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Google e Mozilla podem "quebrar regra" da Apple para navegadores

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 08 de Fevereiro de 2023 às 15h15

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Matheus Bigogno/Canaltech
Matheus Bigogno/Canaltech
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Google e Mozilla estariam trabalhando em mecanismos próprios de renderização dos navegadores Chrome e Firefox, respectivamente, para o iOS/iPadOS. Hoje, ambos precisam usar o WebKit do Safari, por exigência do sistema operacional da Apple, mas isso deve mudar e cada app poderá ter seu próprio motor, conforme descobriu o site The Register.

Atualmente, os navegadores podem sincronizar dados com as versões para desktop e usar interfaces livremente, mas precisavam manter o WebKit funcionando por baixo do capô. Na prática, todas as vantagens e desvantagens do Safari acabam sendo replicadas no Chrome e Firefox em sistemas da Apple.

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O Chrome usa o mecanismo Blink e o Firefox utiliza o Gecko para exibirem páginas da internet. Se a notícia do The Register se concretizar, significa uma abertura do ecossistema da Maçã, que precisaria flexibilizar as regras da App Store para navegadores rodando em iPhones e iPads.

A obrigação estabelecida pela Apple tinha como objetivo fortalecer seu motor de renderização, trazendo mais visibilidade para o WebKit. A Gigante de Cupertino, contudo, diz que obriga a utilização por uma questão de segurança e estabilidade para o usuário, afinal ele é totalmente compatível com o sistema operacional.

Apple pode estar sob pressão

Até agora, a Apple não anunciou nenhuma mudança nas regras, portanto tudo não passa de mera especulação. Mas as recentes pressões da legislação europeia — Digital Markets Act (DMA) e Digital Services Act (DSA) —, somadas aos constantes problemas judiciais, podem ter feito a companhia rever suas práticas.

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No final de dezembro, a Apple foi multada em R$ 5,6 milhões pelo Tribunal Comercial de Paris devido a supostas práticas abusivas da App Store. A Maçã teria imposto "cláusulas comerciais abusivas" aos desenvolvedores de aplicativos franceses para usarem a loja oficial do iOS.

A empresa passou a permitir a instalação de programas e jogos fora da App Store, mesmo se posicionando contrária, para evitar problemas. Também existe uma forte pressão para liberar o uso de métodos de pagamento alternativosseguindo os passos do Google no Android —, sem ficar na dependência do sistema da Apple, que cobra taxas de até 30% sobre as transações.

Ainda não há indícios de que a Microsoft também esteja trabalhando em algum motor de renderização próprio para o Edge. É provável que isso se torne realidade se realmente houver uma flexibilização, afinal o navegador teve sua base de usuários incrementada nos últimos dois anos.

Curiosamente, a regra do WebKit era exclusivo dos dispositivos móveis, pois no macOS cada desenvolvedor pode usar seu próprio mecanismo. Resta saber agora qual serão os próximos passos das empresas: se a Lei dos Mercados Digitais da União Europeia for a causa dessa mudança de postura, é provável que novos muros sejam derrubados ao longo de 2023.

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Fonte: The Register