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As diferenças entre LCD, OLED, Mini LED, Micro LED e outros tipos de display

Por| Editado por Wallace Moté | 23 de Outubro de 2021 às 10h30

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

O mercado atual de dispositivos eletrônicos costuma trazer uma grande variedade de tecnologias de displays em seus produtos, como televisores, celulares, tablets, notebooks e outros. Portanto, siglas como LCD ou OLED podem representar recursos diferentes entre si, e essas terminologias podem não ser tão óbvias para os consumidores. Por isso, o Canaltech mostra quais são os principais tipos de telas disponíveis, e quais são suas principais diferenças. 

LCD: o mais comum

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A tecnologia mais tradicional entre as telas que são disponibilizadas atualmente é o LCD, que corresponde a Liquid Crystal Display (ou Display de Cristal Líquido, em tradução livre). Os cristais líquidos são pequenas moléculas em forma de bastão, capazes de se movimentar na presença de uma corrente elétrica. Eles têm a função de permitir ou bloquear a passagem de luz, e ainda podem revelar as cores primárias (vermelho, verde e azul) com o auxílio de filtros adicionais. 

Porém, esses cristais não são capazes de gerar luz própria. Por isso, as telas LCD trazem um painel traseiro com lâmpadas brancas ou azuis — o famoso backlight —, cuja iluminação passa posteriormente pelos filtros necessários para fornecer a imagem colorida.

TN: os primórdios do LCD

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O primeiro tipo de painel LCD de que se tem registro é chamado de TN (Twisted Neumatic, ou Neumático Torcido, em tradução livre). Alguns exemplos mais simples de dispositivos com TN são os relógios mais baratos, que possuem cristais líquidos posicionados em uma forma “enrolada”, permitindo a passagem livre da luz do painel traseiro. A partir do momento em que esses cristais recebem impulsos elétricos, eles se desenrolam, bloqueando a passagem de luz e permitindo que as determinadas mensagens sejam mostradas na tela.

Vários celulares vendidos nas décadas de 80, 90 e 2000 também traziam tecnologias semelhantes ao TN, assim como calculadoras até hoje — portanto, é bem possível que você tenha algum dispositivo desse tipo, em que a informação é revelada por meio do “bloqueio” da luz emitida por uma fonte traseira. 

Essa tecnologia se destaca pelo baixo uso de energia, e também por conta disso os celulares antigos são conhecidos por terem baterias de longa duração — autonomia também aumentada por conta dos outros componentes mais simples, e de desempenho mais limitado em relação ao que existe atualmente. Outra vantagem dos painéis TN inclui baixo custo de produção, mas em compensação os ângulos de visão são bastante baixos.

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A partir de um certo momento, algumas marcas começaram a disponibilizar telas coloridas com o padrão TN, graças ao uso de filtros em vermelho, verde e azul. Porém, a gama de cores disponíveis nessa tecnologia é muito limitada, e por conta disso ela foi abandonada em celulares por volta do início dos anos 2000.

IPS e VA: variações do LCD

Quando se procura as especificações de um smartphone atual, é bastante provável que junto com o LCD, apareça a sigla IPS. Ela faz referência à tecnologia de In-Plane Switching (ou Troca no mesmo Plano, em tradução livre), em que a lógica de movimentação dos cristais líquidos ocorre de forma contrária: aqui, eles barram a luz até o momento em que recebem a corrente elétrica, e então “rodam” para liberar a iluminação.

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Ou seja, os cristais poderão fazer movimentações constantes, à medida que diferentes informações precisarem aparecer na tela. Como esse deslocamento acontece em forma de rotação no mesmo plano e eixo original dos componentes, o nome da tecnologia é justificado.

Telas IPS trazem características opostas ao TN, ou seja, elas têm melhores ângulos de visualização e suporte para uma gama maior de cores, o que pode ser útil para profissionais em edição de vídeo e foto, por exemplo. Por outro lado, elas exigem uma produção mais cara, o gasto de energia é mais alto, e em geral a velocidade de resposta a comandos é mais lenta.

Outra sigla que pode aparecer nas especificações de telas — especialmente de monitores — é o VA, que significa Vertical Alignment (ou Alinhamento Vertical). Como o nome sugere, os cristais líquidos ficam posicionados verticalmente, e não na horizontal. Essa disposição permite que eles bloqueiem a luz do painel traseiro de forma mais eficiente, o que resulta em cores e contrastes mais precisos, especialmente em cenas escuras.   

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Porém, a tecnologia ainda não tem muitos anos de desenvolvimento, e sofre especialmente por conta das velocidades de resposta mais baixas, o que provoca a aparição de sombras atrás de objetos em rápida movimentação. Além disso, os ângulos de visão são mais baixos do que os registrados em painéis IPS.

LED, LCD ou OLED?

