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Cientistas recriam animal extinto em forma de robô

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Destnik et al./Engineering
Destnik et al./Engineering

Com base em restos fossilizados, cientistas recriaram, em forma de robô, uma espécie de animal de 450 milhões de anos — são os pleurocistídeos, organismos marinhos entre os primeiros a desenvolver um tronco muscular para se movimentar. Com a simulação da estrutura e dos movimentos do antigo equinodermo, os pesquisadores conseguem inspirações muito interessantes para a robótica e descobrem segredos de como era a vida no planeta nos eons mais distantes da história.

Os humanos estão no planeta há meros 300.000 anos. Junto às espécies atualmente vivas, representamos muito pouco da diversidade animal que já pisou na Terra, com nossa existência abarcando 0,007% da história do globo. Nosso entendimento da evolução e dos sistemas mecânicos que movem as criaturas vivas vem de uma pequena fração das criaturas já existentes, o que levou os cientistas a olhar para o passado.

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A construção do pleurocistídeo artificial entra no campo que chamamos de palobiônica, que se junta aos Softbotics — robôs com composição eletrônica flexível e materiais macios — para entender os fatores biomecânicos envolvidos na evolução e movimentação das espécies, mais especificamente, as já extintas. Imitando seu formato como vemos em seus fósseis, conseguimos entender como eles operavam, segundo os cientistas.

Robôs flexíveis e animais extintos

Os pleurocistídeos, como já citamos, eram da classe dos equinodermos, que, hoje em dia, incluem as estrelas-do-mar e os ouriços-do-mar. Eles não possuem um parente moderno parecido em forma, o que talvez tenha sido o fator a chamar a atenção dos paleontólogos, que buscam entender seu papel na evolução desse grupo de animais.

A abordagem Softbotics, segundo os cientistas, busca usar materiais macios para testar o funcionamento de membros e apêndices naturais em robôs, sendo que muitos princípios fundamentais da biologia só podem ser totalmente explicados ao ver a linha do tempo evolucionária, e, ao recriar criaturas do passado, é possível entender como a locomoção mudou desde então.

Com a ajuda de registros fósseis, elementos impressos em 3D e polímeros, os pesquisadores imitaram a estrutura flexível da coluna dos antigos bichos, mostrando como eles conseguiam se mover no fundo do mar. Usando o apêndice do tronco para se impelir à frente, o movimento mais eficiente e provavelmente utilizado era o de “varredura” ampla, e aumentar o comprimento do membro mostrou um aumento significativo na velocidade sem forçar um gasto maior de energia.

Isso ajuda a comunidade robótica inspirada na biologia a escolher características importantes para seus robôs, descobrindo o que vale a pena adotar do reino animal, segundo os cientistas. O que falta descobrir sobre os pleurocistídeos, agora, é o tipo de ambiente no qual se moviam e como isso afetava a locomoção, como areia ou lama, por exemplo.

A expectativa da equipe, após o sucesso, é explorar o movimento de outros animais, como os primeiros que conseguiram fazer a viagem do mar à terra. Isso também precisa de uma robótica especial, e não funcionaria com robôs comuns.

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Fonte: Engineering, Carnegie Mellon University