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Vida dos dinossauros já estava em risco antes da queda do asteroide, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Agosto de 2021 às 17h00

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Gerd Altmann/Pixabay
Gerd Altmann/Pixabay

A teoria mais aceita, atualmente, é a de que o que provocou a extinção dos dinossauros foi a queda de um asteroide na Terra. A explosão, bilhões de vezes mais poderosa do que a bomba atômica que devastou a cidade de Hiroshima, no Japão, foi capaz de extinguir também outras espécies de animais e plantas.

Mas se esse asteroide não tivesse atingido a Terra, qual seria o destino dos dinossauros? Essa dúvida foi a motivação de um novo estudo divulgado na revista científica Nature Communications. Para tentar chegar nessa resposta, os pesquisadores avaliaram seis famílias de dinossauros que existiram ao longo de 40 milhões de anos antes da extinção.

Entre essas famílias estavam três carnívoras (Tyrannosauridae, Dromaeosauridae e Troodontidae) e três herbívoras (Ceratopsidae, Hadrosauridae e Ankylosauridae), e os cientistas sabiam que elas ainda existiam ao final do período Cretáceo, quando houve a queda do asteroide. Então, ao longo de cinco anos, foram reunidas todas as informações para descobrir quantas criaturas ainda existiam na Terra e quais eram as espécies de cada grupo.

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Fabien Condamine, um dos autores do estudo, explica que esse acompanhamento foi possível porque, na paleontologia, cada fóssil é numerado para o acompanhamento científico. "O trabalho foi tedioso — fizemos um inventário da maioria dos fósseis conhecidos dessas seis famílias, representando mais de 1,6 mil dinossauros de aproximadamente 250 espécies", conta. 

Após a classificação de cada fóssil, a equipe de cientistas usou um modelo estatístico para criar estimativas da quantidade de espécies que evoluíram ao longo dos anos para cada família. Então, eles conseguiram rastrear as espécies que apareceram e sumiram entre o período de 160 milhões a 66 milhões de anos atrás, e estimar a evolução de novas espécies e a extinção ao longo do tempo.

Respostas

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As análises mostraram que muitas espécies de dinossauros, entre carnívoros e herbívoros, estavam passando por um declínio acentuado desde 10 milhões de anos antes da queda do asteroide na Terra. Uma das teorias para essa queda, segundo Condamine, é a mudança climática, uma vez que o planeta estava passando por resfriamento de 7 °C a 8 °C, e os dinossauros precisavam de um clima quente para o funcionamento do metabolismo.

"Como costumamos ouvir, eles não eram ectotérmicos (animais de sangue frio), como crocodilos e lagartos, nem endotérmicos (de sangue quente), como mamíferos ou pássaros", explica o paleontólogo. "Eles eram mesotérmicos, sistema metabólico que fica entre o dos répteis e dos mamíferos, e precisam de um clima aquecido para manter suas temperaturas e desempenhar suas funções biológicas básicas. Essa queda na temperatura pode ter tido um impacto muito forte neles", completa.

Os cientistas explicam ainda que houve um declínio chamado extinção de cascata, quando os herbívoros começaram a diminuir rapidamente, deixando os carnívoros sem alimento e, consequentemente, propensos a desaparecer. Mesmo assim, o estudo conta que ainda é difícil afirmar se os dinossauros não teriam sido extintos se não fosse a suposta queda do asteroide.

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Condamine diz que alguns grupos de dinossauros poderiam ter se recuperado do declínio, como os Hadrossauros, que haviam apresentando uma certa resiliência ao desaparecimento. "O que podemos dizer é que os ecossistemas do final do período Cretáceo estavam sob uma pressão significativa devido à deterioração climática e grandes mudanças na vegetação, e que o asteroide foi apenas o último sopro", finaliza. Muitos paleontólogos acreditam que se os dinossauros tivessem sobrevivido, nem os primatas e nem os humanos teriam surgido na Terra.

O estudo completo está disponível para consulta neste link.

Fonte: BBC