Apple, Walmart e outras empresas americanas reagem contra banimento do WeChat
Por Stephanie Kohn |
Algumas empresas americanas, cujas fortunas estão conectadas à China, estão reagindo contra os planos do governo de Donald Trump de restringir o aplicativo de mensagens instantâneas WeChat, da Tecent Holdings, no país.
Segundo o Wall Street Journal, as empresas acreditam que a atitude do presidente norte-americano pode prejudicar a competitividade das organizações no país asiático e a segunda maior economia do mundo. Companhias como Apple, Google, Ford, Walmart e Disney revelaram suas preocupações em uma ligação aos funcionários da Casa Branca na última terça-feira (11), de acordo com o jornal.
Na semana passada, o secretário do estado Mike Pompeu disse que a Casa Branca tem planos de eliminar do país aplicativos de origem chinesa, como o TikTok e o WeChat. Ao canal norte-americano Fox News, o político ressaltou que tais medidas visam a segurança e a privacidade dos estadunidenses.
A proibição do WeChat é problemática para empresas dos EUA, pois é um aplicativo massivo na China, com 1,2 bilhão de usuários globais. Se a Apple não puder permitir o WeChat no iPhone, por exemplo, ela poderia tornar seus smartphones muito menos desejáveis no país asiático. Desde 2018, a maçã obtém da China quase 20% de sua receita em vendas - o que torna o país o terceiro mercado para a fabricante.
Para o analista da Apple Ming-Chi Kuo, o banimento do WeChat nos iPhones poderia resultar em uma queda de 30% nas remessas globais do aparelho, assim como em outros produtos da companhia.
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Alguns analistas avaliam que, na China, um smartphone sem o WeChat é apenas um celular comum. Isso porque o serviço é muito mais do que um mensageiro. Por lá, ele é equivalente a uma junção de serviços oferecidos de forma separada nos Estados Unidos, como WhatsApp, Uber, UberEats, Airbnb, PayPal, Amazon, Booking, entre outros.
"Aqueles que não vivem na China não entendem quão ampla seria essa restrição, caso as empresas norte-americanas não possam usar [o aplicativo]. Eles ficarão em grande desvantagem em relação aos concorrentes ”, disse Craig Allen, presidente do Conselho de Negócios EUA-China ao WSJ.
Fonte: Wall Street Journal, The Verge e Mashable