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Meteoritos de Chelyabinsk podem ter vindo de asteroide "disfarçado"

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Outubro de 2022 às 10h41

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M. Ahmetvaleev/ESA
M. Ahmetvaleev/ESA

Os meteoritos da “bola de fogo” que explodiu em Chelyabinsk, na Rússia, podem ter vindo de um asteroide próximo da Terra. A conclusão vem de um novo estudo de cientistas da Universidade do Arizona, que descobriram que o asteroide 1998 OR2, com pouco mais de 1 km de diâmetro, pode ter sido o “pai” dos meteoritos de cor escura encontrados no solo após a explosão.

Os asteroides são objetos menores que planetas, formados por fragmentos rochosos deixados após a formação do Sistema Solar. Já os meteoros são pedacinhos de rocha ou outros objetos que entram na atmosfera terrestre, sendo queimados pelo atrito com o ar. Se o meteoro sobreviver à passagem e chegar à superfície, ele é chamado de “meteorito”.

Pois bem, em fevereiro de 2013, um meteoro “bola de fogo” explodiu no céu da cidade russa Chelyabisnk, emitindo uma onda de choque tão forte que quebrou vidros e feriu mais de mil pessoas. A explosão deixou meteoritos com “veias” escuras no solo, criadas pelo chamado “escurecimento de choque”.

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Adam Battle, autor principal do novo estudo, explica que este é um processo de alteração causado quando algo atinge um corpo planetário rígido o suficiente para que as temperaturas derretam a rocha parcial ou completamente, alterando a aparência dela visualmente e nos dados.

Apesar de o processo ser conhecido, apenas 2% dos meteoritos condritos carbonáceos, um tipo comum deles, tem sinais do escurecimento de choque. Assim, a origem da rochas seguiu um mistério por muito tempo. “Este processo já foi visto várias vezes em meteoritos, mas só apareceu em asteroides em um ou dois casos fora do Cinturão de Asteroides”, disse eçe.

Ao observar o asteroide 1998 O2, Battle e seus colegas conseguiram dados da composição da superfície dele. Visualmente, o asteroide parecia ser do tipo condrito, mas a ferramenta de classificação usada pela equipe mostrou que ele poderia ser carbonáceo. Então, a equipe resolveu investigar a discrepância entre as classificações, e eliminaram a possibilidade de que a exposição ao espaço tenha afetado a superfície do asteroide.

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No fim, os autores concluíram que o escurecimento de choque era o responsável pela diferença entre os dois métodos de análise, já que o processo pode escurecer os minerais na rocha e sua superfície. Foi assim que o asteroide ficou parecido com um asteroide carbonáceo para os “olhos” da ferramenta. “Ele definitivamente é um condrito comum, com base em sua mineralogia”, disse Battle.

As primeiras hipóteses que descrevem este processo nasceram no fim da década de 1980, mas só ganharam impulso após o ocorrido na Rússia. “O trabalho de Adam mostrou que os asteroides condritos comuns podem parecer carbonáceos em nossas ferramentas se forem afetados pelo escurecimento de choque”, disse Vishnu Reddy, coautor do estudo. “Estes dois materiais têm diferentes forças físicas, o que é importante quando tentamos desviar um asteroide perigoso”, observou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Planetary Science Journal.

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Fonte: The Planetary Science Journal; Via: University of Arizona