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Fósseis de dinossauro de 80 milhões de anos são achados em obra de rodovia em SP

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Dezembro de 2022 às 19h25

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Mario Lanzas/CC-BY-4.0
Mario Lanzas/CC-BY-4.0

Arqueólogos brasileiros relataram o encontro de restos fossilizados de dinossauro durante obras de duplicação da BR-153, rodovia do quilômetro 85 da cidade de Mirassol, no interior do estado de São Paulo, no último final de semana. O mais provável é que os resquícios ósseos pertençam a um titanossauro, saurópode do período Cretáceo que teria vivido há cerca de 80 milhões de anos.

Entre os achados, estão um pedaço de fêmur com 80 cm, um úmero, uma vértebra da cauda e um dente. Enterrados a 10 metros da superfície, sua escavação levou cerca de 10 horas: o inusitado encontro aconteceu enquanto funcionários de uma concessionária, a Triunfo Transbrasiliana, escavavam um barranco, há duas semanas. Uma rocha branca chamou a atenção, e paleontólogos da região foram contatados.

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Achado inusitado

Quem encontrou o primeiro fragmento acreditou que se tratava de uma formação mineral, mas William Nava, paleontólogo do Museu de Paleontologia de Marília, logo viu se tratar de um fóssil ao ver a foto do objeto. A proximidade dos itens leva os cientistas a acreditaram que tenham pertencido todos ao mesmo animal. Apenas o dente se encontrava distante, a 30 metros dos outros resquícios.

Os ossos foram evados ao Museu de Paleontologia Pedro Candolo, em Uchoa, no interior de SP, onde devem ser analisados por pelo menos 1 ano, para a identificação da espécie. O primeiro procedimento a ser realizado é a remoção do bloco inteiro de rocha, para ter acesso total aos restos fossilizados, comparados em seguida com outros fósseis do mesmo grupo. Assim, será possível determinar se é mesmo um titanossauro ou até uma espécie diferente.

Até o momento, as suspeitas mais fortes apontam para os titanossauros, grandes saurópodes quadrúpedes de pescoço longo que viviam na América do Sul e eram herbívoros, medindo de 12 a 15 metros e pesando de 10 a 15 toneladas. Ao terminar os estudos sobre o fóssil, espera-se que saibamos mais sobre o cenário onde viveram os grandes dinossauros e outras espécies com as quais dividiam o espaço.

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Outros dinos brasileiros

A paleofauna da região, segundo os cientistas, vem sendo cada vez mais estudada: estamos descobrindo diversos novos sítios fossilíferos, uma ótima notícia mesmo em um local já prolífico em dinossauros. Outras obras em rodovias já revelaram fósseis, como na Rachid Rayes (SP-333), que revelou fêmur e costela de um dinossauro de 65 milhões de anos, e na Dona Leonor Mendes de Barros (também na SP-333), onde estava a pata fossilizada de um titanossauro.

Ainda em 2022, foi encontrada uma espécie inédita de titanossauro anão em São José do Rio Preto, que recebeu o nome científico de Ibirania parva, com 5 a 6 metros de comprimento. É o primeiro do gênero a ser encontrado nas Américas. No último mês de setembro, também foi descoberta uma espécie de rã nunca antes vista, que conviveu com os grandes lagartos há 90 milhões de anos, encontrada na Rodovia Comendador Pedro Monteleone (SP-351).

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Fonte: BBC