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Review Apple Watch Series 6 | Mudou pouco e bem, mas a bateria...

Por| Editado por Léo Müller | 27 de Setembro de 2021 às 09h03

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

O Apple Watch Series 6 foi apresentado em 2020, alguns meses depois de o planeta começar a passar por uma pandemia. O relógio é muito parecido com seus antecessores, mas traz uma nova função bastante útil para o momento em que chegou ao mundo: monitoramento do oxigênio no sangue.

Ou seja, apesar das poucas mudanças, o dispositivo chamou atenção ao oferecer algo que muita gente buscava para monitorar a saúde, justamente no momento em que uma doença respiratória assustava uma grande parcela da população. Afinal, com a medição do oxigênio no sangue, é possível detectar um quadro de covid-19 antes de outros sintomas aparecerem. E, claro, também ajuda a descobrir outras doenças a tempo de tratar.

Há algumas outras novidades, como um processador mais potente e a tela sempre ativa mais brilhante. Eu testei o dispositivo e relato a seguir as minhas impressões e se o Watch Series 6 entrega o que promete e se vale a pena um upgrade ou mesmo se chegou a hora de investir em um smartwatch — caso você já tenha um iPhone. E já adianto: a duração da bateria não foi um dos aspectos que teve melhoria nesta edição.

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Prós

  • Monitora o oxigênio no sangue;
  • Sistema de monitoramento completo;
  • Tela visível em qualquer ambiente;
  • Interface simples e fluida;
  • Design adaptável para usar em qualquer braço;

Contras

  • Bateria não dura nem um dia;
  • Preço muito alto.
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Design e Construção

O Apple Watch Series 6 tem o mesmo visual e opções de construção de seu antecessor. A caixa é retangular e tem bom aproveitamento da tela, o que lhe confere um aspecto de “celular reduzido”. Há dois botões no lado direito, sendo que o de cima é também uma coroa digital giratória (chamada Digital Crown) que ajuda a navegação no sistema, dando zoom ou descendo e subindo o conteúdo.

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Na parte traseira, você encontra vários sensores que fazem a leitura do seu pulso, o que permite ao relógio medir pulsação e oxigenação no sangue, entre outras coisas. Também é possível fazer eletrocardiograma, com um sistema que lê o pulso e a ponta do seu dedo na Digital Crown. Além disso, a parte inferior do relógio inteligente tem um sistema magnético para fazer a recarga sem fio e duas pequenas alavancas para remover a pulseira.

Na sexta geração, a Apple passou a oferecer modelos com uma pulseira única, que alarga levemente para passar pela sua mão e se ajusta ao seu braço facilmente. Para usar esta opção, você precisa saber o tamanho ideal para seu pulso. Eu testei o modelo com a pulseira esportiva padrão, que tem um fecho na parte superior a ser inserido em um dos furos do outro lado — ou seja, é ajustável. Vieram duas opções de tamanho: P/M e M/G.

A caixa em si pode ser encontrada em diversos tipos de acabamento, e o modelo aqui testado foi o de alumínio, na cor azul, com 40 mm, para pulsos entre 130 a 200 mm. Também existe o modelo de 44 mm, recomendado para pulsos de 140 a 220 mm. Com relação ao material, há ainda opções em titânio e aço inoxidável e várias cores, como vermelho, prata, dourado, cinza, grafite e preto.

"O design reversível é um extra interessante em relação aos principais concorrentes."
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Interessante notar que há uma diferença no material da tela dependendo do acabamento da caixa. A de alumínio tem vidro de Íon X, enquanto as de aço inoxidável e as de titânio trazem display em cristal de safira — mesmo material da parte traseira, que é igual em todos os modelos. A diferença é, basicamente, na durabilidade, já que o cristal de safira é um pouco mais resistente a riscos e quedas.

O próprio usuário faz a montagem do relógio com as pulseiras, e o formato e desenho do Watch Series 6 permite que você o utilize no braço esquerdo ou direito, sempre com os botões no lado da mão. Isso garante que, independente de como você prefere usar o relógio, será da maneira mais confortável e acessível.

E por fim, mas não menos importante, o Apple Watch Series 6 é resistente à água, podendo ser mergulhado a até 50 metros de profundidade. Ou seja, pode ser utilizado para atividades físicas na água, como natação, ou até submersão mais profunda. É uma característica comum em relógios tradicionais e também está presente nos outros modelos da Maçã disponíveis no mercado atualmente.

