10 atores e cineastas acusados por crimes sexuais
Por Redação | Editado por Jones Oliveira | 14 de Maio de 2022 às 11h05
A recente notícia de que a atriz de Doutor Estranho, Zara Phytian, foi condenada por abuso sexual de uma menor de idade no Reino Unido chocou o mundo do entretenimento. Não apenas por ser um escândalo envolvendo um nome ligado à Marvel — mesmo ela sendo pouco mais que uma figurante no longa de 2016 —, mas por não ser um episódio isolado em Hollywood.
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Ao longo dos últimos anos, as denúncias de casos de violência sexual envolvendo grandes nomes do cinema deixaram de ser raros. De atores a grandes diretores e produtores, os abusos começaram a ser expostos à medida que mais e mais mulheres se sentiram prontas para quebrar o silêncio e trazer luz a esses casos.
Ao mesmo tempo, a gente sabe que, infelizmente, existem tantos outros que ainda são desconhecidos da mídia e do grande público pelo fato de as vítimas não se sentirem confortáveis para falar sobre o assunto. É uma questão delicada que envolve não só a violência física e sexual em si, mas também um abuso psicológico que quase força esse silêncio.
Assim, para dar destaque a esses casos e incentivar que mais mulheres levem casos de abuso às autoridades, elencamos aqui alguns dos casos que mais mexeram com a indústria do cinema nos últimos anos. E lembramos que, no Brasil, os casos de violência sexual e abusos de forma geral devem ser denunciados pelo telefone 181.
7. Armie Hammer
O escândalo envolvendo o ator Armie Hammer é um dos mais bizarros que surgiram no noticiário de entretenimento nos últimos tempos. Até porque as denúncias não se limitaram apenas ao abuso sexual, mas também a acusações de canibalismo. Sim, você não leu errado: além de tudo, ele ainda tinha um fetiche muito específico com carne humana.
No início de 2021, uma troca de mensagens entre o ator e uma mulher vazaram na internet e ele aparecia falando sobre alguns fetiches um tanto quanto estranhos. Além de dizer que gostava de fantasiar sobre estupro, ele afirmava curtir coisas como canibalismo e até descreve imaginar segurar o coração da moça nas mãos.
A partir daí, outros relatos e mensagens começaram a surgir, incluindo alguns mais pesados em que ele literalmente descreve momentos de abuso e violência, dizendo inclusive ter usado uma faca contra uma das moças para fazê-la chorar.
Uma ex-namorada chegou a vir a público comentar o assunto e confirmou o estranho fetiche de Hammer por sangue e essa tendência canibal e, embora tenha dito que tudo foi feito com consentimento, afirmou que precisou passar por um bom tempo de terapia para superar todos os traumas. Outra mulher relatou ter sido violentada sexualmente a agredida fisicamente por horas.
A polícia chegou a investigar alguns desses casos e o próprio Hammer se internou em uma clínica de reabilitação.
6. Bryan Singer
Você deve ter notado que um dos diretores responsáveis pelo cinema de super-heróis modernos anda sumido de Hollywood, não é mesmo? Pois os escândalos envolvendo o nome de Bryan Singer fizeram o cineasta sair de cena e se tornar persona non grata em muitos lugares. Tanto que, durante a divulgação de Bohemian Rhapsody, seu último grande projeto, ele foi totalmente escanteado.
Isso tudo porque Singer é acusado de abuso sexual por pelo menos cinco pessoas — e muitas delas eram menores de idade na época do ocorrido. E todos os casos são muito parecidos: eram adolescentes que ou tiveram algum de relacionamento com o diretor quando ele já era mais velho — o que é ilegal — ou que foram violentadas por ele no próprio ambiente de trabalho.
Exemplo disso é um rapaz que foi figurante no filme O Aprendiz, de 1998. Na época, ele tinha 17 anos e contou ao jornal The Atlantic que Singer apalpou seu órgão sexual durante as filmagens do longa. Em outro caso, um outro jovem diz ter sido estuprado em um iate durante uma festa em 2003.
Singer nega todas as acusações.
5. Roman Polanski
Um dos casos mais famosos de violência sexual envolvendo a indústria do cinema está ligada ao diretor Roman Polanski, ganhador do Oscar de melhor direção por O Pianista. Só que, muito antes disso, em 1977, ele já respondia à Justiça por cinco crimes cometidos contra uma garota de apenas 13 anos.
