Review Fastback Abarth | SUV esportivo é o melhor da família
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
O Fastback Abarth pode até ter semelhanças com o Fiat Fastback Powered by Abarth, mas quem tem a oportunidade de andar nos dois sabe que as diferenças vão muito além do visual mais invocado que o SUV coupé da divisão esportiva da Fiat ostenta.
- Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
- 5 motivos para comprar o Fastback Abarth
- 5 motivos para não comprar o Fastback Abarth
A versão do escorpião, símbolo da Abarth, tem nos ajustes mecânicos e eletrônicos, tanto em motor quanto em suspensão, o “veneno” que o torna um carro completamente diferente de todos os lançados anteriormente por aqui sob a bandeira da Fiat.
Apesar de compartilhar do mesmo motor sob o capô — o ótimo T270 1.3 Turbo de 185 cavalos e 27,5 kgf/m de torque —, o Fastback Abarth é 6% mais rápido e tem velocidade máxima 5% superior aos números oficiais do Limited Powered by Abarth.
Depois de passar um tempo ao volante do envenenado SUV coupé e listar para o Canaltech os pontos positivos e ajustes necessários no carro, este review traz todas as minhas impressões sobre o Fastback Abarth.
Conectividade e Segurança
O Fastback Abarth tem exatamente a mesma lista de equipamentos da versão do SUV sob a bandeira da Fiat — Powered by Abarth. Isso não é necessariamente algo ruim, embora ela pudesse oferecer algo a mais por se tratar de uma variante diferenciada.
De qualquer forma, no que diz respeito à conectividade e segurança, o coupé da marca do escorpião oferece bons itens em seu pacote. Um dos pontos falhos é que há apenas 4 airbags e não 6, como boa parte dos carros têm saído de fábrica ultimamente. Além disso, o Fastback Abarth não tem controle de cruzeiro adaptativo ou alerta de ponto cego.
Os pontos positivos ficam para a câmera 360º, fundamental para ajudar nas manobras (até por conta da pouca visibilidade traseira), a frenagem automática de emergência com alerta de colisão e o assistente de permanência em faixa.
Em termos de conectividade, o envenenado SUV coupé conta com espelhamento sem fio para smartphones Android Auto e Apple CarPlay, duas portas USB, carregador por indução, central multimídia de 10,1 polegadas e um belo painel de instrumentos digital de 7 polegadas, com informações bem legais, como pressão do turbo e Força G.
Outro ponto bem bacana que não dá para deixar de destacar é a presença do "escorpião" em uma luz projetada no solo quando a porta do motorista é aberta. Um detalhe que torna o Fastback ainda mais charmoso.
Conforto e Experiência de uso
A experiência a bordo do Fastback Abarth foi bastante interessante e endossou a primeira impressão que tivemos ao volante do SUV coupé envenenado da marca, na pista do autódromo em Capuava, interior de São Paulo.
Os ajustes de suspensão e motor, embora tenham tornado o modelo mais rápido e insinuante, não afetou as características de dirigibilidade de quem está no mercado em busca de um SUV para usar no dia-a-dia, de forma mais tranquila.
Os 185 cv de potência e 27,5 kgf/m de torque do recalibrado motor 1.3 turbo trabalham em conjunto com o câmbio automático de 6 velocidades e dão ao SUV de quase 4,5 metros de comprimento força suficiente para tornar o carro arisco na medida certa, sem sustos ou desequilíbrios.
O carro conta com vetorização de torque, que é acionada pela tecla “Poison” (a mesma que muda o ronco do motor). A ativação distribui a força nas rodas e ajuda o carro a ficar “grudado” nas curvas, seja qual for a velocidade.
A altura da suspensão, que foi rebaixada em 5 milímetros em relação à variante Powered by Abarth, deixou o carro mais aerodinâmico e mais firme na tocada. Segundo a Abarth, o Fastback ficou com as molas 7% mais rígidas na dianteira e 6% na traseira, além de amortecedores 12% mais estáveis na dianteira e 21% na traseira.
