Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Boicote ao Spotify surte pouco efeito, e concorrentes não veem crescimento

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 03 de Fevereiro de 2022 às 15h15

Link copiado!

Foto: Alexander Shatov (Unsplash)
Foto: Alexander Shatov (Unsplash)
Tudo sobre Spotify

Recentemente o Spotify perdeu cerca de US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões) em valor de mercado por conta da polêmica envolvendo as saídas de Neil Young e outros artistas em protesto contra a falta de moderação contra conteúdo conspiracionista. No entanto, mesmo com o boicote de parte do público, o streaming continua sendo o maior do mercado, segundo dados da App Store.

Apesar da sua relação com o controverso podcast The Rogan Experience, de Joe Rogan, que custou US$ 100 milhões (R$ 540 milhões), e a campanha de cancelamento, não houve um impacto no mercado.

A empresa de consultoria Sensor Tower também acrescentou que não houve "nenhuma mudança significativa" na contagem média de sessões ou nas métricas de duração para o App, após as polêmicas.

Continua após a publicidade

A situação envolvendo os protestos dos artistas até chegou a beneficiar alguns rivais do Spotify, considerando que uma parcela dos usuários optou por migrar de serviço devido à postura da empresa. Canais de atendimento da plataforma chegaram a ficar sobrecarregados devido a quantidade de reclamações e cancelamentos, mas isso não se refletiu em mudanças significativas.

Controvérsia do Spotify beneficia a concorrência, mas o crescimento é pouco

Embora os principais concorrentes do Spotify tenham recebido mais assinaturas, eles tiveram apenas um "ligeiro aumento" no número de usuários, segundo a Sensor Tower.

O serviço que teve a maior mudança em termos percentuais foi o Tidal, que contou com um crescimento de 30,23% na quantidade de downloads. O volume passou de 129.000 para 168.000 instalações entre as semana de 17 de janeiro e 24 de janeiro deste ano.

Continua após a publicidade

Em relação aos números de outras plataformas, a Amazon Music cresceu 3,4%, a Apple Music em 3,3% e o YouTube Music 8,3% na semana de 24 de janeiro. Dentre elas, apenas o YT Music atinge a faixa de sete dígitos, marcando 1,3 milhões de instalações na mesma semana.

Outro detalhe é que, quando se compara a taxa de downloads novos da semana de 24 de janeiro de 2022 com as de 24 de dezembro de 2021, a tendência de todos os serviços é de queda, indicando que a situação envolvendo Young, outros artistas e Joe Rogan não chegou a causar um grande impacto nas plataformas rivais do Spotify, como mostra a tabela abaixo.

Serviços de podcast não tiveram aumento significativo

Continua após a publicidade

Além dos principais concorrentes do Spotify, existem empresas que trabalham apenas com Podcasts em suas plataformas, como a própria Apple e seu aplicativo dedicado.

Os dados da Sensor Tower mostram que os apps de podcasting não chegaram a apresentar um crescimento significativo com a crise do Spotify. Em outras palavras, se houvesse realmente um movimento de boicote por parte da maioria dos usuários da plataforma, os principais serviços de podcasts teriam apresentado um aumento relevante.

Entre as semanas de 17 de janeiro a 24 de janeiro deste ano, o Audible teve um pequeno crescimento na quantidade de instalações, com um aumento de 2,38% nos downloads. O Pocket FM, por sua vez, teve uma baixa de 5,88%, enquanto o Google Podcasts caiu 1,04% e o Apple Podcasts se manteve estável.

A plataforma que mais cresceu foi o Anchor com uma alta de 16,23% na quantidade de instalações, porém não se sabe se o aumento pode ser explicado pelo movimento de "cancelamento" do Spotify.

Continua após a publicidade

Outros apps como Pandora, Amazon Music e iHeart que contam tanto com músicas como podcasts também, não apresentaram nenhuma mudança de posição no ranking dos 10 principais serviços de música da App Store dos EUA, segundo a Sensor Tower.

Apesar do baixo número de novas adesões às plataformas concorrentes, ainda não se sabe sobre as próximas consequências que o Spotify pode vir a sofrer nos próximos meses após a polêmica.

Os últimos dias não têm sido fáceis para a empresa, mesmo após anunciar uma medida para combater as fake news sobre a pandemia de covid-19. Recentemente, outros músicos além de Young e Mitchell também desfizeram suas parcerias e alguns até solicitaram que usuários excluíssem o app, em protesto ao posicionamento do streaming.

Continua após a publicidade

O Spotify enfrenta o mesmo dilema de big techs como Facebook e Twitter, que são cobradas para se responsabilizar pelo tipo de conteúdo que hospedam, ao mesmo tempo que tentam agradar a públicos diversos. O contrato com Rogan pode ter trazido uma vantagem competitiva para a plataforma, mas a empresa teve que arcar com as consequências dos tópicos trazidos pelo seu podcast.

Fonte: Tech Crunch