O céu não é o limite | Nave colide com asteroide, Júpiter perto da Terra e mais!
Por Daniele Cavalcante | Editado por Patricia Gnipper | 01 de Outubro de 2022 às 20h00
Deu tudo certo! O asteroide Dimorphos levou uma "pancada" da nave DART, da NASA, durante a missão que tenta desviar a órbita da rocha espacial. Além das imagens registradas pela câmera da própria sonda, alguns telescópios, incluindo o Hubble e James Webb, observaram o evento.
Confira abaixo essa e outras notícias astronômicas que foram destaque na última semana:
NASA choca nave contra asteroide Dimorphos
A missão Double Asteroid Redirection Test (DART), da NASA, colidiu com Dimorphos, a "lua" do asteroide Didymos, após uma viagem de mais de 11 milhões de quilômetros. A agência espacial acompanhou tudo pela câmera da nave e transmitiu a aproximação e o impacto da DART ao vivo, pela internet. Além disso, telescópios registraram o momento.
O objetivo da NASA é testar uma abordagem de defesa planetária para usar quando um asteroide ameaçar nosso planeta. O impacto deve causar uma leve mudança na órbita de Dimorphos; uma medição desse desvio deve ser analisada no futuro. Os telescópios espaciais Hubble e James Webb também filmaram o momento da colisão.
A maior aproximação de Júpiter dos últimos 59
Na noite entre segunda e terça-feira, Júpiter se aproximou da Terra com a menor distância dos últimos 59 anos. A olho nu, o planeta se destacou como o objeto mais brilhante do céu — até mesmo porque a Lua estava em fase Nova, ou seja, não apareceu durante a noite.
Aqueles que possuem telescópios domésticos simples ou mesmo um bom par de binóculos (e tiveram a sorte de encontrar um céu livre de nuvens e neblina), puderam ver as luas galileanas. Telescópios com abertura razoável e lentes adequadas puderam revelar as manchas do gigante gasoso.
Rajada rápida de rádio muito estranha em outra galáxia
O FAST (Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope) detectou uma das rajadas rápidas de rádio mais misteriosas: 1.863 explosões muito rápidas no intervalo de apenas 82 horas. O evento desafia o que astrônomos sabiam até agora sobre esse tipo de fenômeno e descartam magnetares como fonte (ao menos nesse caso).
A variação irregular e de curta duração também surpreendeu os cientistas. As rajadas aumentaram e diminuíram durante os primeiros 36 dias de observação e pararam repentinamente durante os últimos 18 dias, um comportamento totalmente inesperado. Além disso, a densidade de partículas nas proximidades da fonte do brilho também foi anormal. Ainda não há explicações para o evento.
Atmosfera de Júpiter tem onda de calor gigante
Não é porque Júpiter está bem afastado do Sol que não há ondas de calor por lá. Na verdade, cientistas descobriram uma região cujas nuvens mais externas têm mais de 400 °C. Essa faixa, em destaque no vídeo acima, é equivalente ao diâmetro de 10 planetas Terra.
A previsão dos pesquisadores era que a atmosfera superior de Júpiter fosse bem gelada, com cerca de -70 °; afinal, o planeta recebe 4% da luz solar em comparação com a luz recebida pela Terra. Mas, às vezes, o universo surpreende. Principalmente em um planeta com auroras permanentes, que provavelmente são as responsáveis por essas temperaturas.
Como solucionar mistério do "som" mais alto do universo?
Não, o som não se propaga pelo universo. Mas se pudesse, muitos eventos colossais emitiriam sons ensurdecedores. O "rugido" — um sinal de rádio detectado em 2006 — é um deles. A emissão não tem uma fonte específica, vem de toda parte e é tão forte que impede a detecção da primeira geração de estrelas.
Ainda não existe explicação para o rugido, mas para solucionar o mistério os astrônomos pretendem usar o balão do ARCADE — um instrumento capaz de voar pela atmosfera superior para observar o universo sem a interferência das emissões de rádio da superfície. Além do ARCADE, outros observatórios podem ajudar, como o radiotelescópio de 91 metros em Green Bank e o Low-Frequency Array (LOFAR).
James Webb revela detalhes ocultos de galáxia distante
Com seus instrumentos de infravermelho, o James Webb fotografou a galáxia IC 5332 e obteve uma imagem fascinante. No vídeo acima, você a observa também com uma foto feita pelo Hubble em luz visível. Ao comparar as duas, as diferentes "habilidades" de ambos os telescópios ficam ainda mais evidentes.
O destaque da imagem do James Webb fica por conta das estruturas entre os braços espirais da galáxia. Isso ocorre porque a luz visível detectada pelo Hubble não consegue atravessar as nuvens de poeira entre os braços, mas o James Webb não enfrenta esse problema, já que consegue capturar luzes invisíveis capazes de atravessas essas nuvens.
Sonda fica pertinho da lua Europa
A sonda Juno sobrevoou a lua Europa, de Júpiter, e fez algumas fotos bem de pertinho, a 352 km da superfície. Essas são provavelmente as imagens de mais alta resolução já obtidas deste corpo celeste e a NASA já publicou a primeira delas (acima). Outras devem ser reveladas em breve, talvez com registros das plumas de água expelidas sobre a superfície.
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