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Estudo aponta que dinossauros caminhavam para extinção antes do asteroide

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Setembro de 2022 às 13h40

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12222786/Pixabay
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Há várias teorias acerca do fim dos dinossauros. Embora a comunidade científica, no geral, reconheça que a queda do meteoro Chicxulub, há 66 milhões de anos, foi um fator decisivo para a extinção dos não-avianos, há quem diga que eles já estavam em vias de sumir por conta própria por alguns milhões de anos. Uma nova pesquisa, agora, incide nova luz sobre a teoria, notando uma queda na biodiversidade dos grandes répteis.

A análise foi realizada em mais de 1.000 ovos fossilizados, coletados na China central e conduzidos pela Academia de Ciências do país. Segundo os achados, a diversidade dos dinossauros já vinha diminuindo por pelo menos 2 milhões de anos antes do evento final do Cretáceo. Os ovos estavam preservados em uma camada rochosa de 150 metros de espessura, depositada entre 68,2 e 66,4 milhões de anos atrás.

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Declínio dos dinossauros

A bacia de Shanyang, de onde vem os ovos fossilizados, guarda uma das reservas mais ricas em restos fósseis do final do período Cretáceo — o fato de que os pesquisadores encontraram apenas 3 espécies diferentes nos ovos fossilizados mostra uma queda na biodiversidade em comparação a registros fósseis mais antigos.

Esse declínio, teorizam, teria enfraquecido a habilidade coletiva de se recuperar do impacto do asteroide derradeiro ou se adaptar às condições climáticas turbulentas de sua época. Flutuações no clima global e erupções vulcânicas massivas são alguns dos fatores citados pelos especialistas na contribuição para a extinção de tantas espécies répteis.

Duas das três oospécies (espécies de ovo fossilizado) encontradas vinham de dinossauros sem dentes semelhantes a papagaios chamados ovirraptores, enquanto a outra vinha de herbívoros hadrossaurídeos, dinos com bicos como os de pato.

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A pouca diversidade encontra apoio nos restos de esqueletos de dinossauros da mesma bacia paleontológica, bem como de outros depósitos fósseis no leste e sul da China e na América do Norte, que mostram poucos dinos no mesmo período.

Controvérsias

Há, no entanto, controvérsias sobre a teoria. Mesmo os pesquisadores do estudo admitem que pode haver vieses nos registros fósseis, como diferenças na abordagem analítica e escassez de precisão geocronológica na datação de dinossauros fossilizados. As técnicas utilizadas, por exemplo, envolveram estratificação de centenas de amostras rochosas encapsulando os fósseis de ovo, estimando sua idade e construindo uma linha do tempo com resolução de 100.000 anos.

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Outros estudos discordam, como uma análise recente que simulou a especiação dos dinossauros — a taxa com que novas espécies surgem — e determinou que menos de 20% dos grandes répteis estavam em declínio terminal antes do impacto do asteroide, com certas espécies até mesmo prosperando.

Os cientistas chineses, mesmo assim, gostariam de ver uma solução para o debate, que, segundo eles, só poderá ser resolvido ao encontrar, amostrar e analisar mais fósseis, além de integrar dados já coletados e formar uma base sólida de informações sobre os antigos animais e seus padrões de extinção. O estudo na Ásia, esperam eles, deve ajudar a melhorar esse entendimento.

Fonte: PNAS, Royal Society Open Science