Stellantis vai paralisar turno da fábrica de Betim/MG por três meses
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira | •
A Stellantis anunciou nesta semana que prepara a suspensão dos contratos de trabalho de parte de seus funcionários da fábrica de Betim/MG. De acordo a empresa, que engloba Fiat, Jeep e outras montadoras, a ação conhecida como lay-off será necessária devido à escassez de semicondutores e peças para a produção de veículos. Na planta mineira, são feitos carros como Fiat Argo, Cronos, Mobi, Strada, Grand Siena e Dobló.
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Segundo a Stellantis, a paralisação na produção desses veículos vai durar três meses, mas para apenas 1.800 funcionários, que correspondem ao turno da noite. A Fiat ainda precisa definir quando irá colocar em prática essa ação, mas, segundo a própria montadora, os funcionários concordaram com a ideia, tendo em vista o atual momento do mercado.
Em contrapartida a essa decisão, a Fiat pretende manter os salários integralmente dos empregados, que recebem até R$ 3.500. Para os que ganham mais, existirão cortes proporcionais e que aumentam conforme os ordenados forem maiores. Os convênios médicos também serão mantidos em sua totalidade e haverá uma ajuda de custo de R$ 70 para aqueles que forem trabalhar de casa e precisam utilizar internet.
Com essa decisão, a Stellantis, que engloba não apenas a Fiat, mas também a Jeep, RAM, Peugeot, Citroën e outras marcas, foi a última grande montadora a ter sua produção afetada pela falta de peças para montagem dos carros. A boa administração dos condutores por parte da empresa italiana lhe rendeu a liderança folgada do mercado brasileiro e o domínio em vários segmentos, como de SUVs.
Recentemente, outras montadoras sofreram muito com a falta de semicondutores e precisaram paralisar parcial ou totalmente suas linhas de produção, como General Motors, Honda, Toyota, Volkswagen e Hyundai.
Veja o comunicado na íntegra:
A Stellantis informa que a concessão de layoff, aprovada pelos trabalhadores do Polo Automotivo de Betim por maioria de votos em assembleia na última semana, terá início na segunda-feira, dia 04 de outubro, abrangendo cerca de 1,8 mil empregados, pelo período de três meses. A medida se concentra em parte do turno noturno de trabalho. O turno diurno continua a operar normalmente.
A medida é uma decorrência do impacto da crise sanitária e de suas consequências sobre a economia, que agravaram a escassez global de insumos, notadamente de componentes eletrônicos, comprometendo a capacidade de manter o ritmo e volume de produção dentro de padrões previsíveis.
A suspensão do contrato de trabalho para qualificação profissional preserva os empregos dos trabalhadores envolvidos e assegura os direitos estabelecidos no acordo coletivo de trabalho, além de oferecer qualificação profissional, estabilidade no emprego proporcional ao período de afastamento e o pagamento de bolsa-auxílio, para preservar o poder aquisitivo.
A empresa espera a normalização dos suprimentos e a retomada dos volumes de produção no menor prazo possível.
Fonte: Automotive Business