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É bastante comum que marcas de televisão anunciem seus produtos com a “tecnologia LED”. Porém, é preciso tomar cuidado, pois geralmente essa nomenclatura não passa de um truque de marketing.

TVs LED apresentam estrutura similar ao LCD, com um painel traseiro que serve como fonte de luz, em conjunto com uma camada de cristais líquidos que fazem as filtragens necessárias para a exibição de diferentes cores. 

A única diferença das televisões LED fica no componente que emite a luz necessária para o funcionamento do dispositivo: em vez de lâmpadas de cátodos fluorescentes, pequenos LEDs fornecem a iluminação branca ou azul. Mesmo que essa mudança cause consumo menor de energia e em geral represente um tempo útil maior dos produtos, televisões LED não trazem melhorias significativas na qualidade de imagem em relação aos LCDs.

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O salto de qualidade acontece efetivamente em telas que trazem a tecnologia OLED (Organic Light Emitting Diode, ou Diodo Orgânico de Emissão de Luz). As diferenças para o LCD são bastante claras, pois televisões com essa tecnologia trazem LEDs com emissão própria de luz, o que dispensa a utilização de um painel traseiro e permite que os dispositivos sejam bem mais finos.

Como cada pixel opera de forma independente, é possível desligá-lo completamente quando é necessário mostrar um tom preto, por exemplo. Por isso, as cenas mais escuras alcançam um alto potencial de precisão e profundidade, além de auxiliar na economia de energia. Em geral, diferentes cores também aparecem com mais exatidão e o contraste também é mais acertado, o que proporciona uma experiência mais afinada com o que o produtor do conteúdo assistido pretende. 

Além disso, telas OLED também apresentam uma maior versatilidade de utilização, com a implementação em displays curvos e dobráveis, por exemplo. Porém, a tecnologia costuma ter um preço de produção mais alto, o que resulta em dispositivos mais caros, e apresentar níveis de brilho mais baixos que painéis do tipo LED para evitar o temido burn-in. 

O chamado burn-in é um desgaste excessivo dos componentes que causa a aparição de “fantasmas” na tela, especialmente de conteúdos estáticos que estavam sendo mostrados anteriormente por longos períodos, como ícones da interface em smartphones ou logo de canais de TV. 

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Algumas variações podem aparecer em siglas relacionadas a produtos do tipo, geralmente representando mais uma estratégia de marketing do que diferenças efetivas na usabilidade dos produtos.

O AMOLED faz referência a uma matriz ativa de circuito, em oposição a uma matriz passiva — padrão usado de forma mais extensa anos atrás. Já o Super AMOLED significa que o dispositivo traz um digitalizador integrado de touch screen, o que também não traz mudanças no uso do dia a dia, em comparação com outros tipos de digitalizadores. Enquanto isso, o POLED faz referência ao uso de um substrato de plástico na base do display, com componentes mais leves, flexíveis e finos do que o tradicional vidro.

O mercado de telas OLED é bem menos diversificado do que o de LCDs. Em geral, LG e Samsung dominam a produção de componentes desse tipo, e as outras marcas compram os displays das duas companhias sul-coreanas, para então montá-las em seus produtos. Outra marca que vem crescendo no uso da tecnologia é a chinesa BOE.

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Mini LED: zonas de escurecimento auxiliam na qualidade de imagem

Nos últimos anos, outra tecnologia que vem ganhando espaço no mercado aos poucos é o Mini LED. Produtos deste tipo vieram para resolver um dos principais problemas das telas LCD: nelas, como o painel traseiro precisa ficar aceso durante o tempo todo de operação, imagens mais escuras podem apresentar distorções de cores, e os pretos não ficam tão profundos — o chamado vazamento de luz. 

Telas Mini LED apresentam LEDs menores (daí o nome, quem diria), e com isso possuem mais zonas no painel traseiro, que podem chegar às centenas ou até milhares com níveis individuais de iluminação. Com isso, é possível atingir um efeito chamado de “local dimming” (ou escurecimento local) mais preciso, em que cenas mais escurecidas ficam com tons mais próximos do preto, em vez de um cinza escuro menos natural. 

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Nesse tipo de tela, as montadoras conseguiram reduzir drasticamente as dimensões dos LEDs na parte traseira para cerca de 200 microns (ou seja, algo em torno de 0,2 milímetros). Essa é, portanto, a origem do nome da tecnologia, e com essa característica é possível implementar cada vez mais áreas de escurecimento, com maior versatilidade de imagem em diferentes situações.

Ao mesmo tempo, a diminuição dos LEDs também permite que dispositivos menores ofereçam o recurso — algo que anteriormente era possível apenas em grandes televisões, já chegou a dispositivos móveis como o tablet iPad Pro, que traz mais de 2.500 zonas em cerca de 12,9 polegadas.