Os pontos negativos da experiência ficaram por conta da visibilidade traseira, lugar-comum em se tratando de SUVs coupés, e do consumo de combustível. Embora os números oficiais do Inmetro apontem para médias que variam entre 10,3 e 13,1 km/l com gasolina (cidade e estrada), 7,2 e 9,3 km/l (cidade e estrada) com etanol, na prática o resultado foi diferente.
Após quase 300 quilômetros rodados em perímetro urbano e em rodovias, o Fastback Abarth registrou médias de 8,6 km/l, sempre abastecido com gasolina. Não vou negar que o “veneno” do escorpião me deixou com o pé um pouco mais “pesado” vez ou outra, mas não o suficiente para justificar tanta diferença em relação ao consumo adotado como oficial pela marca.
Design e Acabamento
O design do Fastback Abarth é muito atraente. O SUV coupé é bem desenhado, tem linhas agressivas e, na versão envenenada, pode ser personalizado com uma enorme lista de acessórios da Mopar, que vão desde os nada discretos adesivos de escorpião até os kits de potência, especialmente desenvolvidos para os “gearheads”.
As rodas raiadas de liga leve de 18 polegadas, o teto biton, o filete na parte superior dos faróis e da grade frontal que imitam fibra de carbono, além do aerofólio na tampa traseira, completam o pacote que diferencia o Abarth das demais versões do Fastback vendidas sob o selo da Fiat.
Por dentro, a cabine também tem características exclusivas, com material macio ao toque no painel frontal, com acabamento que imita fibra de carbono, costuras vermelhas nos painéis, portas e volante e bancos extremamente confortáveis, que abraçam os ocupantes e tornam a viagem sempre agradável.
O encaixe dos elementos também é feito com todo o capricho e, se há um senão a ponderar no que diz respeito ao acabamento interno do Fastback Abarth é o uso excessivo de plástico, mas esse é um ponto comum na categoria, então não chega a ser um deal breaker.
Concorrentes
O Fastback Abarth, por se tratar de uma versão esportiva “de verdade”, não conta com um número grande de concorrentes em sua categoria. Os que mais se aproximam são o “primo” Pulse Abarth e, forçando um pouco a mão, o Chevrolet Tracker RS.
No caso do Pulse, a rivalidade é interna, e a escolha do consumidor se dará principalmente por conta do design e da diferença de preço, que gira em torno de R$ 10 mil — o Fastback é o mais caro, e custa a partir de R$ 160.990.
O Tracker RS, por sua vez, mesmo oferecendo um motor extremamente competente, o 1.2 Turbo, não é efetivamente uma versão esportiva do SUV, e sim uma esportivada, pois só se diferencia das demais da linha pelo visual mais invocado e não por modificações mecânicas. Além disso, ele é mais caro que os dois modelos da Stellantis e parte de R$ 167 mil.
Fastback Abarth: Vale a pena?
O Fastback Abarth custa pouco mais de R$ 160 mil (R$ 160,9 mil em julho de 2024) e, diante dos principais concorrentes, sem dúvida é uma opção interessante para quem busca por um carro que reúne um design diferenciado, os pontos positivos de um SUV e o desempenho de um autêntico esportivo.
Claro que o modelo carece de alguns ajustes, como a adoção de freio a disco nas quatro rodas (os traseiros são a tambor), ajustes elétricos para o banco do motorista e um isolamento acústico um pouco mais forte, já que o ronco esportivo do motor, embora delicioso, possa incomodar em viagens um pouco mais longas.
De qualquer forma, não dá pra negar que é um investimento que vale a pena e tem tudo para ajudar a família do SUV a conquistar posições cada vez melhores no ranking dos mais vendidos do Brasil.
* A unidade do Fastback Abarth utilizada nesse review foi gentilmente emprestada ao Canaltech pela Stellantis do Brasil.