De acordo com os relatos da época, Polanski teria dito à mãe da menina que iria fazer uma sessão de fotos e, chegando ao local do ensaio, começou a embebedar e a drogar a adolescente antes de cometer o abuso. E tudo isso teria acontecido na casa do ator Jack Nicholson, que estava viajando.
Polanski não nega o ocorrido, embora diga que tudo foi consensual — contrariando a versão da vítima. Contudo, a lei da Califórnia considera estupro qualquer ato com menores de 14 anos, o que o ainda torna um criminoso. Com isso, o diretor foi condenado e, depois de passar pouco mais de um mês detido, saiu e mora na Europa desde então, evitando visitar países que possam deportá-lo para os Estados Unidos.
4. Kevin Spacey
Outra grande nome que sumiu de toda e qualquer produção após uma série de denúncias foi o de Kevin Spacey. O ator tinha acabado de ganhar um Globo de Ouro por seu papel em House of Cards quando o ator Anthony Rapp o acusou de tentativa de abuso sexual quando tinha apenas 14 anos.
Diante do ocorrido, outras pessoas vieram a público com relatos semelhantes, incluindo por pessoas que estavam trabalhando com ele na série da Netflix. Pelo menos oito pessoas ligadas à produção alegaram casos de assédio e abuso sexual envolvendo o ator. Todos eles citavam um comportamento predatório de Spacey, principalmente com assistentes e jovens.
Diante das denúncias, a Netflix o afastou do seriado e outros projetos para cinema também foram cancelados ou seguiram sem o envolvimento de Spacey.
3. Allison Mack
Outro caso bastante famoso e igualmente bizarro envolve a atriz Allison Mack, uma das estrelas do seriado Smallville. Isso porque, além de abuso e violência sexual, a história ainda envolve uma estranha seita e até histórias de escravização.
Todo o caso gira em torno da NXIVM, um culto criado nos Estados Unidos como um grupo de autoajuda que cresceu rapidamente ao recrutar pessoas. O problema é que, em alguns casos, essa convocação servia para aliciar jovens mulheres para se tornarem escravas sexuais de Keith Reniere, líder da seita, que foi condenado a 120 anos de prisão por tudo isso.
E é aí que Mack atuava. Em 2019, ela própria assumiu que extorquia e até conspirava para recrutar essas mulheres, sabendo que elas seriam abusadas por Raniere. Ela foi condenada a três anos de prisão e a história virou um documentário.
2. Woody Allen
Outro grande cineasta envolvido em crimes bastante pesados é Woody Allen. Dylan Farrow, sua filha adotiva, o acusa de tê-la molestado quando tinha apenas sete anos de idade em caso que gerou muito debate no início dos anos 1990 não só pelo escândalo em si, mas por fazer parte de uma trama bem rocambolesca que virou um documentário.
Na época, Allen namorava a atriz Mia Farrow, com quem ele tinha três filhos — um biológico e duas adotadas, sendo uma delas a menina que o acusa de abuso. Além disso, Farrow tinha uma outra filha adotiva, Soon-Yi Previn, que tinha 21 anos na época.
E todo o enrosco começa quando é descoberto que Allen e Previn tinham um caso. Assim, o que o ator e diretor alega é que a denúncia de violência sexual contra a menina de sete anos é, na verdade, uma invenção de Farrow para atingi-lo após descobrir a traição com uma de suas filhas. Allen e Previn estão casados até hoje.
No entanto, Dylan mantém a sua versão sobre o caso desde então e fazendo questão de não deixar essa história morrer com o tempo.
1. Harvey Weinstein
Você pode nunca ter visto o nome de Harvey Weinstein em um pôster ou mesmo em um filme, mas certamente já deu muito dinheiro para ele. Considerado um dos homens mais poderosos de Hollywood, ele foi produtor de filmes como Gênio Indomável, Sin City, O Senhor dos Anéis e boa parte dos projetos de Quentin Tarantino.
E, em 2017, ele se tornou protagonista de uma história nada bonita: diversas celebridades de Hollywood se uniram para expor casos de violência que elas viveram envolvendo Weinstein. São casos que vão do assédio ao estupro e cuja exposição serviu para incentivar mais vítimas a quebrarem o silêncio. Foi o que deu força a movimentos como o #MeToo e o Time’s Up.
Tudo começa com uma denúncia do jornal The New York Times de que o produtor teria assediado 13 mulheres e estuprado três. Em seguida, outras 80 mulheres vieram com histórias parecidas, inclusive algumas atrizes de renome, como Angelina Jolie, Salma Hayerk e Uma Thurman.
Depois de um longo julgamento e de toda a repercussão originada a partir da exposição dos casos, Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão.