Venda global de aplicativos já cresceu 24% em 2021, revela estudo
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
Não tem pandemia, crise econômica nem nada: o mercado de aplicativos apresentou um crescimento de quase 24% no primeiro semestre de 2021 no comparativo com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela empresa Sensor Tower, especializada no mercado mobile, e mostram sinal de fortalecimento do setor.
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Somente nos seis primeiros meses deste ano, foram gastos US$ 64,9 bilhões (quase R$ 320 bilhões) nas lojas oficiais do Google e da Apple. Para efeito de comparação, no ano passado, o montante chegou ficou em "apenas" US$ 54 bilhões (R$ 265 bilhões).
A App Store foi a líder em gastos do consumidor, correspondendo a US$ 41,5 bilhões referentes a aquisições de apps, assinaturas e jogos. Esse montante é cerca de 1,8 vez maior do que os US$ 23,4 bilhões gerados pela Play Store em igual período.
Esses números são fáceis de compreender porque o Android possibilita a instalação de arquivos de origens externas. Com isso, muitos usuários acabam apelando para a pirataria em vez de comprar os aplicativos na loja oficial. Já o iOS é extremamente fechado quanto a isso, exigindo a instalação exclusiva pelos métodos oficiais, o que obriga a pessoa a pagar o valor estipulado se quiser usar aquela aplicação.
Apesar dessa diferença, o mercado do Google é o que apresenta as projeções mais animadoras. Nos últimos seis meses, a App Store cresceu apenas 22,1% contra os 29,3% experimentados pela Play Store.
Vale ressaltar que esse período analisado compreende o início da pandemia da COVID-19, no ano passado, quando o uso de apps deu um salto imenso em razão do isolamento social. Isso significa que em 2021, mesmo com o afrouxamento dessas medidas restritivas na maioria dos países do mundo, o usuário continua gastando mais via celular.
Apps mais baixados se mantém
Alguns dos aplicativos mais populares deste ano, em termos de receita geral, são TikTok, YouTube, Tinder, Piccoma e Disney+. A maioria já era esperada, mas há alguns estreantes na lista, como o Piccoma, o Google One, o Line Manga e o i QIYI.
O TikTok liderou as receitas em 2020 e continuou a fazê-lo no presente ano. Ele é o aplicativo não relacionado a jogos de maior bilheteria em todo o mundo na App Store e no Google Play. Estima-se que os consumidores gastaram mais de US$ 920 milhões na rede social durante a primeira metade do ano, um aumento de 74% em comparação com o período do ano anterior.
O YouTube manteve sua posição como o segundo aplicativo mais valioso, com um gasto estimado em US$ 564,7 milhões. Pegando carona na falta de contato físico, o Tinder ficou em 3º lugar, com uma receita estimada de US$ 520,3 milhões, seguido pelo leitor de quadrinhos Piccoma e a plataforma de streaming Disney+.
Games continuam em alta, embora menor
Já no quesito games, a lucratividade segue em alta: os gastos do consumidor global em jogos móveis alcançaram US$ 44,7 bilhões no primeiro semestre de 2021, um aumento de 17,9%. Esse crescimento é inferior ao registrado no período do ano anterior, quando os gastos do consumidor em jogos para celular subiram 25,5%, para US$ 37,9 bilhões.
Esses foram os títulos mais rentáveis no primeiro semestre de 2021, segundo a Sensor Tower:
A App Store registrou um total de US$ 26 bilhões em gastos com jogos, um aumento de 13,5% no comparativo anual. Isso é menos da metade do crescimento visto no primeiro semestre de 2020, quando os gastos do consumidor subiram 26,5%.
Embora o mercado do Google Play não tenha gerado tanta receita de jogos para celular quanto o da Apple, ele manteve o mesmo crescimento visto no primeiro semestre de 2020. A taxa subiu 24,7%, para US$ 18,7 bilhões, contra apenas US$ 15 bilhões no mesmo período do ano anterior.
Os gastos do consumidor em jogos para celular estão crescendo em um ritmo mais lento do que no ano passado, mas isso não indica uma desaceleração da indústria. Na verdade, conforme análise da Sensor Tower, há uma normalização após o aumento do interesse em razão das “circunstâncias extraordinárias da pandemia da COVID-19”.
Fonte: Sensor Tower