O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (06/08/2019)
Por Patricia Gnipper |
Hoje é terça-feira, dia de quê? Dia de ciência e astronomia no Canaltech, claro! Toda semana, a gente prepara um resumo com os principais acontecimentos científicos dos últimos sete dias, porque sabemos que você, talvez, não tenha tido o tempo que gostaria para acompanhar o noticiário e ficar por dentro de tudo o que importa. Então aqui vai:
Transformando pensamento em texto escrito
Cientistas nos Estados Unidos estão conseguindo trazer a ficção científica para a vida real. Eles conseguiram transformar sinais cerebrais da fala em frases escritas, e a ideia é permitir novas formas de comunicação para pessoas com deficiências graves.
O software de leitura cerebral funciona em conjunto com eletrodos posicionados no cérebro, que mapeiam a atividade cerebral por uma semana antes de o programa funcionar. Em testes com pacientes de epilepsia, a equipe usou computadores que combinaram os padrões de atividade cerebral com as perguntas feitas aos pacientes, à medida em que davam suas respostas. Então, o sistema começou a entender o que ativava tal resposta no cérebro, gerando as respostas de forma escrita. Contudo, a tecnologia ainda está num estágio bastante inicial de desenvolvimento, e o estudo continua.
Criando híbridos entre humanos e animais
O governo do Japão aprovou, em decisão histórica, um pedido de pesquisadores que querem cultivar pâncreas humano em ratos e camundongos. Esta será a primeira experiência do tipo a ser aprovada para seguir até o fim do processo.
As tentativas anteriores de se criar embriões humanos-animais tiveram as gestações interrompidas depois de alguns dias, ou, no máximo, poucas semanas; mas este novo processo pretende levar a gestação até o final, o que resultará no nascimento de animais híbridos, que possuem tanto genes humanos, quanto os da própria espécie. O objetivo aqui é testar se é possível desenvolver órgãos humanos no corpo de animais de laboratório, o que poderá ajudar a resolver os problemas relacionados à falta de órgãos para transplantes.
Vela solar já navega sem uso de combustíveis
A Sociedade Planetária está comemorando que a LightSail 2 já navega com sucesso sem usar combustível de propulsão, contando apenas com sua vela solar para se aproveitar do impulso luminoso vindo do Sol para esse movimento.
A nave foi lançada há poucas semanas e depois começou a abrir sua vela solar. Feito isso, a nave começou a subir em sua órbita ao redor da Terra, o que prova que a tecnologia da vela solar realmente funciona — ao menos para pequenos objetos, como é o caso da LightSail, que é um CubeSat. Ela agora se tornou a primeira espaçonave a usar uma vela solar para propulsão na órbita do nosso planeta. Sua missão deverá durar mais ou menos um ano.
Novo sistema estelar e um planeta potencialmente habitável
A busca por exoplanetas continua firme e forte e um novo sistema estelar acaba de ser descoberto contendo pelo menos um planeta que pode ter condições de abrigar vida. O sistema gira ao redor da estrela GJ 357, uma anã vermelha localizada a 31 anos-luz de nós.
O planeta potencialmente habitável tem massa seis vezes maior do que a da Terra e sua órbita dura 55 dias terrestres. Os autores da pesquisa disseram que ele recebe aproximadamente a mesma quantidade de energia estelar que Marte recebe do Sol e, se este planeta tiver uma atmosfera densa, ele poderia reter calor suficiente para permitir a existência de água no estado líquido em sua superfície.
A Lua é mais antiga do que imaginávamos
Um novo estudo acaba de mostrar que a Lua pode ser muito mais antiga do que sabíamos. Imaginávamos que nosso satélite natural tinha sido formado 150 milhões de anos depois do nascimento do Sistema Solar, mas o novo estudo indica que isso aconteceu, na verdade, só 50 milhões de anos depois que nosso sistema planetário se formou.
Novo combustível mais seguro e eficiente para foguetes
A Tesseract anunciou a criação de um novo tipo de combustível para foguetes que promete ser mais eficaz e seguro do que a hidrazina, usada desde os anos 1950 pela maioria dos veículos de lançamento.
A hidrazina é altamente tóxica e corrosiva, e exige um manuseio delicado, somente em data próxima ao lançamento para que o explosivo não fique parado por muito tempo. A empresa disse que criou uma alternativa química muito boa, mas não abriu detalhes sobre sua composição, por se tratar de um segredo comercial.
Satélite chinês cai na Lua (mas tudo dentro do planejado)
O minissatélite chinês Longjiang-2, lançado há pouco mais de um ano, caiu na superfície lunar. Mas calma, pois isso era exatamente o planejado: ao fim de sua missão, a agência espacial chinesa decidiu aposentá-lo desta forma trágica, mas comemorando de qualquer forma, pois ele ficou mais tempo em atividade na órbita lunar do que o planejado.