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Tela

O display do Apple Watch Series 6 é sensível ao toque e oferece o recurso Tela Sempre Ativa com brilho cerca de 2,5 vezes mais forte do que o da geração anterior. Isso significa que o display é mais claro quando o seu pulso está abaixado, enquanto o brilho ao levantar segue tão bom quanto nas gerações anteriores.

A Maçã não especifica o tamanho da tela, limitando-se a informar que é 30% maior que o do Series 3. O conteúdo não ocupa toda a área frontal da caixa, com uma boa quantidade de borda. Mas nada que vá incomodar, porque a visualização em si é suficiente para enxergar e interagir sem grandes dificuldades. Lembrando que, além de controlar a tela deslizando, é possível realizar algumas ações com a Digital Crown.

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Segundo a Apple, o brilho pode chegar a 1.000 nits, que é uma emissão de luz alta o suficiente para usar confortavelmente em ambientes externos em dias ensolarados. Há um problema, no entanto: só há três níveis de intensidade. Mas o problema fica para ambientes pouco iluminados, quando a luz é um pouco forte demais, mesmo no mínimo.

Um ponto muito interessante são os mostradores. Diferente de outros smartwatches que eu já testei, o Apple Watch Series 6 permite a criação de uma galeria de visores, que você troca apenas deslizando a tela para os lados. Assim, é possível escolher vários tipos, como um em que o relógio ocupa todo o display, outro com informações de exercício e saúde e mais um com informações do horário em mais de uma localização, por exemplo. E usar o que for mais conveniente a cada momento do dia, sem precisar acessar as configurações para mudar.

Não há muitas informações sobre especificações técnicas da tela do Apple Watch Series 6. A companhia esclarece, na ficha técnica, que é um display Retina Sempre Ativa OLED de LTPO com brilho de 1.000 nits. O modelo de 40 mm tem área de visualização de 759 mm² com resolução 324 x 394 pixels, enquanto o de 44 mm tem 977 mm² e 368 x 448 pixels.

Configuração e Desempenho

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No quesito desempenho, não tem muito o que se preocupar. O Apple Watch Series 6 roda tudo o que você precisa de maneira suave, e mesmo com muitos aplicativos abertos ao mesmo tempo, não senti nenhuma travada durante os testes. O relógio tem hardware mais que suficiente para aguentar aquilo para o que foi projetado: um dispositivo secundário, que auxilia o celular em algumas tarefas enquanto monitora a sua saúde.

A troca entre aplicativos e funções é bastante suave, sem engasgos, e as animações ajudam a dar essa impressão, mesmo com uma taxa de atualização padrão de 60 Hz. Pode acontecer de você sentir uma travada ou outra, mas é algo muito raro.

A Apple não entra em muitos detalhes sobre a ficha técnica do relógio, limitando-se a informar que o dispositivo tem 32 GB de armazenamento e utiliza chips S6 SiP, W3 sem fio da Apple e U1 (banda ultralarga). O System-in-Package conta com processador de dois núcleos de 64 bits, que é até 20% mais rápido que o Series 5, segundo a companhia.

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Se você já tem um Apple Watch Series 5 ou mesmo um Series 4, não tem motivo para trocar unicamente por conta da melhoria em desempenho. E o mesmo vale para o sistema, já que todos receberam a atualização para o watchOS 8, a versão mais recente disponibilizada pela empresa em setembro de 2021, junto ao anúncio da sétima geração.

O sistema operacional, aliás, é bem interessante e pensado para o uso em uma tela menor. Neste sentido, você não tem um celular em miniatura, mas sim um dispositivo com tela menor e conteúdo pensado para aproveitar ao máximo o espaço que tem disponível. A Siri está presente, bem como uma lista bem grande de aplicativos pré-instalados que você pode ver em nuvem ao apertar a Digital Crown. É possível trocar para lista, com o nome dos apps tocando e segurando a tela por um segundo.

Acompanhamento Físico

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Relógios inteligentes têm a função primária de monitorar a saúde do usuário, com vários sensores que medem algumas funções metabólicas e também ajudam a manter um acompanhamento de exercícios físicos. A novidade no Watch Series 6 é a medição do oxigênio no sangue, que se junta ao eletrocardiograma e detecção de queda, funções já existentes desde a quarta geração. Também foi incluído um altímetro sempre ativo.

