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Robô "convive" com pinguins e monitora os animais em tempo real

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 10 de Maio de 2022 às 16h00

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Reprodução/MARE
Reprodução/MARE

Pesquisadores do Laboratório de Sensoriamento Remoto de Animais Marinhos (MARE, na sigla em inglês) estão usando um robô para monitorar o comportamento de pinguins-imperadores na Antártida. O bot operado remotamente via satélite acompanha uma colônia inteira desses animais na baía da ilha de Atka.

Segundo os cientistas, o ECHO foi projetado para captar fotografias e vídeos em alta resolução da população animal, auxiliando o acompanhamento da integridade de todo o ecossistema marinho da região mais fria do planeta, além do papel de cada espécime na cadeia alimentar.

“Na Antártida, a cadeia alimentar é relativamente pequena e qualquer mudança em uma espécie que esteja mais abaixo nesse sistema pode afetar a saúde de predadores como o pinguim-imperador”, explica a ecologista de aves marinhas Stephanie Jenouvrier, autora principal do estudo.

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Sem incomodar

O robô ECHO se locomove silenciosamente entre os pinguins com a ajuda de uma bateria de longa duração. Para que ele não tenha que se aproximar dos bichos, antenas instaladas na parte de cima do bot são usadas para captar informações das tags que ficam presas aos pinguins.

Com esse dados captados em tempo real, a equipe espera aprender mais sobre como as mudanças climáticas naquela, e em outras regiões da Terra, podem afetar os animais que vivem na Antártida, causando prejuízos para o desenvolvimento sustentável de toda a fauna polar.

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“Nosso robô não interfere nas interações que acontecem dentro da colônia que conta com mais de 26 mil indivíduos. Ele passeia furtivamente entre os animais, tentando escanear os bichos que se dividem em grupos sem que eles percebam que estão sendo monitorados”, acrescenta o biólogo Daniel Zitterbart, coautor do estudo.

Pinguins-imperadores

Como principais predadores dessa região afastada, os pinguins-imperadores servem como espécies sentinelas, o que, segundo os cientistas, faz com que eles sejam animais ideais para estudar um ecossistema flutuante, podendo revelar prontamente se algo está errado.

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Desde 2017, cerca de 300 filhotes de pinguim-imperador são marcados por ano utilizando um sistema de microchips. Com o uso de transponders integrados passivos e dispositivos de identificação por radiofrequência, é possível monitorar esses animais remotamente.

“Ao usarmos um robô para completar essa cadeia de monitoramento, pretendemos observar os pinguins-imperadores pelos próximos 30 anos. Em 2026 vamos apresentar o primeiro conjunto de dados sobre a população animal da Antártida e essas informações serão analisadas ​​para ajudar a determinar como os pinguins estão se adaptando às mudanças climáticas”, encerra Zitterbart.