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Brasil guarda registros do asteroide que dizimou os dinossauros da face da Terra

Por| 01 de Agosto de 2017 às 13h11

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Brasil guarda registros do asteroide que dizimou os dinossauros da face da Terra
Brasil guarda registros do asteroide que dizimou os dinossauros da face da Terra

Há 65 milhões de anos, um asteroide se chocou com a Terra e foi o responsável pelo fim da era dos dinossauros em nosso planeta, abrindo caminho para que os pequenos mamíferos se desenvolvessem, marcando a transição entre os períodos Cretáceo e Paleógeno. E, apesar de o asteroide ter caído na península de Yucatán, no México, há um pedaço do Brasil que guarda registros do acontecimento que mudou a vida terrestre para sempre.

Esse lugar fica em Pernambuco, especificamente no município de Paulista. Ali, a Mina Poty exibe em suas rochas algumas microesféculas, que são grãos de vidro microscópicos, juntamente com fragmentos de quartzo de impacto, produzidos pelo calor gerado no momento da colisão com o asteroide. Esses objetos foram lançados à atmosfera, caindo em algumas partes do planeta — e uma delas é a cidade de Paulista.

A área traz marcas geológicas desse período histórico da Terra e também apresenta resquícios do megatsunami causado pelo impacto do asteroide, que provocou ondas de 20 metros de altura a 112 km/h, alcançando o Nordeste brasileiro. Dada a relevância histórica da região, o sítio será preservado e terá abertura para visitação a partir de novembro.

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A descoberta

O responsável por descobrir a preciosa região pernambucana foi o geólogo Gilberto Albertão, lá no início dos anos 1990, quando estava fazendo pesquisas para o seu mestrado na Universidade Federal de Ouro Preto. Ele pretendia verificar se em alguma bacia sedimentar brasileira havia evidências físicas ou biológicas das extinções do período Cretáceo — e conseguiu.

Além de descobrir fósseis vertebrados marinhos, o geólogo também localizou anomalias químicas e físicas mostrando os resquícios do asteroide em questão. “O primeiro efeito do impacto foi um grande incêndio global, em função da chegada desse corpo. O atrito do asteroide gerou um superaquecimento. E em todas as áreas desse limite que são continentais existem evidências de anomalia de carbono”, explicou.

E Albertão seguiu estudando a região mesmo mais de duas décadas depois da conclusão de seu mestrado. Agora, a manutenção do local ficará a cargo da Votorantim  Cimentos em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, que, por sua vez, será responsável por novos estudos que serão conduzidos por lá.

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Fonte: UOL