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Extinção de mamíferos avança mais rapidamente do que sua capacidade de evoluir

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Janeiro de 2022 às 17h10

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Nam Anh/Unsplash
Nam Anh/Unsplash

Espécies de animais e vegetais estão cada vez mais ameaçadas de extinção por conta da atividade humana — e sua capacidade de evoluir para se adaptar não é tão rápida para evitar seu desaparecimento. É o que diz um estudo liderado pela Aarhus University, que também apontou que, caso os esforços de conservação da biodiversidade não melhorem, muitos mamíferos desaparecerão da Terra nas próximas cinco décadas.

A Terra já foi palco de cinco grandes extinções em massa. Ainda assim, sempre após cada um delas, a natureza lentamente se encarregou de recuperar esses vazios a partir da evolução. Mas, até então, todos estes grandes eventos foram provocados por algum fator natural.

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Hoje, o planeta atravessa o sexto evento de extinção em larga escala, mas, ao contrário dos anteriores, este é totalmente atrelado às atividades humanas. O problema é que os danos aos habitats dessas espécies têm avançado a um ritmo muito mais veloz do que a capacidade evolutiva desses organismos.

A pesquisa estimou que, caso os mamíferos se diversifiquem em suas taxas normais, levariam de 5 a 7 milhões de anos para que a biodiversidade anterior aos humanos modernos fosse recuperada. Ainda, de 3 a 5 milhões de anos para atingir o número atual de espécies.

Atividade humana é uma crescente ameaça

O estudo se baseou em um grande volume de dados sobre mamíferos, incluindo os que sumiram tão logo nossa espécie começou a se espalhar pela Terra. Dessa maneira, os pesquisadores puderem observar o impacto geral da humanidade sobre esses organismos.

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No entanto, cada espécie tem um peso diferente na árvore evolutiva. Por exemplo, o já extinto leão-marsupial pertencia a um ramo bem distinto de seus parentes mais próximos. Sendo assim, quando esse animal desapareceu, perdeu-se também toda ramificação daquela vida.

Toda a história evolutiva de milhões de anos representada em uma única espécie também some. Ainda hoje, grandes animais como o rinoceronte-negro estão fortemente ameaçados de extinção. Já os elefantes asiáticos, sobreviventes de uma ordem que incluía os mamutes, têm menos de 33% de chegar até o fim do século.

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Através de modelos, simulações evolutivas avançadas e dados sobre tamanhos de mamíferos vivos e extintos, os pesquisadores buscaram calcular se estes animais seriam capazes de se recuperar naturalmente em um cenário otimista, cujo meio ambiente havia parado de ser degradado pela humanidade.

Os resultados demostraram que os mamíferos lavariam de 3 a 5 milhões de anos para recuperar os ramos da árvore evolutiva já perdidos — incluindo as espécies que podem sumir pelos próximos 50 anos — e mais de 5 milhões de anos para alcançar a biodiversidade com espécies gigantes como na Idade do Gelo.

O estudo, no entanto, ofereceu informações de como espécies ameaçadas de extinção podem ser rapidamente identificadas para evitar que elas sumam de vez. "É muito mais fácil salvar a biodiversidade agora do que evoluí-la novamente mais tarde", ponderou Davis.

O resultado da pesquisa foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

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Fonte: PNAS, Via ScienceDaily