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Qual o tamanho do asteroide que matou os dinossauros?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Outubro de 2022 às 18h08

Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0
Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0
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Há cerca de 66 milhões de anos, um impacto na península de Yucatán, atual México, jogou uma nuvem de poeira, cinzas e vapor incandescentes na atmosfera — o que, junto com o sulfato dispersado, bloqueou a luz solar, incendiou as florestas e impactou seriamente o clima e a cadeia alimentar do planeta, levando à extinção dos dinossauros e fechando o período Cretáceo. Mas qual o tamanho do asteroide que colidiu com a Terra e causou tudo isso?

Imagem em relevo da porção noroeste da Península de Yucatán, onde fica a cratera de Chicxulub: embora sutil, é possível ver o contorno da cratera. Abaixo, a mesma imagem em frequências de infravermelho (Imagem: Shuttle Radar Topography Mission/Domínio Público)
Imagem em relevo da porção noroeste da Península de Yucatán, onde fica a cratera de Chicxulub: embora sutil, é possível ver o contorno da cratera. Abaixo, a mesma imagem em frequências de infravermelho (Imagem: Shuttle Radar Topography Mission/Domínio Público)

Análises da cratera

Estimativas apontam que o impacto condiz com um asteroide de 10 km de diâmetro ou um cometa de 7 km de diâmetro. Como tiramos o cometa da probabilidade? Da mesma forma que sabemos o tamanho do asteroide: com irídio. Esse metal pode, sim, ocorrer naturalmente, mas os meteoritos são muito mais ricos no material.

Coincidindo com a época da cratera, foi encontrada uma camada de irídio previamente inexistente no planeta, misturada com argila, 100 vezes maior do que o normal. Um cometa, por ser metade feito de gelo, não traria toda essa quantidade mineral consigo ao atingir a Terra.

Animação mostrando como o impacto do asteroide gerou a cratera de Chicxulub e modificou a topografia local (Imagem: David Fuchs/CC-BY-3.0)
Animação mostrando como o impacto do asteroide gerou a cratera de Chicxulub e modificou a topografia local (Imagem: David Fuchs/CC-BY-3.0)

A chamada cratera de Chicxulub vem sendo estudada desde a sua descoberta, nos anos 1970. Análises geoquímicas apontam que o impactador, ou seja, o asteroide, seria um condrito carbonáceo, um grupo primitivo de meteoritos com muito carbono na composição, provavelmente formados na infância do sistema solar.

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Se colocado no nível do mar, o bólido — que pode ter vindo do cinturão de asteroides que circunda nosso sistema — ficaria mais alto que o Monte Everest, de “apenas” 8.848 metros, já que, em pé, teria pelo menos 10 km.

O asteroide matou mesmo os dinossauros?

A comunidade científica aceita a teoria do asteroide como sendo a que melhor explica a extinção dos dinossauros, mas há pesquisadores que a contestam com outros estudos. Recentemente, um novo estudo notou que a diversidade dos dinossauros na China estava em declínio ao analisar a bacia fossilífera de Shanyang.

Embora possível, é difícil de provar com certeza que os dinossauros acabariam numa extinção em massa sem a chegada do meteorito, tanto por falta de fósseis e precisão nas análises geocronológicas quanto por refutações: em resposta, outros estudos mostraram que menos de 20% das espécies de dino declinavam antes do final do Cretáceo. Isso seria, provavelmente, simplesmente a ação da seleção natural e a diversificação das espécies, e não a extinção dos dinossauros.

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O asteroide que matou os dinossauros provavelmente veio do cinturão de asteroides do sistema solar, carregando irídio em abundância nos seus 10 km de diâmetro (Imagem: NASA/JPL-Caltech)
O asteroide que matou os dinossauros provavelmente veio do cinturão de asteroides do sistema solar, carregando irídio em abundância nos seus 10 km de diâmetro (Imagem: NASA/JPL-Caltech)

Fonte: Astronomy & Geophysics, Science Advances