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Google alerta usuários da Huawei para não baixarem substitutos de seus apps

Por| 24 de Fevereiro de 2020 às 16h30

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O Estados Unidos seguem em uma briga na justiça para banir a Huawei de seu território e, enquanto isso, a gigante chinesa não vem podendo negociar com vários de seus fornecedores ianques, incluindo o Google. Isso traz muitas limitações para os novos usuários, que vêm instalando alternativas à apps populares, a exemplo do Gmail, YouTube e Google Maps — nem mesmo a Play Store está disponível, então os utilitários têm vindo das mais diversas fontes na web.

Nesta semana, o Google vem alertando aos usuários de dispositivos da Huawei mais recentes para não não contornar a proibição de aplicativos da companhia. Como os telefones Android permitem executar aplicativos de origens não verificadas, a empresa alertou que esse "carregamento lateral" traz "alto risco", pois os arquivos podem ter sido adulterados. O analista da firma de consultoria CCS Insight, Ben Wood, disse que a gigante de Mountain View agiu de maneira adequada — mesmo que não sejam apresentadas outras sugestões de substituição aos apps originais. "A menos que você esteja 100% certo sobre a integridade do aplicativo, não é um risco que vale a pena correr", disse.

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As restrições ao ecossistema Google começaram em 2019, quando o presidente norte-americano Donald Trump colocou a Huawei em um banco de dados de sanções chamado "lista de entidades". Isso limita o tipo de negociação que as empresas americanas, como o Google, podem fazer com a chinesa. Segundo a companhia, as notificações vêm sendo distribuídas porque "continuamos a receber uma série de perguntas sobre os novos dispositivos Huawei".

E como está atualmente a situação dos aparelhos Huawei com Android?

O Google não está envolvido diretamente na briga entre autoridades americanas e a Huawei e ainda fornece segurança e outras atualizações para telefones mais antigos, o que é legalmente permitido. Mas não pode certificar os novos dispositivos da empresa oriental.

Somente dispositivos Android certificados no programa "Certificado do Google Play Protect" podem ter a Play Store e outros app principais, normalmente embutidos no sistema operacional. A empresa diz que o programa é "um rigoroso processo de análise de segurança e teste de compatibilidade" — e todo fabricante de Android que usa os serviços do Google deve passar por esse processo.

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Contudo, as restrições comerciais dos Estados Unidos significam que a Huawei não pode fazê-lo. "Haverá muitos golpistas que verão as dificuldades da Huawei como uma oportunidade de inserir códigos maliciosos nos smartphones desses usuários. É um risco enorme para um consumidor vasculhar a web em busca de APKs [conjunto de aplicações que podem ser baixados de forma independente] que pretendem oferecer os serviços ausentes do Google”, destacou Wood.

Mas o que fazer então?

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Bem, antes mesmo da Huawei ser notificada sobre as restrições, em maio do ano passado, ela já vinha se preparando para a ausência do Android e, em agosto, apresentou o Harmony, seu próprio sistema operacional, que também é compatível com smart TVs e smartwatches. E aí que residem suas principais limitações: como seria um software que vinha sendo desenvolvido para casas inteligentes e dispositivos vestíveis, não teria opções ou capacidade de processamento suficiente para tarefas que executamos facilmente no Android.

Além disso, a chinesa vem disponibilizando alternativas para os apps mais populares do Google com suas próprias versões, ou de terceiros, em sua loja de aplicativos, a AppGallery. Mas, essas alternativas, claro, não funcionam tão bem e de forma integrada com os softwares criados especificamente para os aparelhos Android.

A Huawei nega veementemente qualquer irregularidade que possa colocá-la na mira das autoridades ianques e acredita que as restrições foram criadas para proteger os grupos estadunidenses de tecnologia da concorrência. A empresa rotulou as acusações de extorsão e roubo de segredos comerciais como "nada além de uma cortina de fumaça". A disputa foi "extremamente confusa para os consumidores", comenta Wood.

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Mesmo com as sanções, a Huawei, que já foi vice-líder mundial em vendas, continua entre as principais fabricantes de smartphones do mundo, com uma fatia que fica entre 15% a 20% do mercado, o que a coloca apenas atrás da Apple e da Samsung.

Fonte: BBC