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Esta espécie sobreviveu à extinção em massa de 250 milhões de anos atrás

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Dezembro de 2022 às 18h10

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Dmitry Bogdanov/CC-BY-3.0
Dmitry Bogdanov/CC-BY-3.0

Paleontólogos descobriram um evento curioso entre os períodos Permiano e Triássico: é a improvável sobrevivência de uma espécie a uma extinção em massa, apenas para morrer alguns "poucos" milhões de anos depois. O clado inteiro, na verdade, pereceu uma era depois do que se imaginava: eram as górgonas, bestas que passaram com sucesso pela Grande Morte, de 251,9 milhões de anos atrás.

A subordem Gorgonopsia, cujas espécies foram as primeiras a terem dentes-de-sabre, eram predadores dominantes do Permiano, e acabaram representando um "clado morto-vivo", termo dos estudos de extinção que define organismos sobreviventes a grandes eventos de extinção, mas são tão afetados que não conseguem mais se recuperar.

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Sobrevivendo à catástrofe

Clados mortos-vivos podem viver por até milhões de anos após eventos como o do Permiano-Triássico, mas não conseguem mais se diversificar novamente nem conseguir abundância significativa em seus ecossistemas, acabando praticamente mortos ao olhar macroevolucionário.

Apresentada em 3 de novembro na conferência anual da Sociedade de Paleontologia Vertebrada, a nova pesquisa analisou 3 espécimes de górgona encontrados na bacia de Karoo, na África do Sul. Os gorgonopsianos existiram antes mesmo dos dinossauros, de 240 a 240 milhões de anos atrás, recebendo o nome da criatura mitológica grega que petrificava com o olhar.

Um crânio parcial do clado, encontrado no mesmo local e datado do período Indiano, de 251,9 a 251,2 milhões de anos atrás, vinha sendo ignorado por alguns cientistas com a crença de que tinha sido mal identificado ou mal datado: a análise atual, no entanto, definiu que o espécime seria, de fato, do gênero Cyonosaurus, do clado Gorgonopsia, além de outros dois espécimes da mesma bacia.

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Das 3 górgonas, 2 seriam da fronteira geológica do Permo-Triássico, e 1 da camada do início do Triássico. A sobrevivente provavelmente passou pela grande extinção graças ao seu tamanho, dieta flexível e abundância de espécimes. Mais ou menos do tamanho de uma raposa, o Cyonosaurus era carnívoro e tinha um focinho estreito, alongado e cheio de dentes, um dos menores gorgonopsianos que existiram.

Após a Grande Morte, ou extinção do Permiano-Triássico, a biodiversidade da bacia de Karoo diminuiu muito, mas permitiu que o Lystrosaurus, um herbívoro com presas do Permiano, se multiplicasse bastante: havia muitas presas para a alimentação das górgonas. Mais estudos serão feitos para confirmar o achado, mas ele já é considerado surpreendente, algo similar à ideia de que os Tyrannossaurus Rex teriam sobrevivido ao meteoro que extinguiu os dinossauros, há 66 milhões de anos.

Fonte: Live Science