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E se o impacto da NASA enviasse o asteroide Dimorphos em direção à Terra?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Setembro de 2022 às 18h00

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ESA
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E se o impacto da nave DART contra o asteroide Dimorphos mudasse sua órbita a ponto de colocá-lo em rota de colisão com a Terra? Bem, definitivamente não há chances de isso acontecer, mas muitos fizeram essa pergunta nas redes sociais. Se este fosse o caso, nosso planeta seria destruído? Ou os danos seriam inofensivos? Existe um jeito fácil de saber.

O asteroide Dimorphos poderia se chocar com a Terra?

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O impacto da DART ocorreu no dia 26 de setembro para testar se uma leve mudança na órbita de Dimorphos poderia funcionar como estratégia de defesa planetária, em caso de ameaça real de um asteroide no futuro. Os resultados definitivos da missão oferecerão dados essenciais para os cientistas refinarem as simulações.

Alguns telescópios registraram o momento do impacto, inclusive a pluma de material ejetado de Dimorphos após a colisão — algo bem legal de se ver. Apesar dos objetos parecerem próximos nas imagens, eles estão a 11 milhões de quilômetros da Terra.

Essa distância é grande o suficiente para respirarmos aliviados, sem nenhum motivo para perder o sono com preocupações sobre asteroides. Os detritos criados são principalmente poeira e pedacinhos pequenos de rocha, distantes demais para causar qualquer problema.

Além disso, lembre-se que o Dimorphos está preso à órbita de Didymos, um asteroide bem maior, em torno do qual seu “irmão” menor orbita. É muito improvável que uma pequena nave o arranque dessa órbita.

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Em vez disso, Dimorphos se aproximará um pouquinho a mais de Didymos, causando alguns minutos de diferença em seu período orbital. Mas… e se ele fosse desviado o suficiente para vir em nossa direção?

Em primeiro lugar, isso levaria muito tempo para acontecer. Uma órbita desviada tão sutilmente teria que dar muitas voltas ao redor do Sol antes de se aproximar o suficiente da Terra.

Outra coisa a se levar em conta é que, comparando a todo o espaço no Sistema Solar interno, nosso planeta não passa de um pontinho em movimento rápido, difícil de acertar em um "bilhar cósmico".

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Mas, supondo que por alguma ironia do destino os astrônomos estejam errados e Dimorphos venha direto contra nós, qual seria o tamanho do estrago?

O estrago que Dimorphos causaria na Terra

Saber qual seria o nível de destruição de um asteroide não é tão complicado, mas é preciso conhecer algumas variáveis, como a velocidade do pedregulho espacial e a direção de onde ele vem em nossa direção (a velocidade atual do sistema Didymos ao redor do Sol é de 34,77).

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Com essas informações, além da massa e diâmetro do objeto e a velocidade orbital da Terra, já podemos inferir o tamanho do impacto com alguma margem de erro. Será preciso também calcular a velocidade do corpo em queda, que depende também da travessia em nossa atmosfera.

Felizmente, não precisamos fazer nenhum cálculo, pois o Asteroid Map faz esse trabalho para nós. O mapa simula uma colisão de asteroides de qualquer tamanho, em qualquer lugar do planeta, e mostra dados como o diâmetro da cratera e da área onde mais pessoas morreriam.

O Dimorphos tem 160 m de diâmetro, o que já nos dá uma boa ideia do que ele faria nas cidades do nosso país (ou qualquer outra do mundo). No entanto, os desenvolvedores da ferramenta não garantem 100% de acuracidade e alguns parâmetros ainda seriam necessários para algo mais preciso.

De qualquer forma, é interessante notar que o Dimorphos não conseguiria destruir o Brasil, muito menos o mundo. Entretanto, seja qual for a cidade infeliz a receber o impacto, será permanentemente marcada pela tragédia.

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Se Dimorphos caísse em São Paulo

O mapa apresenta seis círculos, cada um determinando o tipo de estrago causado naquela área. O círculo laranja mais interno é o diâmetro da cratera, onde qualquer coisa viva morreria, enquanto o amarelo é a região onde os prédios seriam varridos e seres humanos sofreriam queimaduras de pele, a maioria com ferimentos fatais.

No círculo vermelho, detritos ejetados seriam fatais e infraestruturas seriam destruídas; queimaduras de pele também afetariam os humanos aqui. A área verde seria semelhante, mas os estragos um pouco menos graves. No círculo cinza, as ondas de choque e tremores podem ser fatais para idosos, enquanto a área roxa recebe chuva de poeira e cinza.

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Praticamente toda a cidade de São Paulo seria afetada por destruição, mortes, ferimentos e queimaduras. O ABC paulista também não ficaria ileso e os efeitos menos dramáticos se estenderiam até perto do litoral da Baixada Santista e, no lado oposto, Jundiaí.

Se Dimorphos caísse no Rio de Janeiro

Boa parte do centro da Cidade Maravilhosa seria reduzida a uma cratera, que levaria muito tempo para voltar a ser fértil. Prédios de regiões como Vila Isabel, Laranjeiras, Cosme Velho e as proximidades do Aeroporto Santos Dummont seriam destruídos.

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Provavelmente, a ponte Rio-Niteroi, ou parte dela, não resistiria aos efeitos do impacto. Niterói, Itanhangá, Freguesia e todo o litoral incluso no círculo verde sofreriam com detritos fatais e destruição de construções. A área cinza engoliria a Barra da Tijuca, São Gonçalo, Jacarepaguá, Belford Roxo, outros locais de grande densidade populacional.

Por fim, o círculo roxo devora Petrópolis e algumas ilhas no Oceano Atlântico.

Se Dimorphos caísse em Brasília

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Por que não brincar também com um asteroide caindo no Distrito Federal? Bem, o Dimorphos simplesmente transformaria a Praça dos Três Poderes em uma cratera, infértil por gerações, incluindo o anexo do palácio do Congresso Nacional, palácio do Planalto e o prédio da Presidência da República.

Algumas instalações administrativas, como o Congresso Nacional, TCU e o anexo do Senado cairiam. Pouca coisa sobraria do Palácio do Itamaraty, Banco do Brasil e Ministério da Economia. O círculo verde engloba todos os prédios de ministérios, do TSE, TST e quase todas as embaixadas, exceto de Senegal.

Por fim, as duas últimas áreas abraçam quase todo o "avião", formado pelo projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, deixando "ilesa" as pontinhas das asas Norte e Sul e da parte traseira, onde fica o Setor Militar Urbano.