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Descoberto dinossauro mais pescoçudo do mundo, com mais de 15 m de comprimento

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Zhangzhugang/CC-BY-4.0
Zhangzhugang/CC-BY-4.0

Paleontólogos reavaliaram fósseis encontrados na China e descobriram o dinossauro herbívoro mais pescoçudo de todos, com incríveis 15,1 metros só neste membro. Em termos comparativos modernos, é maior do que um ônibus escolar e mais de 6 vezes maior do que o pescoço de uma girafa, o animal terrestre com o membro mais longo da atualidade, com uma média de 3 metros.

A criatura em questão é o Mamenchisaurus sinocanadorum, que viveu há aproximadamente 162 milhões de anos — no período Jurássico — na região noroeste da China, atualmente a Região Autônoma Uigur de Xinjiang. Munidos do esguio pescoço, os saurópodes teriam sido excelentes forrageadores, comendo quantidades enormes de plantas e acessando regiões difíceis a outros herbívoros, esgotando árvores para se nutrir e logo indo ao próximo local arborizado.

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Dinossauro antigo, tecnologia moderna

O M. sinocanadorum não é um dinossauro novo à ciência, já que foi encontrado em 1987, mas, à época, faltavam recursos para avaliar seus fósseis, compostos de um osso de mandíbula, algumas véretebras e costelas de pescoço. Atualmente, a tecnologia permitiu comparar os restos aos de outros pescoçudos antigos, como o Xinjiangtitan shanshanesis, segundo colocado na escala, com 13,4 metros de pescoço.

As análises dos cientistas os deixaram certos de que o bicho teria 18 vértebras no pescoço, já que parentes próximos com esqueletos mais completos tinham a mesma quantidade de vértebras cervicais. Assim, foi possível escalonar o tamanho dos ossos e chegar à medida de forma indireta. Os fósseis também passaram por uma tomografia computadorizada, revelando que até 77% do volume das vértebras era composto por ar, os deixando leves, como os esqueletos de cegonhas modernas.

Ossos leves teriam ajudado os saurópodes a erguerem seus pescoços com facilidade, mas eles também tinham mecanismos de defesa. O enorme dinossauro tinha costelas ósseas de 4 metros, semelhantes a varas, que se sobrepuham em feixes em ambos os lados do membro. A estrutura, também presente em outros saurópodes, ajudava a proteger o pescoço de ferimentos.

Embora os pesquisadores não tenham certeza do motivo que levou os animais à evolução de um pescoço tão avantajado, acredita-se que seja pela grande vantagem no forrageamento, além da ajuda na distribuição de calor. Ao aumentar a área de superfície do pescoço, o excesso de calor corporal seria disperso, assim como as enormes orelhas dos elefantes modernos o fazem.

Comentando o aspecto curioso da descoberta, os cientitas lembram que, há poucas décadas, os pescoços dos saurópodes mais longos que conhecíamos chegavam a meros 9 metros de comprimento, presentes nos dinos Giraffatitan brancai, Mamenchisaurus hochuanensis e Barosaurus lentus.

Agora, conhecemos evidências de membros com quase o dobro desse tamanho. Além do desafio mecânico de levar um pescoção de um lado para o outro, os gigantes ainda tinham de respirar, circular sangue, enervar, regular temperatura e passar alimento pelos enormes pescoços. Biologicamente falando, é um animal fascinante — e, até encontrarmos um dinossauro com pescoço maior, um recordista.

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Fonte: Journal of Systematic Palaeontology