5 séries que fizeram mais sucesso no Brasil do que no resto do mundo
Por Paulinha Alves • Editado por Durval Ramos |
Não há dúvidas de que o brasileiro é um povo emocionado. Quando tocados por algum produto de entretenimento, somos mundialmente conhecidos por transbordar amor, devoção, emoção e, em alguns casos, muita audiência para aquilo de que gostamos.
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Esse é o caso de algumas séries que fizeram muto sucesso por aqui, marcando presença nos aparelhos de TV dos brasileiros por dezenas de anos. Títulos que, embora tenham conquistado fãs em todo o mundo e tido repercussão suficiente para se manter um bom tempo no ar, estouraram de verdade no nosso país como em nenhum outro, conquistando milhares de pessoas e um excelente mercado para produtos licenciados e spin-offs. Além, é claro, de se tornarem ícones geracionais.
De produções como Todo Mundo Odeia o Chris, que até hoje rende referências e memes nas redes sociais, até Caverna do Dragão, que marcou a infância de muita gente quando passava nas manhãs da TV Globo, o Canaltech decidiu então montar uma lista com 5 séries que fizeram mais sucesso no Brasil do que no resto do mundo. Será que todas elas também estão no seu coração?
5. Todo Mundo Odeia o Chris
Um dos sitcoms mais icônicos já transmitido pela TV brasileira, Todo Mundo Odeia o Chris é uma série da CBS veiculada originalmente entre 2005 e 2009, mas que ganhou força em terras tupiniquins a partir de 2006, quando a TV Record passou a exibir os seus episódios.
Semi-autobiográfica, ela é baseada nas memórias do ator e comediante Chris Rock na Nova Iorque dos anos 80, e tem como foco a família de Chris (Tyler James Williams), formada por seu pai Julius (Terry Crews), sua mãe Rochelle (Tichina Arnold), seus irmãos Drew (Tequan Richmond) e Tonya (Imani Hakim) e seu melhor amigo, Greg (Vincent Martella).
No Brasil, o sitcom de quatro temporadas foi exibido incontáveis vezes, angariando uma legião de fãs e transformando diversos de seus personagens, frases e momentos em referências culturais, até hoje relembradas e repetidas na internet.
Exatamente por isso, alguns anos atrás, o ator Tyler James Williams (Abbot Elementary) chamou atenção ao reclamar que não aguentava mais os milhares de comentários que recebia todos os dias de brasileiros a respeito do personagem que fez quando era pequeno. Um desabafo que pegou bem mal por aqui, especialmente pelo mal-estar que provocou entre seus fãs.
Como forma de “vingança” — e provando que o público brasileiro é também muito rancoroso quando quer —, surgiu então uma campanha para que o ator Vincent Martella, que viralizou em uma foto com a camiseta “Eu sou famoso no Brasil”, passasse o número de seguidores de Tyler no Instagram. Uma missão alcançada sem muito esforço pelos milhões de fãs apaixonados da série.
4. Jaspion
Outra produção que também causou verdadeiro frisson no Brasil foi Jaspion, a série de TV japonesa, pertencente à franquia Metal Hero e produzida pela Toei Company. Transmitida originalmente entre 1985 e 1986 na TV Asahi, ela chegou por aqui por meio da Manchete, que viu sua audiência subir e superar até mesmo a Globo durante as exibições de seus episódios.
Ambientada milhares de anos no futuro em um planeta nos confins da galáxia, Jaspion segue os passos de um garoto humano, que sobrevive ao acidente que matou seus pais e passa ser criado pelo eremita Edin (Noboru Nakaya). Profeta secular, Edin acredita que o menino é o guerreiro predestinado a destruir as forças do mal do universo e passa a guiá-lo como um mentor espiritual para que ele possa cumprir sua missão.
É nesse cenário que Jaspion (Hikaru Kurosaki) cresce e, já adolescente e ciente de seu destino, se junta ao androide Anri (Kiyomi Tsukada) com quem parte em uma missão para encontrar os pedaços da Bíblia Galáctica e destruir o maquiavélico vilão Satan Goss.
A série foi uma verdadeira febre no Brasil, marcando uma segunda onda de heróis japoneses, que haviam surgido nos anos 60 e 70, e permitindo que outros títulos do gênero tokusatsu (live-actions que fazem forte uso de efeitos especiais) chegassem por aqui.