Sendo assim, o relógio da Apple é capaz de fazer o monitoramento das principais funções do seu corpo. O eletrocardiograma exige que o próprio usuário abra o aplicativo para fazer a medição no aplicativo ECG, que é feita aliando a pulsação com o dedo indicador posicionado na Digital Crown. A empresa alerta que o Apple Watch não detecta ataques cardíacos, e o ECG é apenas um auxílio para ajudar a descobrir se há sinais de fibrilação atrial (batimentos irregulares) — que deve ser confirmado com um profissional de saúde e equipamento adequado.

O Apple Watch Series 6 ainda faz um monitoramento em tempo real dos batimentos cardíacos com um sensor óptico de terceira geração. Você pode conferir os resultados no app Batimentos, que exibe os resultados mais importantes em repouso e exercício, e também o atual.

No app Oxigênio no Sangue, você pode verificar a porcentagem de oxigênio carregado pelos glóbulos vermelhos dos pulmões para o resto do corpo. O nível geralmente varia entre 95% e 100%, podendo ser um pouco abaixo disso sem prejuízo à sua saúde. Este monitoramento tem como objetivo apenas ajudar a dar uma ideia sobre sua saúde geral, sem uso médico. O monitoramento é feito durante o dia, sem a necessidade de você ativar o aplicativo.

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Para acompanhar o ritmo dos seus exercícios, você pode ajustar metas para caminhadas, corridas e bicicleta, ao ar livre ou interno; além de elíptico, remar, subir escadas, treino HIT, trilha, ioga, treino funcional de força, dança, recuperação, treino de core, pilates, tai chi, e nado em piscina ou águas abertas. O relógio também conta seus passos e lembra de ficar ao menos um minuto em pé a cada hora, o que você pode ajustar para 6 ou 12 vezes por dia.

Em Sono você acompanha a qualidade do seu sono, e aqui há uma desvantagem para os principais concorrentes: o Apple Watch mede apenas o tempo em que você dorme (com registro de outras funções como batimentos e respiração), mas não analisa o estado — leve, profundo e REM. Felizmente, há opções de apps mais completos para monitorar o seu período dormindo, basta fazer uma busca pelas opções e escolher aquele que monitora o que você mais precisa.

O relógio inteligente da Apple também permite monitorar o ciclo menstrual. Ele possui bússola, e o altímetro sempre ativo detecta elevações acima do solo, para cima e para baixo, para ajudar no acompanhamento de exercícios e treinos.

Você pode acompanhar tudo pelo aplicativo Watch no seu iPhone. O Watch Series 6 só é compatível com os celulares da Apple.

Conectividade

Existem dois modelos do Apple Watch Series 6 em relação à conectividade: um apenas Wi-Fi e outro que oferece conexão com linhas móveis. Ambos exigem o uso de um iPhone para se conectar e enviar dados para o monitoramento, mas o 4G/LTE não precisa ter o celular por perto para atender chamadas ou receber e enviar mensagens na hora de sair para fazer exercícios.

Não que o modelo Wi-Fi deixe de funcionar sem conexão: ele guarda os dados e depois envia para o iPhone. Mas se alguém ligar ou enviar uma mensagem durante o período distante do telefone, o relógio não poderá notificar.

Independente da versão que você escolher, ele tem Bluetooth 5.0, para você conectar fones de ouvido sem fio e escutar músicas durante o treino sem precisar ter o iPhone por perto. E aí entra mais uma vantagem do modelo LTE, que permite o acesso ao Spotify e outros serviços de streaming sem o telefone estar próximo. No modelo Wi-Fi, você precisa baixar as músicas e enviar para o relógio para escutar sem o smartphone.

Logo após fazer o pareamento com seu celular da Apple, é possível selecionar em que braço o relógio será utilizado. Essa configuração pode ser alterada a qualquer momento em Ajustes > Geral > Orientação.

Bateria e Carregamento

A bateria talvez seja o principal ponto fraco do Apple Watch Series 6. A Maçã promete apenas 18 horas de autonomia, ou seja, nem mesmo um dia inteiro longe da tomada. Se a ideia é monitorar a sua saúde, fica um pouco complicado ter que tirar do pulso para levá-lo ao carregador ao menos uma vez a cada 20 horas.

