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Leão-das-cavernas de 28 mil anos é tão preservado que dá para ver seus bigodes

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Janeiro de 2023 às 16h00

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Boeskorov et al./Quaternary
Boeskorov et al./Quaternary

Cientistas continuam estudando filhotes de leões-das-cavernas encontrados no permafrost siberiano, congelados há milhares de anos e descobertos em 2018 por um caçador de presas de mamute local, Boris Berezhnev. A mais nova da dupla é a leoa Sparta, congelada há 28.000 anos, tão preservada que é possível distinguir seus bigodes individualmente.

A espécie leão-das-cavernas — Panthera spelaea — já está extinta há milhares de anos, mas alguns de seus restos continuam sendo encontrados em Yakutia, onde o gelo consegue preservar muito bem os corpos e, inclusive, os órgãos, no caso de Sparta. Além dos leões, outros animais adaptados ao frio seguem sendo encontrados na região, como rinocerontes lanosos, lobos, ursos pardos, renas e bisões, com até 40.000 anos de preservação.

O segundo animal, Boris, foi encontrado a meros 15 metros da pequena leoa-das-cavernas. Ele teria cerca de 50.000 anos, 15.000 anos mais velho do que a parceira, o que significa que, apesar de serem congelados próximos, eles nunca se conheceram. Ambos tinham de 1 a 2 meses de idade quando morreram no permafrost. O gelo, em algum momento, caiu no jovem macho, que está mais danificado, apesar de ainda incrivelmente preservado.

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O que sabemos sobre os leões-das-cavernas

O que sabemos sobre essas criaturas advém de fósseis, pegadas e artes primitivas em cavernas: elas eram maiores e mais peludas do que os leões africanos modernos, mas, aparentemente, não possuíam juba. Em pinturas rupestres da Era do Gelo, é possível ver padrões escuros nos rostos dos leões-das-cavernas, e não há nenhum sinal de jubas. A dupla preservada ostenta pelos bronze-amarelados, mas especula-se que os adultos teriam uma coloração levemente prateada, para uma boa camuflagem na neve.

Ainda não descobrimos se os bichos caçavam em bandos ou individualmente, embora grandes presas muito provavelmente seriam melhor abatidas em grupo, como vemos atualmente na África. Os números elevados também ajudariam a se livrar de predadores, mas, como não há evidências dos costumes dos animais, não há como cravarmos qualquer informação.

Segundo alguns cientistas, seria mais fácil clonar um leão-das-cavernas do que um mamute-lanoso, por exemplo, o que poderia nos revelar muitos dos segredos dos felinos — há, no entanto, as questões éticas de se mexer com animais extintos. Eles são muito mais recentes do que os mamutes, o que, com a ajuda de DNA dos leões africanos modernos, se torna bem mais viável.

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Desde o último estudo sobre a dupla de felinos preservados, de 2021, na revista científica Quaternary, os pesquisadores seguem sequenciando seu genoma, e não há relatos do estudo ter chegado a seu fim. Até lá, teremos de nos ater às informações que tiramos de cavernas, marcas e, quem sabe, outros leões-das-cavernas preservados no gelo.

Fonte: Quaternary