Impacto da nave DART em asteroide é filmado por telescópios; veja vídeos!
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Uma série de telescópios instalados em diferentes lugares acompanhou a sonda DART, da NASA, se chocando contra o asteroide Dimorphos. O encontro “fatal” da nave com a rocha ocorreu a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra, com o objetivo de testar uma técnica que pode proteger a Terra contra possíveis asteroides perigosos. Felizmente, alguns observatórios conseguiram acompanhar a ação.
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Após cerca de 10 meses de viagem pelo espaço, a DART chegou a Dimorphos, um asteroide de aproximadamente 160 m que orbita Didymos, uma rocha espacial maior. Ela atingiu sua superfície a cerca de 23.500 km/h para tentar alterar levemente a órbita de Dimorphos ao redor de Didymos. Assim, os telescópios em solo identificaram mudanças na luz dos asteroides.
Foi o que apareceu nas imagens dos telescópios do projeto ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), instalados no Havaí. Abaixo, você perceberá que o sistema de asteroides fica bastante brilhante no momento do impacto, e logo aparece uma pluma de material ejetado de Dimorphos após a colisão da nave.
Um dos telescópios do Observatório Astronômico Sul Africano (SAAO), também acompanhou a colisão. Em uma publicação, o SAAO revelou imagens do impacto da DART capturadas pelo instrumento Mookodi, instalado no telescópio Lesedi. Este, por sua vez, foi instalado no observatório em 2017, e é o telescópio mais novo do SAAO.
Os membros da campanha DART - OPTiK não ficaram de fora das observações. A campanha contou com uma equipe composta por pesquisadores da Universidade de Edimburgo e outras instituições, que acompanhou a ação da DART no Quênia, com um telescópio portátil.
Veja abaixo:
Outro registro espetacular foi capturado pelos membros do projeto Virtual Telescope, em uma colaboração com o Observatório Klen Karoo, na África do Sul. “Vimos em tempo real, com nossos próprios olhos, os efeitos da DART colidindo com o asteroide Dimorphos, tornando-o muito mais brilhante, com uma grande nuvem de detritos”, descreveu Gianluca Masi, coordenador do projeto.
Abaixo, você confere uma animação produzida com as melhores imagens que eles conseguiram:
Já os membros do projeto Céu Profundo acessaram os dados do telescópio James Webb e produziram uma sequência de imagens animadas, que mostram o impacto pelos “olhos” do maior observatório já lançado ao espaço. O ponto escuro é resultado do excesso de brilho vindo do asteroide, que saturou o sensor do instrumento NIRCam.
Confira:
A agência Espacial Europeia (ESA) também registrou tudo aqui so solo. As imagens abaixo foram obtidas pelo Observatório Les Makes, na Ilha da Reunião, no Oceano Índico. No vídeo, vemos o asteroide brilhando muito logo após o impacto; em seguida, uma nuvem de material ejetado pela colisão fica visível. O vídeo teve sua linha do tempo acelerada para mostrar em poucos segundos o que aconteceu, na verdade, em cerca de meia hora.
Mais telescópios em solo devem começar a observar o sistema de asteroides em breve, para conferir os efeitos do impacto. Além disso, vale lembrar que uma série de imagens dos efeitos da colisão, capturadas pelo pequeno satélite LICIACube, devem chegar em algumas semanas. O satélite foi “de carona” com a DART ao local da colisão com o objetivo de acompanhar o impacto e seus efeitos no asteroide.
Fonte: Virtual Telescope, ESA; Via: Space.com