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Rede 5G (DSS) da Claro leva alta velocidade móvel primeiro para São Paulo e Rio

Por| 08 de Julho de 2020 às 13h22

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Claro
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A Claro divulgou em transmissão online o lançamento de sua rede 5G no Brasil. Como já noticiado no Canaltech, a nova geração da rede móvel da operadora utiliza a técnica DSS (dynamic spectrum sharing), que aproveita as frequências e estrutura do 4G. Além disso, a operadora mostrou o Motorola Edge, confirmado como o primeiro celular 5G do Brasil.

Segundo o apresentador Luciano Amaral, a própria transmissão foi feita utilizando a tecnologia. O evento para a imprensa, realizado no estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP), contou com cuidados especiais para os participantes, que assistiram à apresentação de dentro de carros, ao estilo cinema drive-in.

Separados, mas juntos

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Dividindo o palco com Amaral, o diretor de marketing da Claro Márcio Carvalho reafirmou que o leilão das novas frequências do 5G ficou mesmo para 2021, repetindo declarações feitas pelo presidente da Anatel e o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

O evento contou ainda com a participação remota do presidente da Ericsson para o cone sul das Américas, Eduardo Ricotta, o presidente da Motorola no Brasil, José Cardoso, e o executivo da Qualcomm Fiore Mangone, que declarou que o 5G deixará de ser exclusividade de celulares topo de linha:

“Estamos levando o 5G a todos os segmentos da linha Snapdragon”, afirmou o diretor de desenvolvimento de negócios da Qualcomm.

A Claro destacou que a preparação para o 5G começou já em 2017, com a instalação da chamada “4.5G”. A estrutura da operadora — antenas e fibra óptica — recebeu atualizações para atender o aumento de banda da nova geração.

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Rio e São Paulo (por enquanto)

A cobertura da rede 5G da Claro começa em alguns bairros nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Segundo Paulo César Teixeira, presidente da Claro, a escolha das duas cidades pela concentração de tráfego e demanda do produto. Ao ser perguntado sobre a expansão da cobertura. Paulo preferiu não dar detalhes sobre os planos de crescimento da rede por motivos estratégicos.

Paulo afirmou, porém, que o uso do 5G não envolverá custos extras aos usuários, independentemente do plano contratado. O único requisito é o uso de um celular compatível com a tecnologia.

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Entre as regiões com a cobertura inicial do 5G, a Claro destacou o sinal da nova rede no Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo e encravada no bairro de classe alta do Morumbi.

A operadora destacou que projetos sociais da comunidade, em parceria com o Instituto Claro e a Central Única das Favelas (CUFA), serão alguns dos primeiros beneficiados pela nova tecnologia.

Mais velocidade

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A operadora apresentou números que apresentam a evolução de velocidade entre os diferentes padrões de rede móvel. O 5G anunciado hoje mostrou uma velocidade bruta até duas vezes maior que o “4.5G” e 20 vezes superior ao 4G tradicional.

  • 4G: 20 Mbps
  • 4.5G: 200 Mbps
  • 5G: 300 a 400 Mbps

A adoção das novas frequências que serão leiloadas em 2021 promete velocidades superiores a 1.000 Mbps, segundo a operadora. Muito acima da velocidade média da internet fixa no Brasil, que foi de 24,6 Mbps em 2018, segundo dados da Anatel.

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Menos ping, menos lag

Apesar do aumento de velocidade não ter tanto impacto nos jogos online, outra vantagem do 5G, a latência (também conhecido como ping), mostrou números interessantes para os gamers.

“Tá liso, variando pouco”, opinou a jogadora Brava, do clan Fúria. Afirmando que o ping (tempo de resposta) estava em 17 milissegundos durante uma partida online no game Free Fire.

Já a jogadora Jojo, do mesmo time, declarou que a conexão 5G parecia estar “com um cabo de rede em casa”.

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Resta saber se, com a popularidade do 5G e o aumento de terminais usando a nova tecnologia, os números de tempo de resposta continuarão baixos como os apresentados no evento.

Motorola Edge

Como já noticiamos na semana passada, a rede 5G estreia no Brasil a bordo do Motorola Edge. Ao ser questionado pelo Canaltech, José Cardoso confirmou que tanto o Edge quanto o Edge+ estão prontos para as novas frequências do 5G, mas a transmissão apresentou falhas enquanto o presidente da Motorola no Brasil respondia se o modelo Edge+ é compatível também com o 5G DSS.

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Falando em frequências, Paulo César, da Claro, revelou que a faixa de transmissão utilizada pelo sistema DSS durante o lançamento do 5G é a de 2.600 MHz, conhecida também como a banda 7 do 4G.

Carros

A piloto de testes da Stock Car Karina Simões demonstrou em um Chevrolet Tracker a tecnologia dentro do estádio. A condução do veículo, com os vidros lacrados, dependeu de dois celulares Motorola Edge, ambos conectados pelo 5G: um para filmar o ambiente, e o segundo para exibir a transmissão em tempo real dentro do carro.

Apesar de guiar em baixa velocidade, o teste correu bem em um ambiente relativamente estreito. A piloto não escondeu a apreensão de dirigir “às cegas”, mas também elogiou o tempo de resposta da transmissão, notando que sentiu um obstáculo no trajeto praticamente ao mesmo tempo em que ele foi mostrado na imagem interna.

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Entre os benefícios apresentados pela tecnologia, os participantes destacaram mais de uma vez a adoção pelo 5G em carros que dispensam o motorista.

“Carros autônomos logo devem virar realidade”, declarou Mário Rachid, diretor da Claro.

Além dos carros, a operadora citou que entre os setores mais beneficiados com a nova tecnologia estão a educação à distância, telemedicina, agricultura e entretenimento. Ressaltando mais de uma vez a importância da tecnologia durante a atual pandemia da COVID-19.

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DSS?

A técnica DSS (dynamic spectrum sharing ou, em tradução direta, compartilhamento dinâmico de espectro) permite que operadoras utilizem as mesmas frequências de transmissão do 4G/LTE para o 5G.

Diferente do que aconteceu nas outras transições de telefonia móvel, o 5G prevê o uso de algumas frequências da geração anterior. O recurso, porém, precisa ser previsto e implementado tanto no celular, quanto nas antenas na operadora.

A técnica possibilita uma redução no custo de implementação do 5G, aproveitando a infraestrutura atual de antenas e interconexões. As frequências são alocadas dinamicamente pela estação-base, de acordo com a demanda dos assinantes, 4G ou 5G. De acordo com a Claro, o uso dinâmico das frequências entre os dois padrões evita congestionamentos, adaptando a antena aos terminais conectados.

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5G lado-B

O uso das atuais frequências do 4G não oferece o salto de velocidade esperado para a nova geração. O que é possibilitado pelo uso das novas frequências de transmissão.

Por outro lado, a tecnologia não apresenta os pontos fracos das frequências intermediárias (sub-6GHz) e milimétricas (mmWave), como o menor alcance e maior atenuação do sinal por prédios ou até mesmo paredes.

A chegada do "pacote completo" do 5G ao Brasil não deve acontecer em breve, já que depende do leilão das novas frequências, aguardadas agora para 2021.