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5 séries que quebram a quarta parede

Por| Editado por Jones Oliveira | 23 de Agosto de 2022 às 19h00

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NBC, Two Brothers Pictures
NBC, Two Brothers Pictures

A estreia de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis pegou muita gente surpresa por usar um tipo de linguagem não tão comum em séries de TV: a quebra de quarta parede. É aquele momento em que o personagem parece estar ciente de que ele está dentro de um programa ou que a gente está acompanhando aquela história. Uma brincadeira de metalinguagem que pode ser feita desde uma conversa direta com o espectador até uma simples olhadela para a câmera.

É um recurso até bastante simples — os gibis da Turma da Mônica fazem isso há muito tempo —, mas que aparecem com pouca frequência no mundo do audiovisual. Por isso mesmo, ver o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) brincando com isso foi uma ótima novidade.

Só que isso não é uma exclusividade da Mulher-Hulk e outras produções já fizeram esse mesmo tipo de uso da metalinguagem para dialogar e interagir com o público em suas histórias. Assim, se você ficou interessado nesse tipo de abordagem, conheça algumas outras séries que também quebram a quarta parede.

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5. Sex and the City

Algumas séries ficaram muito famosas pelo uso da metalinguagem e Sex and the City não é uma delas. Então por que a gente a colocou em nossa lista? Pelo simples fato de as poucas vezes que o recurso foi aplicado na trama funcionou perfeitamente dentro da proposta apresentada.

A quebra da quarta parede no seriado acontece apenas na primeira temporada, quando Carrie (Sarah Jessica Parker) realmente conversava com o público e fazia comentários sobre as situações que ela acabara de vivenciar. E isso era ótimo, porque transformava o espectador em uma espécie de cúmplice da protagonista, que desabafava e contava confidências com quem estava assistindo. Era quase como se a gente fosse parte do grupo da personagem.

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Só que brincar com a metalinguagem não é tão simples assim e, após alguns testes, os roteiros desistiram desse recurso e a trama seguiu por um caminho mais tradicional.

4. Um Maluco no Pedaço

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De forma bastante parecida, Um Maluco no Pedaço também transformava o público em cúmplice em momentos específicos. No caso, as interações de Will Smith com o espectador eram bem mais discretas, limitadas quase sempre a uma olhada para a tela ou um comentário aqui e ali.

E esse é um dos segredos da quebra de quarta parede: ela funciona muito mais em doses homeopáticas do que sendo repetida de forma contínua. Parar a história a todo momento para falar com a câmera pode deixar a narrativa truncada e as interações de Will com quem está assistindo à série era bastante pontual e na dosagem certa.

É algo que deu tão certo que ajudou a construir a imagem de Will Smith como esse amigão de todo mundo. Afinal, acompanhamos diversas temporadas em que ele realmente conversava com a gente, de modo que todo mundo se sentia próximo ao personagem.

3. House of Cards

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Apesar de todas as polêmicas envolvendo Kevin Spacey, House of Cards sempre foi uma excelente série. Era basicamente o Game of Thrones do mundo real, com todo o jogo político que a gente adora ver, mas sem dragões e com políticos de verdade fazendo tudo pelo poder. E a parte mais aterradora disso tudo, é que esse protagonista sem escrúpulos parecia estar nos puxando para dentro de seus esquemas.

Uma das primeiras séries originais da Netflix, House of Cards apresentou a metalinguagem a todo um público que nunca tinha visto esse tipo de interação com o público. E tudo a partir das olhadas que Frank Underwood dava para a câmera, deixando seu sarcasmo e espírito de porco vazar daquele mundo ficcional e invadir o nosso. Pior: era como se a gente fosse, de certo modo, tão corrupto quanto ele.

2. The Office

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O fato de ser um mocumentário faz de The Office a série perfeita para brincar com a quebra da quarta parede. Essa ideia de um documentário falso faz com que seja muito fácil os personagens interagirem com a câmera. Tanto que, em muitos momentos, a gente não sabe se eles estão conversando para essa produção que não existe ou se estão conversando com a gente mesmo. É tanta camada que a gente se perde.

É um formato que foi replicado em outros seriados que também repetem essa proposta, como Modern Family e, mais recentemente, em um episódio de Wandavision que faz um tributo a essas séries. Contudo, The Office é quem mais se destaca por incorporar a metalinguagem tão bem à história que está sendo contada e, o que é pior, fazer com que a gente se sinta parte dessa empresa.

1. Fleabag

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Mas é impossível falar de quebra de quarta parede sem citar Fleabag. A série roteirizada e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge se tornou um ícone da cultura pop por transformar esse recurso em um elemento fundamental na sua narrativa. Mais uma vez, vemos a interação da personagem com o público funcionar como esse canal de confidência e proximidade, mas tudo é tão bem feito que é impossível imaginar essa história sendo contada sem essas interações. A cumplicidade é parte fundamental da história.

É mais ou menos aquilo que a gente viu antes em Sex and the City, mas levado a um novo nível e abraçando o recurso sem vergonha ou arrependimento. Por isso mesmo, Fleabag se tornou a grande referência quando o assunto é metalinguagem — e a própria Mulher-Hulk: Defensora de Heróis carrega muito dessa influência.