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Enquete mostra que chineses preferem viver sem iPhone do que abandonar o WeChat

Por| 14 de Agosto de 2020 às 13h40

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Apple
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O decreto assinado por Donald Trump proibido “transações” com a ByteDance e Tencent continua dando o que falar. Uma enquete realizada na rede social Weibo revelou que cerca de 95% dos participantes abririam mão de seus iPhones para não perder acesso ao WeChat — aplicativo de mensagens, pagamentos, rede social, transporte e muito mais —, da Tencent.

Apesar de geralmente apresentado como um simples bloqueio ao TikTok (da ByteDance) e do WeChat, a linguagem usada na ordem executiva (semelhante às medidas provisórias no Brasil) abre margem para diversas interpretações, inclusive para uma eventual proibição de a Apple oferecer os aplicativos citados em qualquer uma de suas versões nacionais da App Store, inclusive a chinesa.

Para alguns analistas de mercado, o WeChat é tão indispensável no país — onde tem mais de 1 bilhão de usuários — que um smartphone sem o aplicativo não é muito diferente de um “basicão”. A popularidade do app também é grande entre as comunidades de descendentes fora do país, inclusive no Brasil, onde é usado principalmente para trocar mensagens com amigos e parentes do outro lado do mundo.

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O risco, porém, não afeta apenas a Apple. Chineses entrevistados pela agência Bloomberg revelaram temor de que o app seja proibido também da loja de outras marcas, inclusive da sul-coreana Samsung (teoricamente fora da jurisdição do decreto de Trump), já que o Google não oferece sua Play Store no país.

Perda de 30% do mercado do iPhone

Segundo o analista de mercado Ming-Chi Kuo, um eventual banimento do WeChat na App Store chinesa poderia provocar uma queda de até 30% nas vendas globais do iPhone. Além disso, a queda poderia chegar a 25% em outros dispositivos da marca, que tem mais de 15% do seu faturamento vindo da China. Nesse cenário, as principais beneficiadas seriam as locais HOVX (Huawei, Oppo, Vivo e Xiaomi).

Mesmo a restrição do bloqueio à loja norte-americana poderia reduzir as vendas do celular entre 3 a 6%, na opinião do analista. O prazo para o decreto entrar em vigor e o governo norte-americano esclarecer a amplitude de sua aplicação termina no dia 20 de setembro.

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Fonte: Bloomberg