciais vêm aprimorando os recursos para descobri-los. “O mais importante é que o público entenda que muitas destas aproximações são bem distantes”, disse Paul Chodas, gerente do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS), da NASA.
Meteoro de Chelyabinsk vs o evento de Tunguska
O meteoro explodiu sobre Chelyabinsk mais de um século depois de outra rocha espacial se romper na Sibéria. Durante a manhã de 30 de junho de 1908, um asteroide de aproximadamente 60 metros se rompeu na floresta perto do então rio Podkamennaya Tunguska, e liberou energia suficiente para destruir cerca de 80 milhões de árvores em uma área de 2.150 quilômetros quadrados.
Assim como aconteceu em Chelyabinsk, testemunhas oculares também relataram a observação de uma bola de fogo brilhante no céu, acompanhada de um clarão e um estrondo na sequência. A pressão somada ao calor fizeram com que o asteroide se fragmentasse e acabasse aniquilado, sem deixar uma cratera.
Enquanto o meteoro de Chelyabinsk se movia a cerca de 19 km/s, o objeto que causou o evento em Tunguska viajava a mais de 50 mil km/s. Ele se rompeu a quase 8 km de altitude, produzindo uma bola de fogo e liberando energia equivalente a quase 185 vezes à da bomba detonada sobre Hiroshima, no Japão — para comparação, o meteoro de Chelyabinsk liberou energia equivalente a 35 bombas.