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Pedaço de asteroide que matou os dinossauros pode ter sido preservado em âmbar

Por| Editado por Rafael Rigues | 12 de Maio de 2022 às 17h00

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University of Manchester/BBC
University of Manchester/BBC

Um pequeno fragmento do asteroide que provocou a extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos parece ter sido descoberto dentro de um pedaço de âmbar durante uma pesquisa liderada pela Universidade de Manchester. O trabalho ainda será revisado por outros cientistas, mas se o pedaço for confirmado como parte da rocha espacial, ela poderá revelar parte de sua origem.

O possível fragmento do asteroide é apenas uma das várias descobertas importantes feitas na Formação Hell Creek, um sítio arqueológico localizada em Dakota do Norte. A região preserva os indícios do violento impacto que marcou fim do domínio dos dinossauros na Terra.

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Entre os fósseis encontrados no sítio, estão peixes que aparentemente engoliram detritos durante o impacto, uma tartaruga empalada com um pedaço de madeira e uma perna que pode ter sido de um dinossauro estava presente no momento da catástrofe.

Tudo é relatado no documentário "Dinosaur Apocalypse", apresentado pelo naturalista David Attenborough e o paleontólogo Robert DePalma, que vai ao ar toda quarta-feira na PBS. DePalma trabalha em Tanis, como é conhecido o sítio, desde 2012 é o pesquisador à frente do possível fragmento do asteroide.

Rocha espacial congelada no tempo

O sítio arqueológico, uma planície deserta, não se parece nada com a paisagem do fim do Cretáceo — 66 milhões de anos atrás. Naquela época, onde hoje fica o meio-oeste norte-americano, existia uma floresta pantanosa e um mar que se estendia por todo caminho do que atualmente é o Golfo do México até o Canadá.

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Tanis fica a mais de 3.200 km de distância cratera de impacto Chicxulub, na Península de Yucatán, no México. Ainda assim, a região guarda os fósseis que teriam sido empurrados e enterrados ali por uma grande volume de água deslocado pela colisão do asteroide.

Trabalhos anteriores já haviam encontrado esférulas de impacto relacionadas ao asteroide. Elas são pequenos pedaços de rocha derretida lançadas ao espaço pelo impacto, que depois se cristalizaram em um material parecido com o vidro e caíram de volta na Terra.

No entanto, DePalma e sua equipe encontraram algumas dessas esférulas preservadas na resina de uma árvore no momento do impacto,que posteriormente se transformou em âmbar. "Nesse âmbar localizamos várias esférulas que estavam basicamente congeladas no tempo", disse o pesquisador.

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Os pesquisadores localizaram uma série de pequenos fragmentos de rocha não derretida no interior dessas esférulas. A maior parte, rica em cálcio, provavelmente veio da camada de calcário abaixo da Península de Yucatán. Outras, ricas em cromo e níquel, indicaram a possível natureza cósmica desses pedaços.

Se esses fragmentos forem realmente confirmados como parte do asteroide que devastou os dinossauros, será uma descoberta única, pois armazenariam muitas informações do momento exato do impacto — ou parte do que aconteceu nos dias e meses seguintes.

Os pesquisadores também encontraram a perna de um dinossauro ainda com impressões da pele. O fóssil pertence a um Thescelosaurus neglectus, um pequeno dinossauro herbívoro do Cretáceo. A preservação dos tecidos moles, como a pele, indica que o corpo não teve tempo de se decompor, porque teria sido imediatamente enterrado.

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A pesquisa detalhando as descobertas ainda não foi publicada em nenhuma revista científica. Agora os pesquisadores se concentrarão em análises mais aprofundadas, além de submeter o trabalho à revisão dos pares. Segundo DePalma, o artigo revisado será publicado nos próximos meses.

Fonte: Via CNN