No Japão, o herói é apenas mais um de uma longa linhagem de heróis mascarados. No Brasil, porém, ele virou o ícone desse tipo de produção. Para se ter ideia, o Japão chegou a liberar a criação de conteúdo original brasileiro. Além de brinquedos e fitas cassetes do personagem que vinham de fora, a editora JBC publicou em 2020 um mangá brasileiro que dava sequência às histórias do seriado. Além disso, a Toei ainda aprovou a produção de um filme produzido por aqui, mas que nunca saiu do papel.
3. Cavaleiros do Zodíaco
Um dos animes mais populares do Brasil, Cavaleiros do Zodíaco é uma série japonesa baseada no mangá de mesmo nome escrito e ilustrado por Masami Kurumada. Adaptado pelo estúdio Toei Animation em 114 episódios, o desenho foi transmitido entre 1986 e 1989 no Japão, mas chegou por aqui apenas em 1994, quando virou febre na Rede Manchete.
No ar na emissora até 1997, ele se tornou uma das produções mais populares da época, ao apresentar a história de Seiya, um garoto órfão que, ainda pequeno, é enviado para treinar na Grécia. Ao crescer e se tornar um cavaleiro, Seiya se junta a outros quatro jovens (Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki), que utilizam armaduras inspiradas na mitologia grega e que se unem para proteger Saori Kido, a reencarnação da deusa Athena.
Fenômeno cultural no Brasil, muito mais do que em outros lugares do mundo, Cavaleiros do Zodíaco ganhou ainda diversas reexibições no país, passando pelo Cartoon Network, Band e Canal 21. No Japão, o anime fez relativo sucesso, mas nada comparado ao que aconteceu por aqui. Nos EUA, por outro lado, o desenho só chegou no começo dos anos 2000 e teve várias de suas partes censuradas.
2. Caverna do Dragão
Outro desenho que marcou a infância de muita gente foi Caverna do Dragão, série de animação que contou com três temporadas e foi coproduzida pela Marvel Productions, TSR e Toei Animation. Baseada no jogo de RPG de mesmo nome, a série chegou aqui dois anos após sua estreia, em 1985, sendo inicialmente transmitida no programa Balão Mágico da Rede Globo.
No ano seguinte, com a estreia do Xou da Xuxa e a ida do desenho para a atração, o título explodiu nas manhãs das Globo e virou mania nacional, fazendo com que, de repente, todo mundo soubesse quem eram Hank, Eric, Diana, Sheila, Presto e Bobby. E se a falta do episódio final virou um trauma geracional, o desenho era só mais um na grade da TV americana e lembrado muito mais pelos fãs de RPG do que pelo público geral.
Protagonizado por grupo de amigos teletransportados para um mundo mágico, o desenho acompanha as aventuras vividas por esses jovens após ganharem poderes ou habilidades especiais e serem liderados pelo misterioso Mestre dos Magos em suas batalhas contra o cruel Vingador.
Em 2023, o filme Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes chegou aos cinemas de todo o mundo contando uma história baseada no mesmo RPG que serviu de inspiração para a série. Para alegria dos fãs brasileiros, que cresceram assistindo as inúmeras reprises do desenho, o título trouxe um easter egg em que é possível ver os personagens da animação de 1983.
1. Eu, a Patroa e as Crianças
Outro sitcom que acertou em cheio o coração dos brasileiros foi Eu, A Patroa e as Crianças, comédia da ABC lançada em 2001,que chegou já no ano seguinte no Brasil. Inicialmente transmitida pelo SBT, a produção apresentava um estilo de humor muito popular, que trouxe visibilidade para o seriado e fez com que ele ganhasse uma audiência bastante fiel por aqui.
Protagonizada por uma família disfuncional de classe média alta, Eu, a Patroa e as Crianças segue os passos de Michael Kyle, um marido e pai moderno que tem sua própria maneira de ensinar regras de convivência para os três filhos.
Além de Damon Wayans, na pele do protagonista, o show contava ainda com Tisha Campbell dando vida a Jay, a matriarca da família, George O. Gore II como Junior, o filho mais velho do casal, Jazz Raycole como a adolescente Claire e Parker McKenna Posey como Kady, a caçula da família.
Assim como Todo Mundo Odeia o Chris, o show ficou marcado no Brasil por seus diversos bordões, memes e frases de efeito, até hoje compartilhados nas redes sociais. Além disso, embora tenha sido bastante assistida nos EUA e ganhado 5 temporadas, nada se comparou a influência e popularidade da série em solo brasileiro