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Clássicos do cinema: 10 dos melhores filmes dos anos 1940

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Divulgação/Warner Bros, United Artists, General Film
Divulgação/Warner Bros, United Artists, General Film

Como sabemos da diversidade do nosso público, pensamos nesse resgate de clássicos do cinema. Muitos deles, claro, não precisam ser exatamente resgatados — afinal, permanecem presentes no imaginário de quem os assistiu ou, ainda, fazendo parte de nossas formações. Acontece que, nos streamings mais populares, proporcionalmente, pouco há do catálogo de antes da década de 1990.

Pois agora vamos aos anos 1940, década na qual tantos os EUA quanto tantos outros países entraram embarcados na Segunda Guerra Mundial. Durante esse período, os números musicais se tornaram talvez mais intensos, com os estúdios investindo especialmente nas comédias musicais. Era, de repente, a tentativa da indústria de tornar a sensação do combate menos difícil, ou, em outras palavras, de lucrar com a necessidade de leveza.

8. Relíquia Macabra

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Também conhecido como O Falcão Maltês (que é a tradução literal do seu título original), Relíquia Macabra é uma obra-prima de John Huston toda concentrada em uma estrutura de film-noir. Nela, um detetive particular assume um caso que o envolve com três criminosos no mínimo excêntricos e um mentiroso elegante e de muito boa aparência. Além disso, o protagonista, Samuel Spade (interpretado por Humphrey Bogart), segue uma busca por uma estatueta de valor inestimável. É um filmaço especialmente para quem está com disposição a se entregar a um suspense hipnotizante, cheio de chantagens, com assassinatos pelo caminho, corrupção e intrigas.

7. Alemanha, Ano Zero (ou toda a Trilogia da Guerra)

Fim da Segunda Guerra Mundial. Então, Roberto Rossellini finaliza uma trilogia iniciada por Roma, Cidade Aberta (1945) e Paisà (1946) de maneira enxuta e direta. São três estudos diferentes sobre a Europa do pós-guerra. O diretor italiano fundamenta-se com todo respeito possível em cima dos que morreram e se sacrificaram. À procura de um novo mundo, são justamente a morte e o sacrifício que dão liga à trilogia, visto que não há ligações diretas entre os personagens dos três filmes. Em Alemanha, Ano Zero, o que se vê é um jovem alemão enfrentando os problemas da vida difícil em Berlim imediatamente após a guerra. Mesmo curto, com uma hora e onze minutos, é um dos maiores estudos de personagem já realizados na história do cinema.

6. Festim Diabólico

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Inspirado em uma peça teatral, Festim Diabólico é um dos filmes mais festejados do prolífico mestre do suspense Alfred Hitchcock. Aqui, contando com um monumental plano sequência (que liga o filme às características teatrais), os protagonistas estrangulam um amigo em comum somente para provar que conseguem realizar o crime perfeito. Recebendo convidados, com a noiva do morto inclusa, servem comida em cima do baú no qual esconderam o corpo. A tensão criada e construída por Hitchcock é das mais instigantes e tudo com James Stewart — um ator fetiche do diretor — em uma atuação gigante.

5. As Vinhas da Ira

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O clássico e de direção sempre formal John Ford, talvez o maior (ou pelo menos um dos maiores) dos diretores de faroestes já vividos, traz a saga de uma família pobre que é forçada a deixar suas terras. Viajando meio país, essa família sofre com a Grande Depressão e a aflição da vida de sem-teto. As Vinhas da Ira é um drama histórico e, provavelmente, o filme mais emocional de um diretor que sempre prezou pela forma.

