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Próximos passos da DART: o que acontece após o choque com o asteroide?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/JHUAPL
NASA/JHUAPL

Após quase 10 meses de viagem pelo espaço, a sonda DART, da NASA, se chocou contra o asteroide Dimorphos. A colisão aconteceu a mais de 10 milhões de quilômetros da Terra e tinha o objetivo de alterar levemente a órbita de Dimorphos ao redor de Didymos, uma rocha espacial maior. É exatamente esta mudança que os astrônomos vão começar a estudar, investigando também a estrutura de Dimorphos.

Cerca de duas semanas antes de chegar ao sistema de asteroides, a DART liberou o LICIACube, um pequeno satélite. Ele ficou em um “lugar VIP” para acompanhar a colisão da nave em Dimorphos, observando tanto o impacto quanto a pluma de detritos liberada. No momento, o LICIACube está caracterizando a composição destes fragmentos, que ainda devem levar algum tempo até se acomodarem na superfície de Dimorphos.

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Quando isso acontecer, o LICIACube já estará longe, vagando pelo espaço profundo. Por isso, cabe agora aos telescópios espaciais e em solo investigarem a mudança na órbita de Dimorphos: antes do impacto, ele orbitava Didymos a cada 11 horas e 55 minutos, e a ideia é que a colisão tenha reduzido seu período orbital em 73 segundos, no mínimo.

Apesar de parecer pequena, a mudança é suficiente para afetar as observações deles na Terra. Como estão distantes demais para serem observados individualmente, os telescópios em solo acompanham os “eclipses” do sistema de asteroides, que ocorrem quando um passa em frente ao outro e reduz levemente o brilho. Com esta redução, os astrônomos conseguem determinar o tempo que leva para Dimorphos orbitar Didymos.

Ainda não sabemos muito sobre Dimorphos, de modo que é difícil determinar a dimensão do impacto na mudança na órbita dele. “Em alguns dias ou semanas, devemos ver aqueles [eclipses] saindo do ritmo”, disse Tom Statler, cientista do programa da DART. “Eu, pessoalmente, ficaria surpreso se um mês passasse e ainda não tivéssemos detecções claras da mudança”, acrescentou.

Os efeitos da colisão com o asteroide

Michel é o principal investigador da missão Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA). Com lançamento previsto para 2024, a Hera alcançará o sistema de asteroides em 2026 para investigar de pertinho os resultados da colisão da DART. Junto dos dados do LICIACube, a Hera poderá ajudar a determinar a massa exata de Dimorphos, mostrando também como o impacto se saiu.

Patrick Michel, cientista planetário, observa que os cientistas estão apenas no começo dos estudos da missão. “O LICIACube vai nos contar sobre as ejeções produzidas primeiro, e depois as observações em solo vão nos dizer a diferença no período orbital de Dimorphos ao redor de Didymos, antes e depois do impacto”, explicou ele.

Já Lindley Johnson,, diretora do Escritório de Coordenação de Defesa planetária, ressalta que a Hera poderá coletar dados completos e precisos do que aconteceu nos objetos, oferecendo também as informações da composição, massa e força deles. ‘A missão hera vai fazer isso por nós além da pura ciência adicional, já que cada um dos asteroides vai ser um pouco diferente, e isso vai se somar à nossa compreensão das características gerais deles”, finalizou.

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Fonte: ESASpace.com