As televisões com Mini LED apresentam melhores níveis de brilho e contraste também em cenas mais claras, em comparação com telas LCD — porém, ainda ficam atrás do OLED quando se fala em contraste. A tecnologia ainda é relativamente cara e complexa, o que dificulta o processo de reparos, sendo um fator dificultador para a popularização dos dispositivos.

Micro LED: LEDs ainda menores e modularidade

Se o nome Mini LED faz referência a LEDs muito pequenos, o termo Micro LED significa que os componentes são ainda menores — de acordo com as montadoras, essa tecnologia traz LEDs de apenas 50 microns (ou 0,05 milímetros, mais finos do que um fio de cabelo).

Com isso, é possível organizar zonas ainda mais detalhadas e densas na parte interna das televisões, com LEDs que conseguem emitir luz por conta própria. Portanto, telas Micro LED trazem muitas semelhanças com o OLED, mas sem as desvantagens do caráter orgânico dos componentes — dispensando, por exemplo, o risco de burn-in. 

Outras similaridades incluem cores extremamente precisas e pretos completos, já que os LEDs podem ser efetivamente desligados em cenas totalmente escuras. Os ângulos de visão também são bastante altos, permitindo que as imagens mantenham alta qualidade, mesmo quando vistas na diagonal. Além disso, televisões com Micro LED trazem capacidade para brilho mais alto, com até 10 mil nits — para efeito de comparação, as TVs OLED mais caras da atualidade chegam a no máximo 2 mil nits.  

A tecnologia Micro LED também permite a montagem modular de dispositivos, e um dos melhores exemplos vistos atualmente é o painel The Wall, vendido pela Samsung. Ele é disponibilizado em tamanhos completamente configuráveis, entre 72 e 300 polegadas, mas ainda com preços exorbitantes, que podem ultrapassar a marca de um milhão de dólares (cerca de R$ 5,69 milhões de reais em conversão direta).

Por ser um recurso ainda muito novo e caro, não existem televisões menores e mais acessíveis com o Micro LED. Porém, com o avanço do desenvolvimento da tecnologia, é possível que ela se popularize nos próximos anos. 

Quantum Dot: foco em precisão de cor

A tecnologia Quantum Dot também pode ser conhecida como QLED, especialmente por conta da nomenclatura implementada pela Samsung. Ela é baseada na mesma configuração estrutural do LCD/LED, mas com uma camada extra de pontos para aumentar a gama de cores disponíveis em televisões intermediárias.

Produtos QLED também precisam de um painel traseiro que emite a luz, mesmo quando são mostradas cenas mais escuras. Portanto, ela mantém as desvantagens relacionadas à falta de precisão de cor e pretos que na verdade são mais próximos de um cinza escuro. 

Porém, nesse tipo de televisão, a luz traseira precisa ser necessariamente azul, pois os pontos posicionados na parte superior (ou seja, os quantum dots) possuem nanocristais que reagem a essa coloração, e assim emitem uma variedade bem mais alta de tons próprios, permitindo uma maior especificidade de cores, e consequentemente mais precisão.

Com isso, as televisões podem ir além do tradicional padrão sRGB com cerca de 16,7 milhões de cores diferentes, para gamas mais extensas, como o DCI-P3 que traz algo em volta de 1,07 bilhão de tons. Esses dados se tornam ainda mais relevantes em momentos de exibição de conteúdos em HDR, quando é exigida uma variedade de cores que não aparecem necessariamente em cenas sem o alto alcance dinâmico. 

Como os quantum dots emitem luz própria, é possível chegar a níveis mais altos de brilho em comparação com o LCD comum, e as televisões com essa tecnologia também não sofrem com o burn-in de forma tão comum quanto as OLED. 

Mas afinal, qual televisão comprar?

Em geral, caso o dinheiro não seja problema, é recomendado adquirir televisores com tecnologia OLED (ou até mesmo Micro LED, caso a carteira esteja realmente cheia). Porém, é preciso ser realista e entender que nem sempre o orçamento é compatível com os valores que as marcas exigem em alguns de seus produtos. 

Portanto, é preciso colocar as expectativas e objetivos em ordem. Televisões LCD/LED ainda podem oferecer resultados bastante satisfatórios, e costumam trazer boas opções de custo-benefício, especialmente se a resolução escolhida for ao menos Full HD — vale lembrar que a tela de muitos smartphones atuais já trazem o 1080p, então escolher por uma resolução menor em um dispositivo tão maior como uma TV pode não ser a melhor pedida.

Caso o orçamento permita apenas adquirir uma TV LED, o ideal é seguir para modelos com pontos quânticos para uma maior precisão de cores, pois modelos com a tecnologia já começam a cair de preço e se encontram muita vezes na mesma faixa das telas tradicionais. 

Além disso, é importante não confundir o LED com o OLED, já que apenas uma letra adicional da sigla representa estruturas completamente diferentes, com diferenças muito significativas no resultado final. 

Fonte: Android Authority