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Quem inventou o ar-condicionado?

Por| Editado por Wallace Moté | 19 de Novembro de 2023 às 14h00

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O ar condicionado é um dos produtos mais utilizados em casas modernas, especialmente em locais com clima tropical como o Brasil, mas sua história já passou por diversas fases há literalmente milhares de anos. Contudo, os aparelhos da forma que são conhecidos atualmente foram desenvolvidos pelo engenheiro e inventor Willis Carrier.

De acordo com o que conta a história, Carrier estava esperando um trem em uma plataforma em Pittsburgh, EUA, quando percebeu que é possível “secar” o ar ao fazê-lo passar pela água para gerar uma névoa. Na prática, isso significa que seria possível controlar a umidade e outros aspectos em um determinado ambiente.

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Em 1902, Willis Carrier apresentou os primeiros projetos do que viria a se tornar o ar condicionado como o conhecemos. Para ser reconhecido como um dispositivo desse tipo, ele precisaria atender a quatro necessidades: controle de temperatura, controle da umidade, controle da circulação de ar e ventilação, e purificação do ar.

Após quatro anos de testes e aperfeiçoamentos, o produto foi patenteado em 1906 por meio da empresa Carrier E.U. Atualmente, a Carrier ainda existe como marca de ar condicionado, inclusive com vendas para o mercado brasileiro.

Posteriormente, o inventor Frederick Jones implementou suas ideias na forma do ar condicionado portátil. A invenção foi usada de forma ampla em hospitais militares, que se beneficiavam do ar mais fresco para manter os soldados feridos mais confortáveis durante suas recuperações.

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Jones teria uma carreira próspera na área, com mais de 60 patentes registradas com relação a produtos de climatização — incluindo a refrigeração para caminhões que transportavam comida, por exemplo.

O primeiro ar condicionado do Brasil

Alguns anos depois, o primeiro ar condicionado do Brasil chegaria ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado em 1909 — não tinha como ser diferente, já que se tratava da capital brasileira na época, conhecida por ter um clima bastante quente.

Desde então, a intenção dos engenheiros era fazer um sistema que promovesse uma contínua renovação do ar, sem a emissão de fortes jatos que pudessem oferecer efeitos negativos para a saúde e bem-estar dos espectadores e artistas.

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Por isso, a construção do primeiro ar condicionado brasileiro se baseou no Theatro Municipal de Nuremberg, na Alemanha. O sistema tinha dois ventiladores centrífugos de baixa rotação, deslocando 50 mil metros cúbicos de ar por hora.

Cada operação do ar condicionado no teatro era meticulosamente planejada, em que a pessoa responsável pelo funcionamento do sistema media a temperatura externa por meio de nove teletermômetros, duas horas antes das apresentações. Na sequência, o ar era ajustado para ficar 10ºC mais frio na parte interna.

Desde então, o teatro passou por modernizações nos anos de 1934, 1970 e 2000. Em cada uma delas, o sistema de ar condicionado foi aprimorado até funcionar como hoje.

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Soluções anteriores ao ar condicionado

Muito antes de Willis Carrier ter proposto uma solução que se assemelha ao ar condicionado que se conhece atualmente, há registros de populações que pensaram em formas diferentes de climatizar o ambiente.

É o caso dos Antigos Egípcios, que em 2.600 A.C criaram estruturas para criar ventilação natural dentro de suas edificações. Também se sabe que eles penduravam esteiras de palha úmidas em portas e janelas, para aliviar o calor.

Já no Império Romano, grandes redes de dutos foram construídos para levar água até onde fosse necessário — e, em alguns casos, essa água fria era usada como uma forma de climatizar o ar. Tecnologias do tipo eram usadas pelas pessoas mais ricas, com o fornecimento do líquido diretamente nas paredes das construções.

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Em 1748, cerca de um século e meio antes das inovações de Carrier, o professor William Cullen foi o primeiro a demonstrar os efeitos de refrigeração da climatização por evaporação.

Já em 1820, o cientista britânico Michael Faraday descobriu que o uso de amônia compressa líquida poderia resfriar o ar, já que a evaporação era viabilizada. Em 1842, o físico americano John Gorrie desenvolveu essa ideia ao usar a compressão para criar gelo, em uma solução que seria muito utilizada em hospitais na Flórida.

O futuro da refrigeração

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Para o futuro, é esperado que as inovações para o ar condicionado sejam voltadas especialmente para a busca pela sustentabilidade. Afinal, de acordo com estudos de 2018, os aparelhos do tipo representam quase 20% da eletricidade utilizada no planeta.

Para isso, é possível que o uso de fontes sustentáveis de energia seja intensificado, em combinação com a tecnologia inverter que representa uma economia de até 40%. Além de ser bom para o ambiente, a solução também é capaz de reduzir significativamente a conta de energia, especialmente em momentos mais quentes como a época de verão.

De acordo com o Relatório de Emissões de Refrigeração e Síntese de Políticas, as medidas de eficiência energética podem deixar de gerar até 210 a 460 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente até o ano de 2050. Essas iniciativas incluem a utilização de gases refrigerantes menos poluentes nos aparelhos de ar condicionado, por exemplo.

Fonte: A. Salles Engenharia, Carrier, Daikin, Um Só Planeta