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Restos preservados de navio do século 16 são achados em pedreira na Inglaterra

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Janeiro de 2023 às 09h47

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Gnsin/CC-BY-SA-3.0
Gnsin/CC-BY-SA-3.0

Trabalhadores de uma pedreira no sudeste da Inglaterra descobriram, inesperadamente, os restos de um navio do século XVI, preservados no fundo de um lago. Poucas embarcações do Período Elisabetano foram encontradas até o momento, então esse achado pode representar um dos mais importantes itens arqueológico da época para o entendimento histórico da construção naval.

Foi nessa era histórica que os ingleses consolidaram seu poderio naval, expandindo suas relações comerciais por toda a Europa através do domínio do Canal da Mancha, que separa a ilha do continente. O século XVI viu grandes inovações navais e explorações marítimas, mas segredos de estado nos impedem de saber como as tecnologias foram evoluindo, o que pode ser revelado pelos restos preservados do navio.

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Navios, história e preservação

A embarcação foi descoberta ainda em abril de 2022, na área alagada da pedreira de Dungeness, que estava sendo drenada para a aquisição de cascalho no município de Kent, a 100 km de Londres. A distância do mar — o achado fica cerca de 300 metros da costa — tornou o achado muito curioso, mas não menos bem-vindo aos arqueólogos. O sítio pode ter feito parte da costa no século XVI ou o navio teria sido abandonado após um naufrágio, ou ainda lá descartado após não ser mais navegável.

Apesar de a identificação do navio não ter sido possível, análises dendrocronológicas (que se baseiam nos anéis de crescimento das árvores) feitas nas mais de 100 pranchas de madeira do casco revelaram que elas teriam vindo de carvalhos ingleses (Quercus robur) derrubados entre 1558 e 1580.

É justamente nessa época que o estilo de construção naval mudou do clínquer, usado pelos vikings, onde as tábuas eram sobrepostas no casco, para o carvel mediterrâneo, que consistia em pregar pranchas niveladas em um esqueleto interno. Isso permitiu que navios mais pesados saíssem dos estaleiros, utilizados, mais tarde, para explorar a costa atlântica do Novo Mundo.

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Como a madeira apodrece rapidamente caso exposta ao ar ou água, ela dura apenas alguns anos nesses ambientes caso não seja protegida por uma camada anaeróbica de sedimentos, a isolando do oxigênio. Poucas embarcações desse material sobreviveram, e, no caso do navio de Dungeness, o casco provavelmente só sobreviveu por conta da cobertura de lodo do fundo da pedreira alagada.

Os arqueólogos responsáveis pela pesquisa histórica estão, no momento, escaneando os restos com tecnologia laser e fotografias digitais. Após analisar os dados obtidos, o casco será enterrado sob a área alagada da pedreira novamente, deixando que seja preservado novamente pela camada de lodo — longe das mãos humanas, que apenas deteriorariam as pranchas ainda mais.

Fonte: Live Science