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William Shatner muda de ideia e agora topa virar turista espacial

Por| 30 de Julho de 2020 às 21h45

WikiCommons
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William Shatner é mais famoso pelo icônico papel do Capitão Kirk na franquia Star Trek. Toda vez que se fala sobre viagens para o espaço, fãs sempre cogitam a possibilidade de o ator participar de algum desses voos. Mas Shatner sempre se mostrou temeroso com relação a isso, citando recorrentemente a explosão do ônibus espacial Challenger, em 1986. Agora, contudo, ele parece ter mudado de ideia.

"Existe a possibilidade de que eu suba por um breve momento e volte", disse Shatner durante o painel da Comic-Con At Home, no último sábado (25). Ele estava falando sobre o programa Artemis da NASA, que pretende estabelecer os primeiros passos para voos comerciais para a Lua a partir de 2024, quando levará novamente astronautas à superfície lunar com o objetivo de firmar a presença constante de humanos em nosso satélite natural. Entretanto, o ator afirmou que o conjunto de problemas com o Challenger, chamado de “O-ring”, ainda o assusta. De qualquer forma, sua declaração é bem diferente da que ele deu em 2013, quando cravou que nunca entraria em um foguete, ao comentar a respeito da Virgin Galactic, empresa privada de turismo espacial de Richard Branson.

E, veja só, ele até fez gracinha no Twitter para dizer que está pronto para essa jornada.

O astronauta da NASA. Kjell Lindgren (que também estava no painel da Comic-Con), garantiu a Shatner que a NASA leva a segurança muito a sério. "Todos os contratempos nos mostram como fazer nossso trabalho na NASA. Estamos sempre tentando melhorar... Então levamos esses acidentes muito a sério. Levamos as lições que aprendemos muito a sério e as aplicamos ao nosso trabalho atual e como planejamos nossos negócios no futuro”, disse.

A NASA implementou várias correções após o trágico acidente com a Challenger, além de outro caso fatal que matou sete astronautas a bordo do ônibus espacial Columbia em 2003. A agência disse que está muito focada na segurança do programa Artemis, mesmo que o governo Trump tenha acelerado seu cronograma para o pouso da primeira tripulação, de 2028 a 2024.

Ainda assim, segundo a nova administradora associada da Direção de Missão de Exploração e Operações Humanas da NASA, Kathy Leuders, a previsão do voo comercial para a Lua em 2024 não é garantida para o pouso humano, justamente devido a considerações de segurança, bem como a possíveis atrasos causados pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2).

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O que muda no retorno da NASA à Lua?

Vale destacar que, nos anos 1960, a NASA tinha um orçamento muito maior do governo para o programa lunar Apollo, quando os EUA disputavam a supremacia de tecnologia espacial com o governo soviético durante a Guerra Fria. Então, os investimentos tiveram que se ajustar aos tempos de 2020. Os participantes da NASA na Comic-Con, entretanto, disseram que o retorno à Lua tem demorado tanto tempo porque a segurança e o desenvolvimento de sistemas avançados — além da verba limitada — são os fatores que movem o programa Artemis mais lentamente. Vale destacar que o programa Apollo levou 12 astronautas ao nosso satélite natural entre 1969 e 1972.

"Nossos sistemas são muito mais seguros e muito mais avançados tecnologicamente do que no passado", disse a astronauta da NASA, Nicole Mann. A ideia, segundo ela, é que os tripulantes possam passar mais tempo na superfície lunar. Em vez de alguns dias, a agência planeja excursões avançadas que podem durar um mês ou mais.

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Diferente do que ocorreu na época das Apollo, os astronautas do programa Artemis serão apoiados por uma estação orbital lunar chamada Gateway. A instalação vai ajudar a construir trajes espaciais, habitats e outros sistemas que os viajantes usarão na superfície. Em março, porém, Doug Loverro, chefe da diretoria de voos espaciais humanos da NASA, disse que a Gateway não é mais considerada uma peça fundamental para o retorno à Lua.

Uma grande mudança em comparação com o programa Apollo será a flexibilidade e a modularidade dos trajes espaciais da era Artemis, que permitem encaixar o corpo em um conjunto muito menor de peças — no ano passado, por exemplo, o dimensionamento das vestes anteriores atrasou a primeira caminhada espacial 100% feminina na Estação Espacial Internacional. Além disso, o equipamento terá rolamentos nas articulações, que permitirão aos astronautas dobrar, torcer e pegar itens com muito mais flexibilidade — o suficiente para “jogar golfe com um golpe muito melhor”, brincou um astronauta, junto a Shatner, na convenção.

Astronauta compara novas tecnologias a Star Wars — e Shatner brinca com isso

A engenheira de tecnologia espacial da NASA, LaNetra Tate, apontou para inúmeras tecnologias devem evoluir com a missão Mars 2020, que acaba de lançar o rover Perseverance para Marte — entre elas a tecnologia de propulsão elétrica solar, que promete ser mais eficiente que a propulsão química. Ele comparou os novos motores aos TIE Fighters de Star Wars, o que fez com que Shatner cobrisse seu rosto, de brincadeira; afinal, todos sabemos da rivalidade que os seguidores da franquia dos Skywalker tem com os fãs de Star Trek.

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Tate agradou os participantes da Comic-Con, dizendo que todos os tipos de programas de ficção científica a inspiraram a buscar um diploma avançado para seu doutorado. “É ótimo poder, por meio da ficção científica e da realidade científica, compartilhar a emoção que nos inspira na NASA e estendê-la ao meu filho — que agora faz parte dessa grande ‘geração Artemis’. Estamos tentando inspirar a próxima geração de cientistas e pesquisadores”, complementou.

Fonte: Space.com