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Extinção em massa ocorrida há 250 milhões de anos não teve apenas uma causa

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Novembro de 2021 às 17h26

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PaleoFactory/Sapienza University of Rome
PaleoFactory/Sapienza University of Rome

Por volta de 250 milhões de anos atrás, a extinção em massa do final do período Permiano (EPME, na sigla em inglês) dizimou entre 80 a 90% dos organismos marinhos e terrestres. Embora pesquisas anteriores apontem as erupções vulcânicas como o principal gatilho deste fenômeno mortal, um novo estudo, conduzido pela Chinese Academy of Sciences, apresenta uma nova peça deste quebra-cabeça, indicando que um inverno vulcânico também teria contribuído para a catástrofe.

Conhecido também como Great Drying (“A Grande Morte”, na tradução literal), este foi o evento de extinção mais severo a assolar a Terra e, apesar de algumas pistas, sua verdadeira origem ainda é desconhecida. Estudos anteriores apontam grande erupções vulcânicas daquela época como o principal gatilho do fenômeno, lançando grandes quantidades de cinzas vulcânicas e dióxido de carbono para a atmosfera, além de aumentar a acidez dos oceanos.

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As evidências de erupções vulcânicas na Sibéria apontam para este cenário, mas não explicam exatamente como o evento de extinção global foi desencadeado. O novo estudo analisou um conjunto bem diferente de vulcões localizados ao sul da China. “Descobrimos que o desastre ambiental global do final do Permiano pode ter tido várias causas entre as espécies marinhas e não marinhas”, explicou o geólogo Michael Rampino, da Universidade de Nova York e autor da pesquisa.

Em suas análises, os pesquisadores descobriram depósitos de cobre, mercúrio e outros minerais ao sul da China que combinavam com a EPME. A partir da composição química destes materiais, a equipe também observou que eles foram expostos a emissões ricas em enxofre, liberado há 250 milhões de anos, durante a Grande Morte. A fumaça vulcânica, rica em ácido sulfúrico, teria bloqueado a luz do Sol, resfriado a superfície terrestre.

Segundo os pesquisadores, um inverno vulcânico teria derrubado drasticamente a temperatura global antes de a Terra atravessar seu período mais longo de aquecimento — ou seja, a vida já precisaria lidar com dois desafios extremos. Em contrapartida, os fluxos de lava na Sibéria — conhecidas como grande província ígnea das Armadilhas Siberianas ou STLIP (na sigla em inglês) — teriam liberado dióxido de carbono suficientemente para aquecer o planeta e reduzir a oxigenação dos oceanos.

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Estes dois eventos revelam os dois cenários potenciais provocados por uma erupção vulcânica: resfriamento e aquecimento global. Mas os pesquisadores disseram que seus impactos dependem fatores como a intensidade dos eventos, a altura que as nuvens vulcânicas atingem e a quantidade de dióxido de enxofre — este é posteriormente convertido em sulfato, que bloqueia a luz solar com maior eficiência.

A pesquisa foi publicada no periódico Science Advances.

Fonte: ScienceAlert, EurekAlert!