Curiosamente, o relógio durou mais tempo sem precisar de recarga durante os meus testes. Após um dia inteiro de uso — que ainda inclui algumas configurações finais e bastante navegação para entender como ele funciona e o que oferece — ele ainda tinha 32% de carga. O Apple Watch Series 6 só desligou quase um dia e meio depois de ser carregado, durante a madrugada.

Claro que o tempo de uso vai reduzir bastante se você praticar exercícios e usá-lo para reproduzir músicas em um fone de ouvido sem fio. E aí a média cai bastante, e talvez até mesmo as 18 horas da Apple seja difícil de alcançar. A carga pode cair em até 20% a cada hora de monitoramento de atividades físicas com reprodução de música.

O tempo de recarga também não é ruim: em menos de uma hora e meia, seu relógio está pronto para a ação novamente. Se você sempre aproveitar o horário de tomar banho para fazer uma recarga, já garante um dia inteiro de uso monitorando sua saúde. Mas, claro, vai precisar levá-lo à tomada mais uma vez para preencher mais a bateria.

O carregador é magnético e tem um conector do tipo USB-A que você pode conectar a uma porta do seu computador ou até utilizar um carregador de parede de celular.

Concorrentes Diretos

As alternativas ao Apple Watch Series 6 vão depender do seu ecossistema, mais do que o que você busca em um smartwatch. A obrigatoriedade de ter um iPhone já torna impossível quem tem celular Android optar por qualquer modelo da Apple, e aí o jeito é partir para um Samsung Galaxy Watch 4, que tem funções bem próximas. O relógio da Samsung tem promessa de até 40 horas de bateria, mas não chega a um dia inteiro de uso, segundo testes do Canaltech.

Alternativas de outras marcas incluem o Garmin VivoActive 4, que tem bateria para quase uma semana, mas não vende oficialmente no Brasil. Outros modelos competitivos podem ser o Huawei Watch GT 2 — que não tem Spotify, mas que é um relógio bem competente — ou se você não se importa com muitas funções inteligentes, há vários dispositivos da Xiaomi ou Realme que impressionam com baterias de longa duração.

Já para o caso de você ter um iPhone em mãos, dá para pensar nas opções mais em conta da própria Maçã, como o Series 3 ou o SE, ambos ainda em fabricação. Também é possível encontrar modelos de outras gerações no varejo online do Brasil. Da quinta para a sexta geração, há pouca evolução, e as principais diferenças foram descritas neste comparativo do Apple Watch Series 6 vs Series 5.

Conclusão

A sexta geração do relógio da Apple não traz muita novidade dos modelos lançados nos dois anos anteriores, mas tem uma função importante para o momento em que foi lançada: a checagem de saturação do oxigênio no sangue. Uma novidade que, sozinha, não basta para justificar um upgrade para quem já possui um Series 4 ou Series 5, mas já atrai quem ainda tem uma das três primeiras versões.

Claro que o Apple Watch Series 6 não fica apenas na medição do oxigênio no sangue. Ele tem processador mais potente e tela mais brilhante. Além de um sistema ótimo, do monitoramento de saúde — que serve para ajudar quem pratica exercícios físicos — à interface e aplicativos nativos e instaláveis. Mas ainda peca demais na duração da bateria, insuficiente para o dia inteiro, especialmente para quem treina escutando música.

"O Apple Watch Series 6 tem poucas, mas importantes mudanças em relação às gerações anteriores. Só faltou melhorar a bateria, que segue como o grande ponto fraco".

Ainda assim, é um dos melhores e mais completos relógios inteligentes disponíveis atualmente. O preço alto é, de certa maneira, justificável, mas o pacote completo fica ainda mais salgado já que você será forçado a comprar, também, um iPhone — caso tenha um celular Android no momento. A conta final pode não compensar, já que existem smartwatches compatíveis com o sistema do Google que entregam experiência muito próxima ao da Apple.

De qualquer maneira, se você já é um feliz usuário dos produtos da Maçã e quer começar a monitorar seu sono e atividades, o Watch Series 6 pode ser um bom ponto de partida para entrar no mundo dos relógios inteligentes. Ou você pode economizar em um Series 3 ou mesmo no Watch SE, que têm poucas desvantagens — a ausência do oxímetro é, talvez, a mais importante.