4. Pai e Filha

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Noriko (Setsuko Hara) tem vinte e sete anos e ainda mora com o pai (Shukichi — Chishû Ryû), que é viúvo. Todo mundo tenta convencê-la a se casar, mas ela quer ficar em casa cuidando do pai. A partir dessa premissa, um dos cineastas mais sensíveis do Japão e do mundo destaca a história poderosa do papel das mulheres no Japão do pós-guerra. Yasujiro Ozu é capaz de criar uma relação entre seus personagens que é tão rica e completa que, no final das contas, acabamos sentindo que conhecemos cada um deles, especialmente a dupla que dá título ao filme.

3. Narciso Negro

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A dupla de diretores Michael Powell e Emeric Pressburger, que poderia estar na lista com outros filmes, traz a história de um grupo de freiras que luta para estabelecer um convento no Himalaia. Ao mesmo tempo, a grandiosidade e beleza da estética empregada por Powell e Pressburger contrastam com o isolamento ao mesmo tempo que o corroboram com uma claustrofobia inversa — e o clima extremo, a altitude e os conflitos culturais seguem conspirando para levar à loucura os missionários bem-intencionados.

Curiosamente, há uma minissérie (Black Narcissus) lançada em 2020 que é adaptada do mesmo romance de Rumer Godden. Algumas cenas são referências diretas ao filme em questão, mas esse lançamento foi um fracasso de público e crítica.

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2. Ladrões de Bicicletas

Muito provavelmente o auge do neorrealismo italiano, é um dos filmes que mais efetivamente expõe a onipresença infantil para reproduzir uma certa inocência em sua análise social crua, sem a censura analítica dos adultos. Assim, mostra-se a realidade sem disfarçá-la, inclusive com cenários naturais e atores amadores. O neorrealismo aproxima-se, em alguma medida, das características de um documentário.

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1. Casablanca

Para alguns, o maior da história. Para outros tantos, o segundo maior. Para todos (ou quase isso) entre os 10 de todos os tempos. O trabalho de Michael Curtiz é um monumento, é um filme que fez e faz sucesso em uma escala tão ampla que acaba se tornando praticamente incontestável. Suas qualidades não se dão em algum sentido de evolução, experimentalismos ou por uma estética diferenciada — como seria festejado posteriormente o hors-concours Cidadão Kane (lançado um ano antes). A questão é que Curtiz, inteligentemente, fez com que Casablanca se adequasse e reafirmasse todas as convenções cinematográficas de sua época. Nesse sentido, o filme segue a forma clara, instituída e conhecida da grandiosidade de Hollywood e acaba por se tornar seu maior e mais respeitável exemplo. A história, aparentemente simples, segue Rick Blaine (Humphrey Bogart), um expatriado cínico e cansado do mundo que dirige uma boate no Marrocos durante os primeiros momentos da Segunda Guerra Mundial.

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Menção honrosa hors-concours: Cidadão Kane

Fora da lista principal por ser a maior obra-prima — ou, pelo menos, um dos mais inquestionavelmente importantes — da década e facilmente entre as maiores de todos os tempos, Cidadão Kane é um filme revolucionário. Essa revolução causada pela obra de Orson Welles, especialmente quando, anos depois de seu lançamento oficial, foi redescoberta, é uma das maiores (se não for a maior) influência para o cinema que conhecemos hoje. De todo jeito, com quase 80 anos de existência, Cidadão Kane é um marco que, enquanto não existir outra subversão tão forte e efetiva quanto, continuará, citando indiretamente Pauline Kael — crítica de cinema que bateu de frente com o trabalho de Welles —, cada vez mais novo ao mesmo tempo em que fica, a cada ano, mais velho.

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Menção honrosa brasileira: O Ébrio

A história escrita e dirigida por Gilda de Abreu conta com o protagonismo do icônico Vicente Celestino (autor do argumento). Nela, Gilberto (Celestino) é um homem de bom coração que, traído por sua esposa e amigos, simula a própria morte e assume uma nova identidade, como um bêbado errante sem nome.

Agora, ficam aí os comentários para que vocês acrescentem filmes e possamos criar uma lista de obras-primas cada vez maior e construída por todos nós!