Motorola despenca e perde top 2 da América Latina para Xiaomi
Por Wendel Martins • Editado por Léo Müller | •

O mercado de smartphones na América Latina cresceu 1% no terceiro trimestre de 2025, atingindo 35,2 milhões de unidades. Esse foi o melhor resultado trimestral desde o último trimestre de 2015, segundo relatório da Omdia. Mas os números escondem uma reviravolta importante: a Motorola perdeu a segunda posição para a Xiaomi após seis trimestres consecutivos de queda. A marca registrou recuo de 11% nas vendas.
Por outro lado, a Samsung manteve a liderança com 11,6 milhões de unidades vendidas e 33% de participação. Os modelos da linha A, voltados para a entrada e intermediários, representaram 68% dos envios da fabricante sul-coreana.
Xiaomi assume vice-liderança da Motorola
Com 6,3 milhões de unidades e 18% de market share, a Xiaomi ficou em segundo lugar. O crescimento da chinesa contrasta com o tombo da Motorola, que vinha dominando essa posição desde o início de 2024.
A Honor aparece em quarto lugar com recorde de vendas pelo terceiro trimestre seguido. Foram 2,9 milhões de aparelhos despachados, impulsionados por crescimento no Caribe, Colômbia e Equador.
Esses três mercados já respondem por mais de 40% dos envios da marca chinesa na região. A Transsion fechou o top 5, mesmo com queda de 19% em relação ao ano anterior.
Brasil puxa crescimento regional
O Brasil continua sendo o maior mercado da América Latina com 29% de participação. Foram 10,3 milhões de unidades vendidas no trimestre, alta de 5% na comparação anual.
Novas entrantes como Realme, Oppo, Honor e Jovi (subsidiária da Vivo) ganharam força no país. Fabricação local e parcerias com operadoras e varejistas explicam o avanço dessas marcas.
Do outro lado, o México teve queda nas vendas. Com 7,4 milhões de unidades e 21% de participação, o país viu as vendas caírem 11%. Foi o quarto trimestre consecutivo de contração.
A queda mexicana se concentrou em aparelhos abaixo de US$ 300. Fabricantes adotaram estratégias cautelosas de estoque, reduzindo o volume de entrada no varejo.
Mercado muda de perfil
Celulares abaixo de US$ 300 ainda dominam com 71% dos envios totais. Porém, esse segmento encolheu 2% no acumulado do ano até setembro.
Pressão nos estoques e demanda estagnada explicam a retração. Marcas estão priorizando aparelhos mais caros em busca de margens maiores e sustentabilidade financeira.
A estratégia deu resultado: dispositivos acima de US$ 500 cresceram 20% no acumulado do ano. Isso elevou o preço médio em 8% no terceiro trimestre.
Apple e Samsung dominam tradicionalmente essa faixa premium. Agora, OPPO, Xiaomi, Honor, Vivo, Realme e Google (no México) intensificam investimentos para brigar nesse mercado lucrativo.
Custos podem frear crescimento em 2026
Miguel Ángel Pérez, analista sênior da Omdia para América Latina, alertou para desafios à frente:
"É crucial investir em aumentar preços médios, melhorar a lucratividade do ecossistema e fomentar a fidelidade do cliente", afirmou.
A Omdia projeta mercado estável em 2025, com 137 milhões de unidades. Mas 2026 traz incertezas por causa do aumento nos custos de memória e armazenamento, que podem elevar o preço dos smartphones.
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Fonte: Omdia