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Objeto que extinguiu os dinossauros pode ter vindo do Cinturão de Asteroides

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Roger Harris/Science Source
Roger Harris/Science Source

Hoje, a teoria mais aceita para explicar o que causou a extinção dos dinossauros propõe que um asteroide, com aproximadamente 9,6 km de diâmetro, teria atingido a Terra e causado uma série de eventos catastróficos — e, como consequência deles, os dinossauros foram extintos. Agora, um novo estudo pode ter determinado a origem deste objeto. Pesquisadores propõem que o impactador seria um asteroide primitivo gigante vindo do Cinturão de Asteroides, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter.

Um dos vestígios do impacto que causou a extinção é a cratera Chicxulub, localizada na Península de Yucatán, no México. Análises geoquímicas da cratera indicam que, talvez, o impactador fizesse parte de uma classe de condritos carbonáceos, um grupo primitivo de meteoritos com alta proporção de carbono em sua composição e que, provavelmente, foram formados durante a "infância" do Sistema Solar. Com essas informações, vários cientistas já tentaram determinar a origem do objeto, mas muitas das teorias apresentadas foram caindo gradualmente.

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Já neste novo estudo, os pesquisadores criaram um modelo computacional para descobrir a frequência com que os asteroides principais "fogem" do Cinturão e vêm para a Terra, e se algum desses asteroides “errantes” poderiam ser os grandes responsáveis pelo impacto que aniquilou os dinossauros. As simulações incluíram períodos de centenas de milhões de anos, e o modelo mostrou as forças térmicas e puxões gravitacionais exercidos pelos planetas, que podiam lançar periodicamente asteroides de tamanho considerável para fora do Cinturão.

Como resultado, eles descobriram que um asteroide com mais de 9,6 km de diâmetro teria sido lançado da parte mais externa do Cinturão, em uma rota de colisão com a Terra, uma vez a cada 250 milhões de anos, em média. Isso indica eventos do tipo seriam cinco vezes mais comuns do que se pensava, e o mais importante: o cálculo corresponde com o que se sabe da cratera Chicxulub, a única cratera de impacto que, até então, considera-se ter sido formada por um grande asteroide nos últimos 250 milhões de anos.

Além disso, o modelo analisou também a distribuição dos diferentes tipos de asteroides no Cinturão, mostrando que metade daqueles que eram expulsos eram condritos carbonáceos escuros — o que também combina com o objeto considerado como aquele que formou a cratera de Chicxulub. Essas descobertas podem explicar de onde veio o objeto que causou a cratera, e ajudam também os cientistas a entender melhor a origem de outros asteroides que atingiram a Terra no passado e, quem sabe, a prever onde novos impactadores podem ocorrer.

David Nesvorný, pesquisador que liderou o estudo, comenta que eles descobriram que cerca de 60% dos grandes impactadores terrestres vêm da parte externa do Cinturão, e a maioria dos asteroides dessa região são escuros. “Portanto, há 60% de probabilidade de que o próximo também venha de lá”, disse, em entrevista. “Suspeitava que a parte mais externa do Cinturão, onde os asteroides escuros primitivos ficam, pode ser uma fonte importante de impactadores terrestres, mas não esperava que os resultados fossem tão definitivos”, concluiu.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Icarus.

Fonte: Live Science