Fim da linha de produção? Falta de semicondutores pode mudar prática centenária
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |
A pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem afetado a indústria de maneira geral, mas principalmente aquelas que dependem de semicondutores, como os setores de eletrônicos e automóveis. O cenário atual, mesmo com o avanço da vacinação em todo o mundo, é de montadoras adiando entregas e interrompendo produções, e fabricantes de aparelhos como videogames com falta de reposição de estoque. Há casos em que os clientes esperam por mais de 60 dias para ter o seu carro zero quilômetro.
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Especialistas, ao perceberem essa situação, já abordam possíveis mudanças no setor automotivo. Hoje, toda a cadeia de produção é pautada pelo just-in-time, ou seja: os carros são produzidos a toque de caixa para atenderem demandas imediatas dos clientes que, por sua vez, estão habituados a terem seus automóveis em mãos em, no máximo, uma semana ou 10 dias úteis.
Segundo matéria da Bloomberg, quando ouvidos, analistas e fortes players do mercado de semicondutores já tratam uma mudança na maneira como os clientes se comportam como mais fácil de ser alcançada. É o caso, por exemplo, de Hassane El-Khoury, diretor-presidente da ON Semiconductor. Segundo ele, os consumidores precisam entender que não é mais possível comprar carros com o imediatismo dos tempos pré-pandemia. A empresa tem mais de um terço de seu faturamento oriunda da indústria automotiva.
Os semicondutores são importantes para os automóveis atuais porque esses produtos estão cada vez mais tecnológicos. Hoje, por exemplo, já é comum ver um carro "popular", como o SUV Chevrolet Tracker ou o Hyundai HB20, com sistemas de frenagem automática de emergência, algo que antes estava restrito a modelos mais caros e luxuosos. A demanda crescente deve fazer com que esses recursos fiquem cada vez mais em falta.
Outra solução é a reversão da produção desses componentes. A Ford, por exemplo, fechou fábricas pelo mundo todo, indicando que pode começar a fabricar ela própria os semicondutores.
Atualmente, montadoras como a Chevrolet, Fiat, Volkswagen, Toyota e Honda estão com problemas de produção, tendo vários modelos com a fabricação interrompida.
Fonte: MoneyTimes