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Apple e Google enfrentam pressão para banir TikTok das lojas de apps

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Alveni Lisboa/Canaltech
Alveni Lisboa/Canaltech
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Google e Apple começaram a enfrentar pressão de políticos dos Estados Unidos que pedem o banimento do TikTok das lojas de aplicativos nos celulares e tablets. O senador estadunidense Michael Bennet produziu uma carta endereçada aos CEO das duas empresas, Sundar Pichai e Tim Cook, respectivamente, exigindo a imediata remoção do app.

Bennet diz na carta que a "vasta influência" do TikTok, quando somada à "coleta agressiva de dados", representariam uma potencial ameaça para os EUA. O político não apresenta fundamentação nem provas da acusação, e apenas pede a remoção urgente da rede social da Google Play Store (Android) e App Store (iOS).

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O senador é membro do Senate Intelligence Committee (Comitê de Inteligência do Senado, em tradução livre), um órgão oficial responsável por analisar eventuais riscos à segurança das informações. Com a medida desta quinta-feira (2), este se torna o primeiro legislador a tomar uma ação oficial contra a distribuição do app em solo norte-americano.

No início da semana, o Comitê de Energia e Comércio da Câmara anunciou que o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, compareceria a uma audiência focada na segurança e proteção do usuário nos EUA, prevista para março de 2023. O porta-voz do app, Brooke Oberwetter, disse ao site The Verge que esta será uma boa oportunidade para esclarecer tudo, mostrando para os congressistas os planos de proteção dos dados dos norte-americanos.

EUA x China

A alegação do parlamentar Bennet representa um endurecimento das ações do Congresso estadunidense para combater possíveis ameaças do aplicativo de vídeos curtos. Há uma grande movimentação entre republicanos e democratas, além de integrantes do poder executivo, para impor restrições quanto à coleta de dados ou até a proibição ampla do aplicativo no país.

A Câmara dos Representantes chegou a proibir que seus funcionários instalem o app nos celulares institucionais. O temor seria de um possível repasse de informações confidenciais dos aparelhos para o governo da China, em uma atitude de espionagem digital.

Desde o governo Trump que as autoridades dos EUA torcem o nariz para a ByteDance e sua rede social, sob acusação de invasão de privacidade e possíveis riscos à segurança nacional. A confusão adentrou no governo de Joe Biden e ainda parece sem uma resolução breve, dado o crescimento escalado nas medidas contra a empresa chinesa.

TikTok se defende

O TikTok se defende de todas as acusações, alegando não repassar nenhum tipo de dado para o governo chinês. O CEO da plataforma inclusive disse haver planos da empresa de mover todos os dados coletados para servidores da Oracle nos Estados Unidos, com tudo supervisionado por uma empresa norte-americana chamada TikTok Segurança de Dados dos EUA Inc.

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Mesmo assim, isso parece não ter reduzido o ímpeto dos políticos e reguladores, principalmente após revelações de que funcionários da ByteDance teriam acessado ilegalmente dados de usuários nos últimos anos. Repórteres que investigam o vazamento de dados teriam sido vítima da "curiosidade" dos trabalhadores, o que rendeu demissão dos quatro empregados envolvidos no caso — dois deles trabalhavam na China.

A plataforma também segue sobre escrutínio público na Europa, onde luta para se adequar ao Digital Services Act (DSA), a legislação que estabelece regras mais rígidas para a atuação das Big Techs. Na semana passada, houve uma reunião entre a diretora de políticas públicas do TikTok, Caroline Greer, e representantes da UE para tratar do assunto.

Por enquanto, o futuro do TikTok ainda segue incerto, principalmente se for banido dos seus dois principais mercados fora do país natal. Será que Google e Apple vão ceder à pressão e remover um dos apps mais baixados de suas lojas?

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Fonte: The Verge