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Urso mumificado siberiano não era espécie extinta, como acreditavam cientistas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Março de 2023 às 18h57

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North-Eastern Federal University
North-Eastern Federal University

Em 2020, um urso mumificado totalmente preservado no permafrost da Sibéria foi encontrado por pastores de rena, com pele, pelos, dentes, nariz, garras, gordura corporal e órgãos internos todos no lugar. Como foi encontrado no Grande Rio Etérico, o animal foi apelidade de Urso Etérico, e cientistas definiram que seria um urso-das-cavernas já extinto, o Ursus spelaeus. Eles estavam bastante errados, segundo nova pesquisa.

Os fósseis de ursos-das-cavernas sugerem que os antigos animais chegavam a 3,5 metros de altura e pesavam 1.500 kg, e se extinguiram há cerca de 22.000 anos, no final do Último Máximo Glacial, a parte mais fria da última era glacial. Acreditava-se que a múmia de urso teria essa idade. A espécie era parente próxima dos ursos-pardos (Ursus arctos) e ursos-polares (Ursus maritimus).

Falso urso-das-cavernas

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Uma análise mais recente, no entanto, que envolveu uma necrópsia completa do antigo urso, revelou que ele era, na verdade, um urso-pardo de 3.640 anos atrás. O laboratório responsável é o mesmo da análise anterior, o Laboratório do Museu Lazarev do Mamute da Universidade Federal do Nordeste (NEFU).

Também se descobriu que o espécime era uma fêmea de 1,6 metros de altura e 78 kg, tendo de 2 a 3 anos quando morreu. Não se sabe como se deu o óbito da ursa, mas danos na sua espinha provavelmente contribuíram para o declínio. A Ursa Etérica estava tão bem preservada que o conteúdo do estômago estava parcialmente intacto, revelando uma dieta misturada de plantas e pássaros, com algumas penas ainda presentes na barriga. Isso comprova a natureza onívora da espécie.

O que falta descobrir

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O cérebro do animal também foi removido, após um corte ser feito no crânio, e deve ser estudado futuramente. Um dos maiores mistérios, por hora, é como o a Ursa Etérica atingiu a ilha siberiana de Grande Lyakhovsky, que fica a 50 quilômetros do continente. A explicação mais plausível, por hora, é de que os ursos-pardos foram até o arquipélago quando este ainda era ligado ao continente pelo congelamento do mar, no Último Máximo Glacial.

O problema é que, neste caso, mais restos de urso teriam sido encontrados pelos cientistas nas viagens até a ilha. Nela, já foram encontrados outros tesouros paleontológicos, como restos de mamutes-lanosos. Assim como maiores detalhes cerebrais do animal, uma boa resposta para esse questionamento só será possível após análises mais aprofundadas.

Fonte: Universidade Federal do Nordeste, Reuters